Todo o choque do que quase acontecera me atingiu com força na sexta-feira daquela mesma semana. Talvez tenha sido uma resposta do meu subconsciente às perguntas que a psicóloga de sorriso largo e olhar distante me fazia. Não me importei em memorizar o seu nome, visto que estava determinada a não receber qualquer outra consulta depois de ouvir as suas palavras iniciais. "Você não deve se sentir culpada", ela disse, "Gary Swan não deveria tocá-la mesmo se você estivesse nua. A culpa não é sua." Não tive coragem de dizer que não me sentia culpada. Eu sentia ódio. Isso alcançava um patamar acima de toda aquela ladainha clínica, e eu sabia que se proclamasse em voz alta pela milionésima vez que Gary Swan deveria estar morto, a minha própria sanidade seria colocada em prova. A médica anotou em