Renata
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Não foi fácil me estabilizar aqui no Rio. Eu precisei correr muito atrás para conseguir, cuidar de da Maitê e de mim, Claro que nada disso seria possível sem a ajuda da Carmem, ela tem sido uma segunda mãe de verdade na minha vida. Ela foi uma grande amiga da minha avó mãe da minha mãe, e era madrinha da minha mãe. quando minha mãe conheceu meu pai nos chegamos a vir duas vezes ao rio visitar ela. e ela também esteve por lá algumas vezes, sempre levou presentes legais. ela gostava muito da minha mãe. depois de tudo de r**m que aconteceu com a minha mãe ela se dispôs a ajuda a sair daquela vida que estávamos levando, mas infelizmente a minha mãe morreu. Quendo eu cheguei ela ficou perplexa da semelhança que nos duas tínhamos, ela disse que tanto física como na pureza da alma minha mãe e eu éramos iguais, fiquei feliz. consegui terminar meus estudos no ginásio, fazer uma boa prova e consegui uma bolsa em uma das melhores faculdades do Rio de janeiro. Estudava de dia, trabalhava a noite para ajudar Carmen nas despesas da casa. apesar dela ter uma boa aposentadoria e seus filhos serem muito bem encaminhados profissionalmente, ela tinha um ótimo emprego em uma grande empresa aqui, e seus patrões foram tão legais que pagaram os estudos dos seus filhos. ela adorava eles mas já estava com uma certa idade e pediu para se aposentar, tanto por idade quanto para ajudar também a filha que engravidou.
E hoje em dia ela me ajuda muito com a Maitê, fica com ela para eu trabalhar e estudar.
Essa noite Maitê teve febre, levamos no pronto atendimento, era só uma virose, mas ela estava abatida e chorosa, eu m@u dormi com ela.
Estava morta de sono, andando pelo corredor da faculdade quando esbarro em alguém. Ele estava no telefone. simplesmente me pediu desculpas e continuou andando.
- Desculpa. - ele me olha rapidamente.
- Tudo bem - digo enquanto ele continua andando.
Fico parada no meio do corredor, olhando para ele. tão bonito... seu rosto me transmitiu uma certa paz. o menino me olhou por exatos dois segundos, mas foi como se conhecesse ele de outras vidas.
Ele entra na classe de administração, que pena, eu curso engenharia. sendo uma faculdade enorme, dificilmente nos veremos novamente. Não que eu queira alguma coisa com ele. é só que olhar para ele foi bom, seu jeito era calmo, mesmo discutindo ao telefone com alguém ele conseguia passar uma certa calmaria..
Bem diferente dos homens que eu conheci na favela.
Depois de ficar igual uma estátua olham para ele entrar na sala vou para a minha turma. tento me concentrar nas aulas. é a minha quinta semana e eu já estava completamente atrasada mas matérias. consegui entrar no meio do primeiro período da faculdade, por ter tirado uma nota tão boa, de todo o Enem eu errei apenas 1 questão de ciências, mas gabaritei todo o resto inclusive a redação. Felizmente não foi tão difícil conseguir essa bolsa, mas eu preciso me manter aqui e merece essa chance. como minha mãe sempre disse, "os estudos abrem portas Renata, jamais abandone seus estudos" Minha mãe tinha um sonho em fazer medicina. não era muito a minha área, mas eu vou honrar seus ensinamentos de nunca larga meus estudos.
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Felizmente com o passar dos dias consegui me enquadra no ambiente, nas aulas, já não me sentia mais perdida nas primeiras matérias que foram dadas. Algumas vezes eu irá até a porta da turma de administração, só para olhar para ele, era incrível como mesmo que quando eu tinha alguma coisa r**m no meu dia ou na noite anterior no trabalho, olhar para ele me acalmava, me dava paz.
Estava prestando a atenção na aula quando que por um passeio de milagre fico distraída olhando para a porta eu dificilmente me distraio em sala de aula, mas ele entrou, o menino com cara de anjo entrou na sala.
Seu semblante, está a diferente, hoje ele não tinha aquela cara que me transmite paz, pelo contrário, .seu rosto estava demostrando exaustão, dor, como se hoje ele estive sofrendo.
- Gabriel Garcia? você está em sala de aula? - então esse é seu nome. - Você acha que seu nome com status vai te salvar? - o professor estava dando uma bronca daquelas nele.
Ele provavelmente trocou de disciplina e agora está perdido. fico com um pouco de pena, por que era assim que eu me sentia quando cheguei aqui, perdida.
- Não pedi isso. - ele responde irritado para o professor.
- Ótimo, espero o seu trabalho amanhã. - o professor na minha opinião foi um pouco arrogante com ele.
- Ei? - chamo por ele duas vezes antes dele olhar, com cara de poucos amigos. - Posso te ajudar com o trabalho. - digo sem pensar, por que eu estou me oferecendo para ajudar ele.
- Por que? - ele pergunta sem entender.
- Não quer - dou de ombros, melhor ainda se ele não quiser mesmo, evito fazer amigos ou me aproximar de qualquer pessoa, nunca sei quando vou ter que ir embora.
- Quero, só quero saber o por que? - ele diz de repente.
- Gosto de ajudar as pessoas. - foi o mais lógico que eu encontrei para responder.
- Ok. - ele diz com naturalidade.
- Renata - estendi minha sua mão na sua direção.
- Gabriel, Gabo na verdade. - aperto sua mão.
- Gabo? diferente... - tento disfarçar meu sorriso.
- Nunca gostei de "Biel" eram as opções. - damos risadas.
- Por que não só Gabriel então? - perguntei.
- Coisa dos meus primos, e irmãos. - ele diz, nossa deve ser tão bom, ter uma família grande que te de apelidos.
- Por falar nisso, jurava ter visto você cursando administração. - pergunto. ele me pareceu tão diferente do menino com cara de anjo, mesmo sendo idênticos. Ele começou a ri.
- Meu irmão. Ben, ele está no curso de administração. - por fim ele fala.
- Jura! - ela faz uma cara de espanto. - Você é gêmeo não é? só pode por que são idênticos. - fico impressionada com a semelhança.
- Trigêmeo na verdade. - ele da de ombros.
- Sério, tem três de você? - fico espantada de verdade agora.
- Dois na verdade, Ben e eu, e a Hemb, nossa irmã. - há sim. então o menino com cara de anjo se chama Ben.
- Nossa que interessante. Eu sou nova na cidade, vou adorar fazer uns amigos. - não sei por que eu disse isso, não quero fazer amizade, quero estudar e ir o mais longe que eu consegui de São Paulo.
- Legal. - ele diz sorrindo, em seguida presta a atenção na aula.
Gabo era bacana, como prometido eu ajudo ele com o trabalho, Ele resolveu me apresentar para alguns amigos dele. Adorei o pessoal, todos bem legais. no final de semana conheci o resto dos seus amigos, Inclusive Ben. Que era totalmente o oposto do Gabo, ele tem um serenidade que o Gabo não tem.
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- Oi. - chego até o Gabo para conversar.
- Oi Renata. - ele m@u me respondeu.
- O que te deu? está dispenso na aula toda.
- Estou com um problema e não sei como resolver. - ele me contou mais ou menos toda a merd@ que aconteceu com ele, a possível gravidez da menina oportunista, que só de ouvir falar já dá para perceber.
- Nossa sei idi0ta! precisa contar para ela antes que seja tarde, se ela souber por outra pessoa pode ter certeza que jamais vai te perdoar. - Eu estava quase gritando com ele.
- Como eu conto isso assim, olha amor fiquei bêbado demais e transei com a Flavinha mas eu te amo tá. - ele fala com ironia.
- Não é exatamente assim, mas é um bom começo. - digo revirando os olhos.
- Não dá... talvez eu devesse esquecer isso. - ele. tenta se justificar.
- Não. deixa de ser maluco! não pode não contar para ela. - tenho gostado tanto do Gabo, ele é um excelente amigo, e se não contar vai acabar perdendo a menina. - Ela vai sofrer e isso vai destruir ela. mas a verdade é sempre a melhor coisa. - continuo.
- E eu sei, eu não conseguiria mentir, na verdade estamos nos vendo muito rápido nos últimos dias, eu tenho evitado ela ao máximo. Mas eu preciso.
- Isso você precisa. - ele pega o celular.
Quero muito que ele se resolva com a Lee, só de ouvir falar da pra saber que ele forma um casal perfeito.