O tempo passou lento e ao mesmo tempo implacável, tanto para Sophie quanto para as meninas. Bibiana, a mais velha, agora tinha quatro anos enquanto a pequena Bárbara estava com um ano e meio. Não podemos dizer que foi fácil até aquele ponto, mas pelo menos Sophie estava conseguindo dar conta, mas, se Sophie tivesse levado a sério a primeira ameaça que havia recebido, em uma fria manhã de sexta feira, talvez a nossa história tivesse um desfecho um pouco diferente do que realmente foi.
Parecia uma manhã como outra qualquer. Todos os peões estavam iniciando a movimentação para a lida no campo enquanto Sophie estava dentro de casa, com as meninas. Bibiana já havia saído da cama, mas Bárbara dormia. Alguém bate à porta, fazendo com que Sophie corresse para atender:
- Bom dia, Paulo - ela cumprimenta o capataz: um funcionário antigo do pai. Homem de confiança que há mais de dez anos estava á frente de toda a equipe de trabalho na Fazenda.
- Bom dia - ele diz, um tanto arrogante - tem um minuto, dona?
- Claro - ela sorri - passe aqui no escritório...
Ela caminha até o antigo escritório do pai, que ficava debaixo das escadarias que levavam para o segundo andar.