2- Baby

1024 Words
Capítulo 2 Babi narrando : Me chamo Bárbara, mas todo mundo me conhece como Babi. Tenho 17 anos, mas logo mais faço 18. Sou morena clara, com cabelos pretos que vão até a cintura, lisos como uma seda. Olhos castanhos . Tenho 1,65m de altura, sou magra, mas um pouco encorpada, com uma b***a grande e uma cintura fina, o que sempre chama bastante atenção. Minha vó sempre dizia que puxei à minha mãe, que também era cheia de curvas e tinha aquele charme natural. Hoje em dia, moro só com meu irmão, Rafael. Ele é quem comanda o morro, e aqui, a voz dele é a lei. Ninguém ousa desafiar o Rafa, porque ele é conhecido por ser justo, mas também implacável. E eu, bom, sou a princesinha dele, aquela que ele protege de tudo e de todos. Tenho duas amigas que são como irmãs pra mim , eu as amo muito , a Laura e a Paulinha , as duas moram aqui no morro . Eu terminei o segundo grau e não fiz mais nada , na verdade eu gostava de ir pra escola , mas meu irmão não me dava paz . Ficava indo na escola e deixando os vapores dele lá cuidando de mim , pra ninguém chegar perto, então já imaginam como era a minha vida . Por isso resolvi não fazer faculdade e nem nada . Cinco anos se passaram desde aquele dia que mudou a minha vida para sempre. Ainda consigo sentir a dor daquele momento como se fosse ontem. A perda da minha vó Eva deixou uma lacuna enorme, um vazio que nunca consegui preencher totalmente. Mas, mesmo assim, a vida seguiu, e eu tive que aprender a viver sem a mulher que me criou, que me amou como ninguém. Minha história não é como a de todo mundo. Eu perdi meus pais num acidente de carro quando ainda era só um bebê. Nunca conheci o rosto deles fora das fotos antigas que a minha vó guardava com tanto carinho. Ela sempre me contava histórias sobre eles, sobre como eram jovens, felizes, cheios de sonhos que nunca se realizaram. E aí, o destino c***l os tirou de mim antes que eu pudesse sequer dizer uma palavra, antes que eu pudesse sentir o calor do abraço de mãe ou ouvir a voz do meu pai. Foi a vó Eva que assumiu a responsabilidade de criar a mim e ao meu irmão, Rafael. Ela era uma mulher forte, daquelas que não se deixava abalar facilmente, mesmo com a vida jogando tanta coisa em cima dela. E o Rafa... Ah, o Rafa sempre foi o meu herói. Desde que me lembro, ele esteve ali, me protegendo, cuidando de mim como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo. E, pra ele, eu era mesmo. A vida com a vó era simples, mas cheia de amor. Mesmo quando o câncer apareceu e começou a levar a energia dela, ela nunca deixou de ser aquela avó carinhosa e dedicada. Eu me lembro de vê-la lutando, dia após dia, enfrentando a doença com uma coragem que eu nunca vou esquecer. Só que, no fim, nem toda a força dela foi suficiente. Depois que a vó se foi, eu me vi perdida. Ela era o meu alicerce, a minha segurança. De repente, era só eu e o Rafa. Mas, de alguma forma, ele conseguiu preencher o vazio que a vó deixou. Ele passou a cuidar de mim de um jeito que eu nunca tinha visto antes. Mais do que nunca, ele se tornou meu porto seguro, meu protetor. — Eu prometi pra vó que ia cuidar de você, Babi, e eu vou cumprir essa promessa. — Rafa dizia sempre, e eu sabia que ele falava sério. Ele me tratava como uma princesa, como se eu fosse algo frágil e precioso que ele precisava proteger a qualquer custo. Nunca me faltou nada. Se eu precisava de algo, Rafa tava lá. Se eu queria alguma coisa, ele dava um jeito de me dar. E não era só sobre dinheiro ou coisas materiais; era sobre estar presente, me ouvir, me acalmar nas noites em que eu acordava assustada, ainda sonhando com o rosto da minha vó. Mas, com o tempo, comecei a perceber que essa proteção vinha com um preço. O Rafa ficava cada vez mais zeloso, mais presente, mais controlador. Ele não deixava ninguém chegar perto de mim, afastava qualquer pessoa que ele achasse que podia me machucar. Às vezes, eu sentia que ele queria me manter presa numa bolha, longe do mundo. Eu sabia que era por amor, mas, às vezes, esse amor me sufocava. Ainda assim, eu não poderia pedir um irmão melhor. Ele fez tudo por mim. E, mesmo com as dificuldades, com a dor da perda, eu sabia que o Rafa tava ali, sempre ao meu lado. Ele cumpriu a promessa que fez para a minha vó, e, por isso, eu nunca pude reclamar. Mas o tempo foi passando, né? E assim como o Rafa tem a vida dele, eu também tenho a minha. Só que as coisas não são tão simples. Enquanto ele vive a vida dele, já vi ele pegando quase o morro todo. As mulheres praticamente se jogam pra cima dele, e ele, claro, não perde a oportunidade. E eu? Eu ainda nem beijei ninguém. Rafa não me dá uma trégua. Ele controla tudo, como se eu fosse uma bonequinha de porcelana que não pode ser tocada. O último vapor que tentou se aproximar de mim... ele matou. Isso mesmo, matou sem nem piscar. Agora, ninguém no morro ousa olhar pra mim, porque todo mundo morre de medo do Rafa. Ele fez questão de deixar claro que eu tô fora dos limites, intocável. Por um lado, eu entendo que ele só quer me proteger, mas, ao mesmo tempo, isso me sufoca. Sinto como se estivesse presa numa gaiola dourada, onde posso ver tudo, mas não posso tocar em nada. O mundo lá fora parece tão distante, e eu... eu só queria poder viver minha vida, sem o peso dessa proteção excessiva que o Rafa impõe. Continua .....
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