Construção

965 Words
Rayra não viu Rudá por todo o dia, mas quando a noite chegou, ele a levou na festa que acontecia no rancho de Pedro. Tinha fogueira, e Rayra se divertiu conversando com a tia e as outras mulheres, mas depois se aproximou dele e pediu: _ Dance comigo? Estavam frente a frente. _ Eu não sei dançar.. _ Sabe. Está mentindo. _ Rayra.... _ Eu vi você dançando com a mamãe.. Ele dançava com a tia Helena, às vezes chegava e a tia escutava uma música, mas isso era sempre quando Rudá achava que Rayra estava longe. _ Eu nunca dancei com você, Rudá.. _ Princesa. _ Estou implorando para que dance comigo.. Ele balançou.. Se levantou e ofereceu a mão para ela. _ Uma música.. Mas ele travou no meio do caminho.. A sensação da mão em sua cintura _ Sinto muito. Acho que estou quebrado demais até para isso. Ele se afastou. Rudá se sentou mais distante em um um banco, Rayra se sentou próximo dele. _ Meu toque. Como é sentir o meu toque? _ Não sei explicar.. queima, mas.. Estou sujo demais para tocar em alguém tão inocente como você. _ Não diga isso. _ Mas é verdade. É como profanar um campo sagrado. Se soubesse.. Você não ia querer ser tocada por mim. Não sei se consigo fazer isso dar certo.. Ser um marido. _ Consegue me ver com outro? _ Não, não faça isso comigo, princesa, não faça.. Eu não vou suportar se você se apaixonar por outro.. _ Eu amo você desde que eu entendi o que era amor.. _ Eu também, eu também, mas não sei o que fazer.. _ Descobrimos juntos. Eu quero construir uma família com você.. Ele gemeu, precisava começar a contar algumas verdades. _ Rayra não posso.. construir uma família com você _ Por que? _ Filhos. Eu não posso.. _ Não pode ter filhos ou não quer? _ Eu.. conversamos depois.. Potira se aproximou _ Não o pressione, Rayra _ Tia. Até a senhora. _ Até eu. Potira depositou Charlotte nos braços de Rudá. _ Pintinha. _ Eu vou dançar com meu marido. Pense pelo lado bom, Charlote pode proteger você de Rayra. Rayra observou Rudá segurar a menininha com sardas e cabelos com uma mistura de cores indefinidas. Potira era tia de Rayra. E foi criada com Rudá na mesma casa de Estefano e Helena, o subchefe da máfia americana só era pai de Rayra, mas tinha oferecido proteç@o e seguranda para Rudá e Potira. Assim, Potira e Rudá se consideravam irmãos. Ao observar Rudá com a menina, Rayra ficou ainda mais indecisa, se ele não podia ter filhos ou não queria, não sabia o que aconteceu, mas talvez o que ele passou antes de chegar em casa o deixou impossibilitado de ser pai. (...) Na hora de ir embora, Rudá tentou convencer Pedro a ir até o condomínio. _ Rayra vai se comportar no caminho, Rudá. Não vai Rayra? _ Vou. Se despediram, e entraram no carro dele, Rayra pegou uma blusa de Rudá e cheirou. _ Eu me comporto, mas preciso perguntar algo.. Juro que me mantenho quieta até em casa. _ O que foi monstrinha? _ Pode ter um ereç@o? Ele pisou no freio do carro, pelo susto. _ Você está bem? _ Estou.. responda a minha pergunta. _ Rayra.. Posso. Não tem nada errado, não assim.. _ Por que.. _ Disse que era só uma pergunta. __ Rudá cortou. _ Eu disse.. Confiança.. Descobriu que Rudá tinha problemas em confiar. Ele confiava nela como amiga, mas não como mulher e teria que lutar por essa confiança. _ Pode passar em uma farmácia? _ Estamos sem escolta.. _ Mas estou segura com você… _ O que quer em farmácia a essa hora, princesa? _ Preciso comprar os absorventes que gosto. Rudá gemeu, intimid@de, era isso que Rayra estava construindo, e ele teria que aprender a lidar com isso, mas a garota estava começando a despertar o lado que ele lutou a todo custo para esconder, o do desejo, a amava, mas deixou o desejo adormecido.. Ele estacionou em uma farmácia 24 horas. Não podia deixá-la dentro do carro, e não podia deixá-la descer sozinha, mesmo que pudesse ver a entrada do estabelecimento. Rayra viu ele encostar a cabeça no vidro e respirar por alguns segundos, mas logo e se levantou, desceu do carro, deu e ofereceu a mão para ela. Era um passo grande, toque, mesmo que fosse simples como o pegar de mãos. Ele ficou ao lado dela na farmácia, registrou qual absorvente ela usava. Rayra nem precisava realmente, só estava fazendo Rudá a acompanhar, para que ele se acostumasse com a presença dela, estavam sempre juntos, mas agora queria construir um relacionamento amoroso, e foi esse o caminho que ela escolheu, construir uma intimid@de para que ele relaxasse perto dela. Ela aproveitou para pegar o xampu que Rudá usava. _ É você que compra? _ É, Rudá. Acho que eu sou a sua esposa desde que eu tinha quinze anos, só você não percebeu.. _ Oh, princesa. Eu não quis ser frio, não com você, mas.. _ Quando vai me dar um beijo? Ele puxou o ar e soltou. _ Rayra. _ Eu espero. Foram para o caixa. Ela pegou o cartão na bolsa. _ Eu p**o. Agora, sou eu quem p**o. Já era um passo. Foi bom saber que era ela quem comprava as suas coisas, significava que ela se importava além do desejo. No início era Helena quem comprava o que Rudá usava, mas desde que Rayra fez quinze anos, quem escolhia as roupas dele era ela, o xampu, até mesmo os tênis que ele usava, ela quem tinha escolhido. As blusas ela entregava, mas os outros itens o pai colocava no quarto dele.
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