A cidade estava manchada de rosa e dourado, banhando-se pela luz tépida do sol que sumia antes de encontrar as águas esverdeadas do rio Sena. Eu apenas me sentei na mesa em que o gentil garçom de bochechas avermelhadas sugeriu com um gesto de cabeça, e absorvi o comportamento mais banal que tinham os pedestres da Rue des Francs Bourgeois. Alguém riu próximo a minha mesa, e me dei conta do quão forte era o sotaque Parisiense, diferenciando-os dos demais franceses. Girei o conteúdo em minha xícara de café, provocando pequenos redemoinhos na forte bebida suavizada pelo leite, e suspirei, contente por me sentir tão confortável em quilômetros de distância das pessoas que manchavam a imagem que tinha de meu país de origem. Era como se o ar puro misturado ao doce de cada confeitaria em torno do