1- O Início de tudo
Amores , olha eu aqui com mais um lançamento para vocês . Este livro é diferente de tudo que já escrevi, mergulhando em um enredo que mistura paixão, obsessão e segredos profundamente enterrados.
Espero que vocês se envolvam com a história de Babi e Rafael, personagens que carregam em si uma intensidade que desafia o que consideramos ser amor e proteção. O caminho deles é repleto de curvas inesperadas e emoções à flor da pele, e eu estou ansiosa para que cada um de vocês possa sentir cada momento dessa história que vai ser babado .
Capítulo 1
Barbara ( Babi ) narrando :
5 anos atrás:
Cheguei em casa, larguei a mochila na entrada como sempre fazia. O dia na escola tinha sido um daqueles longos, mas eu só conseguia pensar em encontrar a minha vó. Só de saber que ela tava ali, me esperando com aquele sorriso cansado, mas sempre cheio de carinho, me trazia paz. Mas hoje... hoje a casa tava estranha, o silêncio pesava, sufocava.
— Vó? — chamei, meio sem jeito, tentando ignorar o frio na barriga que começou a me tomar. Não tinha resposta. Aí, eu vi. Vi ela caída no chão da sala, imóvel. Tudo ao meu redor parou. Corri até ela, me joguei no chão e a puxei para os meus braços, tentando acordá-la, tentando sentir qualquer sinal de vida.
— Não, não, por favor, não... — comecei a chorar, as lágrimas molhando meu rosto e caindo sobre ela. Segurava o corpo da minha vó, balançando, como se pudesse trazê-la de volta só pela força do meu amor, da minha vontade de que ela ficasse.
Ouvi a porta se abrindo, mas não consegui levantar a cabeça. Só quando senti a presença do Rafa se aproximando, é que levantei o olhar, com a visão embaçada pelas lágrimas. Ele entrou na sala e congelou ao nos ver ali, eu e a vó, naquele cenário que eu nunca quis imaginar.
— Babi... — ele murmurou, correndo até mim. Me puxou para um abraço forte, desesperado, como se quisesse me proteger de tudo aquilo. — Calma, Babi... Eu tô aqui, tá? Eu tô aqui...
Eu me agarrei nele, sentindo o calor do corpo do Rafa, tentando encontrar algum consolo naquela dor que parecia querer me destruir. Só que, por mais que ele estivesse ali, eu sabia que a partir daquele momento, tudo tinha mudado. A morte da minha vó era o fim de uma parte da minha vida que eu não sabia como deixar pra trás.
Enquanto chorava no peito do Rafa, senti que algo dentro de mim também começava a desmoronar. Minha vó, minha única família depois do meu irmão , eu já tinha perdido os meus pais muito novinha e nem me lembrava deles , e agora a minha vó que era tudo pra mim .
O tempo parecia c******r enquanto a gente ficava ali, abraçados, no meio do silêncio daquela sala fria. A vó entre nós, uma lembrança dolorosa de que, dali pra frente, nada mais ia ser como antes.
Eu não conseguia parar de chorar. A cada segundo que passava, a realidade ia se impondo, sufocando qualquer esperança de que tudo aquilo não passasse de um pesadelo. A minha vó tava ali, nos meus braços, mas já não era mais ela. O corpo dela tava frio, inerte... E eu sabia, sabia que não tinha mais volta. Minha cabeça rodava, uma mistura de desespero e negação.
— Não, Rafa... não pode ser... ela não pode ter me deixado... — consegui balbuciar entre os soluços, apertando ainda mais o corpo dela. Era como se, se eu segurasse forte o suficiente, ela pudesse voltar, pudesse me abraçar de novo.
Rafa afagava meu cabelo, mas a voz dele também carregava uma dor profunda, um sofrimento que ele tentava esconder de mim.
— Shhh... calma, Babi, eu tô aqui... — ele dizia, a voz embargada. — Eu prometo que vou cuidar de você. Sempre. Não vou deixar você sozinha, nunca.
— Mas, Rafa... e agora? Como vai ser sem ela? — perguntei, me sentindo completamente perdida. A vó era o nosso alicerce, a pessoa que mantinha tudo em pé. Sem ela, parecia que o mundo ia desmoronar.
— A gente vai seguir em frente, Babi. Eu vou estar aqui pra te proteger, te ajudar... — Ele falava, tentando me acalmar, mas eu sentia na voz dele que ele também tava perdido, tentando ser forte por mim. — Eu não vou deixar ninguém te machucar, nunca.
As palavras dele entravam no meu coração como uma promessa que eu queria acreditar, mas a dor era tão grande que nada parecia ser capaz de me tirar daquele abismo. Me senti pequena, frágil, como se tivesse perdido meu rumo. E o Rafa, por mais que tentasse, parecia tão quebrado quanto eu.
— Eu não sei o que fazer, Rafa... — sussurrei, me sentindo completamente desamparada.
— Você não precisa saber, Babi. Deixa comigo, tá? — Ele segurou meu rosto entre as mãos, me fazendo olhar nos olhos dele. — Eu vou cuidar de tudo. Não vou deixar nada de r**m te acontecer. Prometo, Babi, eu juro...
As palavras dele ecoavam na minha mente enquanto eu me agarrava a ele, buscando algum consolo no abraço apertado. Mas, mesmo assim, algo dentro de mim sabia que, apesar de todas as promessas, nada mais ia ser como antes. A ausência da vó era uma ferida aberta, uma lacuna que nem o amor do Rafa podia preencher.
A sala ficava cada vez mais fria, e o silêncio, antes reconfortante, agora parecia ameaçador. A única coisa que me mantinha em pé era a presença do Rafa, o irmão que sempre foi meu herói, meu protetor. Mas, naquele momento, até ele parecia vulnerável, quebrado.
— Eu só preciso de você, Rafa... — murmurei, sentindo as lágrimas ainda caírem sem parar.
— E você sempre vai me ter, Babi. Pra tudo. — Ele me apertou mais forte, como se quisesse me proteger do mundo, como se quisesse me manter a salvo de qualquer coisa que pudesse me machucar.
Aquela promessa, dita com tanta intensidade, foi a única coisa que me deu forças para levantar, para continuar.
Continua .....