Vicenzo observava tudo tão concentrado, que nem percebeu uma pessoa vindo em sua direção. Sua presença só foi notada quando ele sentiu um puxão na camisa:
- Mais que... Ah, chegou já? Que rápido!
- Falei que conhecia aqui.
- Teve algum problema no caminho?
- Nenhum...Quanto movimento!
- Maravilhoso, não é?
Fingiu uma cara de inocência enquanto Rebecca fazia a sua de impaciência:
- Agora, temos um problema.
- E qual seria?
- Como vamos andar com um mapa por aqui? Está lotado! As pessoas veriam!
- Querida, todos estão tão ocupados com si mesmos que nem notarão o que estamos fazendo, agora, vamos!
Eles continuaram o percurso, desviando das pessoas e esbarrando em outras, que os amaldiçoavam.
- Dá pra acreditar nisso?
Rebecca falou depois do quinto assobio em sua direção.
- Eu digo que passeios noturnos para uma senhorita como você, não são agradáveis.
Matteo parou tão bruscamente que ela n******e evitar a colisão:
- Agora sou eu quem digo, que diabos!
- Falando como pirata?
- É a convivência... Mas posso saber o que houve?
- Pelo mapa, devemos entrar aqui.
Ela levantou o olhar e viu, Taberna Black Eye.
- Você não espera que eu entre aí, não é?
- E o que você pretende fazer? Dar a volta?
Ela olhou pro lado e rapidamente respondeu:
- Depois de você.
Eles entraram no bar. Era limpo, pelo menos. As paredes eram de madeira, não estavam descascadas, as mesas não tinham marcas de copos, e a atendente do balcão era uma senhora que parecia muito simpática.
- Ótimo Vicenzo...O que faremos agora?
- Vamos seguir o mapa.
- Você só pode estar brincando comigo!No meio de uma taberna?
- Olha aqui, de acordo com as instruções, devemos subir as escadas...Isso n******e ser coincidência, pode?
- Acho que não...Mais não podemos simplesmente subir as escadas!
- Podemos sim...
- O quê?
- Você realmente não conhece uma taberna, não é?
- Óbvio que não.
- A maioria delas tem quartos no andar de cima.
- Mas não é o caso dessa.
- Como você sabe, já esteve aqui?
- Não! Mas olhe ao redor.
Ele olhou, é realmente aquela taberna não era como as outras, os homens se embebedavam, sim, mais também faziam refeições, e não possuía nenhuma mulher oferecida. Sem contar a velha senhora no balcão:
- Entendi o que você quis dizer...Essa decididamente não tem quartos no segundo andar, diabos!
- Mas mesmo assim podemos ir lá...
Vicenzo olhou-a assustado:
- Realmente a convivência com piratas não está lhe fazendo bem...o que tem em mente?
- Simplesmente subimos sem ninguém ver, procuramos a outra pista e saímos. Simples assim.
- Muito bem então...vamos.
- Rápido!
Eles subiram a escada disfarçadamente e olharam no mapa.
- Pra onde agora?
- Reto...pelo corredor.
Eles correram corredor adentro e pararam em frente uma porta.
- O que diz?
- Para entrarmos.
- Como?
- Abre.
A porta estava trancada. Passos começaram a soar.
-Ótimo...e agora?
-Vamos nos esconder.
- Aonde?
Os passos pararam, Rebecca e Matteo se viraram e viram aquela mesma sra. do balcão parada diante deles. O estranho é que ela não parecia aborrecida ou assustada, estava calma e com um sorriso no rosto.
- Sentimos muito sra. Nós achávamos que vocês possuíam quartos.
Rebecca falou com um breve sorriso.
-Eu sei muito bem que vocês não estavam à procura de nenhum quarto. Foi este papel na sua mão - indicou Vicenzo - que trouxe vocês aqui. E você deve ser a filha de Lauren Beckey, certo?
Rebecca abriu a boca:
- So-Sou...Como a sra. sabe?
- Atrás dessa porta está algo muito valioso. A continuação deste –apontou para o mapa na mão de Vicenzo - e somente quem devesse chegaria até aqui. Sua mãe guardava o segredo, e eu guardo outra parte dele. Fico muito feliz de finalmente você ter vindo buscá-lo. Já tenho certa idade.
Ela mantinha o sincero sorriso. O que dava a Becca uma sensação de conforto.
A mulher se dirigiu até a porta, tirou uma chave do bolso e a abriu:
- Entrem e fiquem à v*****e. Quando saírem fechem a porta, ela trava automaticamente.
Ela deu meia volta e voltou ao térreo.
- Bem, então...as damas primeiro.
Entrou, era um quartinho se dirigiu até a mesa, acendeu um lampião que estava lá e pegou um papel. Ele era a continuação do mapa, mas algo estava errado.
- Ele se junta com esse mapa, só que não mostra East Bridge.
- O quê? Como assim?
- Veja, ele se encaixa perfeitamente, mais essas coordenadas nos levam a outro lugar.
- Onde?
- O mar.