4- Rafa

1192 Words
Capítulo 4 Rafa narrando : Assim que a Babi saiu do escritório, eu fiquei lá, parado, com a pistola ainda na mão, mas a cabeça já longe dali. O jeito que ela saiu, toda irritada, balançando aquele cabelo preto na cintura... Não tem como não reparar em como ela tá linda. Minha irmãzinha cresceu, e cresceu de um jeito que deixa qualquer um maluco. Mas aí já começo a sentir o sangue ferver. Só de pensar que algum maluco pode tentar encostar nela, já fico furioso. Meu coração acelera, a respiração pesa, e eu preciso respirar fundo pra não perder a cabeça. Eu sei como os caras pensam, porque eu sou um deles. Sei o que se passa na mente de um homem quando vê uma mulher como a Babi. E é isso que me enlouquece. A ideia de algum filho da p**a tentar alguma coisa com ela, de sequer pensar em fazer m*l pra minha irmã... Não dá nem pra imaginar. Eu daria a vida pra proteger a Babi, e quem ousar chegar perto dela vai pagar caro. Minha princesa não vai ser tocada por nenhum desses lixos. Não enquanto eu estiver aqui, com sangue nos olhos e dedo no gatilho, pronto pra fazer o que for preciso. Só de pensar, meu peito aperta e minha mão fecha em volta da pistola. Não vou deixar ninguém tirar a paz da minha irmã. Ela é tudo que eu tenho, e ninguém vai tirar isso de mim. Ela pode não entender agora, pode até achar que eu tô exagerando, mas um dia vai ver que tudo oque eu faço é por ela . E que por ela eu sou capaz de qualquer coisa . Depois de um tempo lá, pensando em tudo, resolvi que precisava falar com a Babi. Não podia deixar as coisas desse jeito. Levantei do escritório e fui atrás dela, sentindo a cabeça fervendo, mas com a firmeza de quem sabe o que tem que fazer. Cheguei na área da piscina e logo vi a Babi deitada numa espreguiçadeira. O sol batia no corpo dela, fazendo a pele brilhar. Ela tava linda, mas eu sabia que por dentro ela tava bolada. Me aproximei devagar, e sem falar nada, me sentei ao lado dela. Fiquei um tempo em silêncio, olhando pra frente, tentando achar as palavras certas. — Babi, você tem que entender que eu faço isso pro seu bem — comecei, a voz mais calma do que eu esperava. — Não é bom pra você ficar saindo do morro. Você sabe o tanto de inimigo que eu tenho... É perigoso pra você e pra mim. Ela continuou deitada, sem nem me olhar, mas eu via o maxilar dela travado, o queixo erguido de quem tava pronta pra brigar. — Rafa, eu sei que você tem muito inimigo, que não é fácil ser quem você é... Mas, c*****o, eu preciso viver! — ela finalmente virou o rosto pra mim, os olhos cheios de frustração. — Eu já vou fazer 18 anos, Rafa! Você acha que vai poder me segurar pra sempre? Eu senti o impacto das palavras dela, mas mantive o controle. — Babi, eu só quero proteger você. Lá fora é perigoso demais. Eu sei como é, e não vou deixar você correr risco por aí. Ela levantou da espreguiçadeira, ficando de pé na minha frente, os olhos brilhando de raiva. — Quando eu fizer 18 anos , você não vai mais me segurar, Rafa! Eu não sou mais uma criança. Eu preciso ter minha própria vida! Eu encarei ela de volta, tentando achar um jeito de explicar o que eu sentia. — Eu sei que você tá crescendo, que quer sua liberdade... Mas eu também sei o que pode acontecer lá fora. Não é só sobre o que eu quero, é sobre o que eu preciso fazer pra garantir que você fique segura. Ela balançou a cabeça, frustrada. — Mas e quanto a mim, Rafa? Quando eu vou poder decidir alguma coisa? Eu preciso que você me escute, que entenda o que eu quero também! Olhando pra ela, eu percebi o quanto ela tava certa. Mas também sabia que, na minha posição, não dava pra ceder. Eu só queria garantir que ela ficasse bem, mas cada vez mais, parecia que isso tava nos afastando. A Babi me encarou com aquela mistura de raiva e frustração, e eu sabia que a conversa não tava indo pra onde eu queria. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela virou as costas e saiu correndo na direção do nosso barraco . Eu levantei num impulso e fui atrás. O coração batia forte, meio pela preocupação, meio pela raiva. Quando ela entrou no quarto e tentou fechar a porta na minha cara, eu empurrei de volta e entrei junto. — Babi, a gente precisa conversar , p***a ! — falei, quase sem fôlego, segurando a porta com uma mão enquanto ela se afastava, o rosto vermelho de raiva. — Conversar sobre o quê, Rafa? — ela gritou, a voz tremendo de raiva . — Sobre como você quer me manter trancada aqui pra sempre? Sobre como eu nunca vou poder viver a minha própria vida? Eu cansei disso! Eu me aproximei, tentando manter a calma, mas ela continuava, jogando as palavras na minha cara como se fossem facas. — Eu quero conhecer alguém, Rafa! Eu tenho direito de ter um namorado, de beijar na boca, de curtir a vida como qualquer outra pessoa! — As palavras saíram com tanta força que pareciam ecoar no quarto. Na hora, meu sangue ferveu de um jeito que eu nem sabia que era possível. O peito apertou e a cabeça começou a girar, imaginando alguém encostando na Babi, alguém se aproveitando dela. Só de pensar nisso, eu já sentia a fúria me dominando. — Namorado? Beijar na boca? — eu praticamente rosnei, a voz saindo baixa, mas cheia de raiva. — Cê tá maluca, Babi? Eu não vou deixar ninguém chegar perto de você, entendeu? Ninguém! Ela cruzou os braços, desafiadora. — Você não pode me controlar pra sempre, Rafa. Eu não sou mais uma criança! Eu tenho direito de viver minha vida, de ser feliz! Eu dei um passo pra frente, o rosto sério, tentando segurar a raiva que queimava dentro de mim. — Eu tô te protegendo, Babi. O mundo lá fora não é esse conto de fadas que você tá imaginando. p***a ! Eu não vou permitir que ninguém machuque você. Não vou deixar ninguém chegar perto de você. Ela me encarou, os olhos cheios de lágrimas, mas o orgulho ainda segurando firme. — Isso não é proteção, Rafa. Isso é prisão. Eu preciso viver, preciso sentir que tenho controle sobre a minha vida. Naquele momento, eu percebi o quanto tava perdendo ela, o quanto a minha tentativa de proteger tava virando uma barreira entre a gente. Mas, mesmo assim, a ideia de soltar o controle, de deixar ela sair por aí, era algo que eu simplesmente não conseguia aceitar. Eu era o irmão mais velho, e minha responsabilidade era garantir que nada de m*l acontecesse com ela. Custe o que custar. Continua ....
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