3- Rafa

1217 Words
Capítulo 3 Rafael narrando : Eu sou o Rafael, mais conhecido como Rafa aqui no morro. Eu sou branquinho dos olhos claros , corpo um pouco forte e coberto de tatuagens . Tenho 24 anos e carrego nas costas o peso de ser o dono desse lugar. A responsa caiu no meu colo quando eu decidi que não ia mais ser comandado por ninguém. Tomei o morro quando acabei com a vida do antigo dono, que, por acaso, era meu tio. Sangue do meu sangue, mas isso não me impediu de fazer o que tinha que ser feito. A fita é a seguinte: meus pais morreram num acidente de carro quando eu ainda era moleque. Na época, falaram que foi azar, que o destino tinha ferrado a gente. Só que, com o tempo, fui ligando os pontos e descobri a real. Aquela batida que levou meus pais não foi obra do acaso. Foi o meu próprio tio que armou pra eles, só pra tomar o controle do morro e ficar com tudo pra ele. Quando descobri isso, algo dentro de mim virou. O ódio que já era grande só cresceu. Passei anos remoendo essa raiva, esperando a hora certa. Não ia deixar passar. Quando chegou o dia, fui atrás dele. Lembro como se fosse ontem. Era uma noite escura, o morro tava silencioso, o ar pesado, como se até o vento soubesse que algo grande tava pra rolar. Entrei no barraco dele na miúda. Ele tava lá, sentado na poltrona, se achando o dono do mundo. Mas quando ele me viu, já sacou o que ia acontecer. Nem teve tempo de reagir. Olhei nos olhos dele e vi o medo, o mesmo medo que ele plantou na gente por tanto tempo. Foi aí que puxei o gatilho. Sem arrependimento, sem pensar duas vezes. Uma bala, uma vida, e menos um peso nas minhas costas. O morro era meu agora, e o sangue que escorreu foi o preço que ele pagou por ter destruído minha família. Depois desse dia, o jogo virou. O morro me reconheceu como dono, e eu fiz questão de deixar claro que ninguém mais ia pisar em mim ou na Babi, minha irmã. Agora, quem manda sou eu e quem não segue as minhas regras acaba como meu tio . Aqui minha palavra é lei. Tenho meus parceiros de confiança, que tão comigo desde o começo. O Sombra é meu sub, sempre foi meu braço direito, aquele cara que tá sempre na cola, pronto pra qualquer parada. Não tem missão que ele não cumpra, e é por isso que ele é meu homem de confiança. Junto com ele, tem o Neguinho, outro que tá do meu lado em todas. Ele é firmeza, meu braço direito nas operações mais cabulosas. Aqui no morro, o esquema é sério, e eu confio minha vida nesses dois. A gente se entende no olhar, não precisa nem falar muito. Eles sabem que aqui, a lealdade é tudo, e eu não aceito falha. Quanto a mulherada, nunca assumi mina nenhuma. Sou da p*****a mesmo, gosto de viver sem amarras. Cada noite é uma história diferente, uma mulher nova pra aproveitar. Não sou de ficar preso a ninguém, a liberdade é o que mais prezo. Mas, claro, sempre tem aquela que cisma em querer mais do que eu tô disposto a dar. A Alice, por exemplo. Irmã do Sombra. Uma mina bonita, sangue bom, mas que não sai do meu pé. Só porque eu pego ela toda semana, acha que tem algum privilégio. Já deixei bem claro que entre nós é só sexo e nada mais. Ela sabe disso, mas parece que não se toca. Eu sou direto, não fico de enrolação. Se quiser ficar, sabe como é. Se não quiser, tem quem queira. Meu lance é curtir a vida sem compromisso, e por mais que a Alice insista, eu tô na minha. Aqui, quem manda sou eu, e minhas regras são claras: sem amarração, sem apego, só diversão. Agora, se tem uma coisa que eu não abro mão, é a Babi. Ela é minha irmã, mas pra mim, é como se fosse uma princesinha. Desde pequena, eu cuidei dela, protegi, e vou continuar protegendo enquanto eu tiver de pé. A Babi cresceu e ficou linda, linda de um jeito que até me assusta. Morena clara, cabelo preto na cintura, corpo cheio de curvas. Ela chama atenção por onde passa, e eu sei muito bem o que passa na cabeça desses caras. Mas deixa eu deixar bem claro: eu não aceito pelego nenhum chegando perto dela. Pode ser vapor, soldado, até mesmo algum dos meus, ninguém encosta na Babi. O último que tentou, eu fiz questão de resolver do meu jeito. Agora, ninguém ousa nem olhar pra ela. Eles sabem que comigo, não tem conversa. Babi é intocável. Eu fiz questão de botar medo em qualquer um que tenha outra ideia. Eu sei que ela às vezes se sente sufocada, mas é por amor. Eu só quero garantir que ela tá segura, longe dessa vida suja que eu levo. Pra mim, ela merece o melhor, e o melhor é ficar longe de qualquer maluco que queira chegar perto. Aqui, eu sou o dono do morro, e a palavra final é minha. E a regra é clara: quem mexer com a Babi, mexe comigo. E eu não deixo barato nunca . Eu tava no escritório, concentrado, limpando minha pistola, como sempre faço quando quero botar a cabeça no lugar. O ambiente tava silencioso, só o som do metal contra o pano. De repente, a porta se abriu, e a Babi entrou. Ela tava com um top branco e um shortinho preto, daquele jeito que ela sabe que chama atenção e eu já fico puto com isso . Quando ela chegou perto, me deu um beijo no rosto, e o perfume dela invadiu o lugar todo. Aquele cheiro doce, meio frutado, que só ela tem. Eu até parei por um segundo, mas continuei mexendo na arma. Ela se encostou na mesa e, com aquela voz manhosa que só ela sabe fazer, pediu: — Rafa, deixa eu ir no asfalto com a Laura, rapidinho. Na hora, eu nem precisei pensar. Levantei o olhar e respondi seco: — Não vai, Babi. Ela ficou bolada, claro. Já esperava isso, mas não ia mudar minha decisão. Vi na cara dela a frustração, aquele bico que ela faz quando não consegue o que quer. Mas é assim que tem que ser. O asfalto não é lugar pra ela, ainda mais sem eu por perto. Eu sei como é lá fora, e não vou dar chance pro azar. Ela tentou insistir: — Poxa, Rafa, só dessa vez... A gente vai rapidinho e já volta. Mas eu fui firme: — Babi, não adianta. Cê vai ficar aqui no morro. Lá fora, não é lugar pra você. Ela bufou, cruzou os braços e saiu do escritório com um passo duro, daquele jeito que ela faz quando tá bolada. Mas, no fundo, ela sabe que é pro bem dela. Eu cuido da Babi com tudo que eu tenho, e não vai ser um rolê qualquer que vai mudar isso. Ela é minha responsabilidade, minha prioridade, e aqui, quem manda sou eu. Continua .... Adicionem na biblioteca 📚 Me sigam no Insta.gram @autora_Brunamattos
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