Meu celular reproduziu um apito constante enquanto eu me equilibrava sobre a cama com a mala pesada. Callie tinha acabado de entrar no banheiro do quarto em que dividiríamos, e cantava cada vez mais alto uma música que existia apenas em seu linguajar errado. No primeiro momento em que entramos no quarto de paredes rosas, chão inteiramente carpetado, e cama de respaldo acolchoado e angulado, ao lado de criados-mudos que se fundiam com a mesma cor pálida de cada móvel espalhado pela amplitude do cômodo, ficamos em choque. O meu armário era o mesmo da infância, apenas duas portas acopladas à parede esquerda, encimada por entalhes dourados. Era tudo claro demais para mim. Infantil demais para a minha personalidade, e eu quase vomitei quando reparei nas colchas de estampas florais. Havia uma