Capítulo 5
Babi narrando :
Eu saí correndo do escritório do Rafa, com o coração batendo tão forte que parecia que ia sair do peito. Minha cabeça tava um turbilhão, e tudo que eu queria era fugir dali, me trancar no meu quarto e esquecer que a gente tinha brigado de novo.
Entrei no meu quarto e tentei fechar a porta, mas ele veio atrás, como sempre. Empurrou a porta, me seguindo, e eu já sabia que a discussão ia continuar.
— Babi, a gente precisa conversar! — ele disse, quase sem fôlego, segurando a porta com uma mão.
Virei pra ele, sentindo a raiva e a frustração tomando conta. Tudo que eu queria era que ele me escutasse de verdade, que entendesse o que eu tava sentindo.
— Conversar sobre o quê, Rafa? — eu gritei, sentindo a voz tremendo, mas sem conseguir segurar. — Sobre como você quer me manter trancada aqui pra sempre? Sobre como eu nunca vou poder viver a minha própria vida? Eu cansei disso!
Eu sabia que ele não ia entender, que ele nunca ia aceitar, mas eu não conseguia mais guardar aquilo dentro de mim.
— Eu quero conhecer alguém, Rafa! Eu tenho direito de ter um namorado, de beijar na boca, de curtir a vida como qualquer outra pessoa! — As palavras saíram de um jeito tão intenso que até eu me assustei.
Eu vi o rosto dele mudar na hora. Os olhos ficaram escuros, cheios de uma raiva que eu já conhecia, mas que ainda me assustava.
— Namorado? Beijar na boca? — ele repetiu, a voz baixa, mas cheia de raiva. — Cê tá maluca, Babi? Eu não vou deixar ninguém chegar perto de você, entendeu? Ninguém!
Cruzei os braços, tentando parecer forte, mesmo com as lágrimas ameaçando cair.
— Você não pode me controlar pra sempre, Rafa. Eu não sou mais uma criança! Eu tenho direito de viver minha vida, de ser feliz!
Ele deu um passo pra frente, e por um segundo, achei que ele fosse explodir. Mas ele só me encarou, sério, como se tentasse segurar a própria fúria.
— Eu tô te protegendo, Babi. O mundo lá fora não é esse conto de fadas que você tá imaginando. Eu não vou permitir que ninguém machuque você. Não vou deixar ninguém chegar perto de você.
Eu sentia as lágrimas nos olhos, mas não ia deixar ele me ver chorando. Não dessa vez.
— Isso não é proteção, Rafa. Isso é prisão. Eu preciso viver, preciso sentir que tenho controle sobre a minha vida.
Ele ficou me olhando, e por um momento, achei que ele tinha entendido. Mas aí ele desviou o olhar, como se não conseguisse aceitar o que eu tava dizendo. E foi aí que eu percebi que, por mais que eu tentasse, ele nunca ia me deixar ser livre. Pelo menos, não enquanto ele tivesse controle de tudo.
Eu não consegui segurar mais. As lágrimas que eu tava segurando desde que a gente começou a brigar desceram com tudo, e eu comecei a chorar na frente dele. Era tanto sentimento acumulado, tanta coisa que eu guardava dentro de mim, que quando finalmente explodiu, eu não sabia como parar.
O Rafa veio na minha direção, com aquele olhar preocupado que ele sempre tem quando me vê chorando.
— Babi... não chora, não. — Ele tentou me puxar pra um abraço, mas eu me esquivei, dando um passo pra trás.
— Sai daqui, Rafa! — gritei, enxugando as lágrimas com as costas da mão. — Eu já tô cansada disso! Me deixa em paz!
Ele não ligou pro que eu disse, insistiu em me abraçar, e dessa vez, eu não consegui me afastar. Ele me envolveu nos braços, me segurando forte, como se quisesse me proteger de tudo e de todos, mas ao mesmo tempo, eu sentia como se aquilo fosse me sufocar ainda mais.
— Eu só quero o seu bem, Babi... — ele sussurrou, e eu sentia a respiração dele perto do meu rosto, quente e cheia de preocupação.
Eu levantei a cabeça e nossos olhares se cruzaram. Por um segundo, o tempo parou, e eu senti o coração acelerar de um jeito estranho. O rosto dele tava tão perto do meu, e do nada, surgiu uma ideia maluca na minha cabeça: achei que ele fosse me beijar.
Mas, antes que eu pudesse entender o que tava acontecendo, ele me soltou de repente, como se tivesse percebido a mesma coisa e decidido parar antes de cometer uma loucura.
— Descansa, Babi. A gente conversa depois. — A voz dele saiu baixa, quase como um sussurro, e ele saiu do quarto sem olhar pra trás.
Fiquei ali, parada no meio do quarto, o coração batendo rápido e a cabeça cheia de pensamentos confusos. Sacudi a cabeça, tentando espantar aquela ideia boba. Claro que o Rafa não ia me beijar. Ele era meu irmão, só tava tentando me consolar, proteger, como sempre fez.
“Isso é bobagem da minha cabeça,” pensei, tentando convencer a mim mesma. Mas, por algum motivo, a sensação daquele momento ficou comigo, como se algo tivesse mudado, mas eu não conseguia entender exatamente o quê.
Deitei na cama, ainda tentando processar tudo que tinha acontecido. A discussão, o choro, o jeito como o Rafa me abraçou, e aquela sensação estranha que ficou no ar... tudo tava misturado na minha cabeça, como um emaranhado de pensamentos que eu não conseguia desembaraçar.
Olhando pro teto, comecei a pensar no Rafa. Ele sempre foi tão protetor, tão presente na minha vida, que às vezes eu esquecia de olhar pra ele como ele realmente era. Além de ser meu irmão, ele era um cara lindo, atraente, e por mais que eu tentasse ignorar, eu sabia que a maioria das meninas do morro se jogava pra cima dele. Não tinha como não notar: o jeito que ele andava, seguro de si, o olhar intenso, o sorriso meio torto... tudo nele exalava confiança e poder. E claro, as meninas piravam nisso.
“Será que um dia eu vou encontrar alguém assim?” pensei, sem conseguir evitar a comparação. Era estranho, mas às vezes eu me pegava desejando que o meu futuro namorado fosse como o Rafa. Alguém que me protegesse, que tivesse essa força, essa presença... mas que ao mesmo tempo me deixasse viver, me deixasse ser eu mesma.
Suspirei, virando de lado na cama. Talvez fosse isso que eu realmente queria: um cara que fosse como o Rafa em alguns aspectos, mas que não tivesse essa obsessão em me proteger de tudo. Alguém que soubesse o limite entre cuidar e controlar.
Eu sabia que tava sendo boba, que esse tipo de pensamento era só uma forma de lidar com tudo que tava acontecendo. Mas não conseguia evitar. Afinal, era difícil não admirar o Rafa, mesmo com todas as complicações que vinham junto.
“Preciso de alguém que me entenda,” pensei, fechando os olhos, tentando afastar os pensamentos confusos. Mas a imagem do Rafa continuava ali, na minha cabeça, como se ele fosse o padrão que eu inconscientemente tinha definido para o que eu queria em um namorado. Alguém que, de certa forma, fosse tão forte e protetor quanto ele... mas que também me deixasse viver a minha própria vida.
Esses pensamentos ficaram rondando na minha cabeça até que, finalmente, o cansaço tomou conta e eu acabei pegando no sono, ainda envolta nessas ideias confusas.
Continua .....
Recadinho da autora :
Tinha gente perguntando se eles são irmãos de sangue . Só leiam bem a sinopse que vão entender .
Eu jamais escreveria um insesto 😘
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