Capítulo 6
Rafa narrando :
Eu fiquei ali parado na porta do quarto dela por uns segundos, tentando controlar a raiva e o turbilhão de pensamentos que estavam girando na minha cabeça. O jeito que a Babi me olhou, aquele momento estranho que rolou... Pô, isso não tava certo. Era minha irmã, a única pessoa que eu tenho de verdade nesse mundo, e eu tava perdendo o controle, misturando as coisas na minha cabeça de merda .
Saí do quarto dela e fui direto pro meu, tentando botar ordem nos pensamentos. Babi... c*****o, essa mina tá me tirando do eixo, e nem é culpa dela. Ela só quer viver a vida dela, fazer as coisas normais que qualquer mina da idade dela faz. Mas p***a, eu não consigo relaxar sabendo que tem um monte de pelego por aí que ia dar tudo pra chegar perto dela.
Sentei na cama, encostei as costas na parede, e fiquei olhando pro teto. Tudo que eu faço é pra proteger ela, manter ela longe desse mundo sujo que eu vivo. Mas, ao mesmo tempo, ela tá crescendo, tá virando uma mulher... E eu tô aqui, cada dia mais puto só de pensar que alguém pode chegar perto dela com segundas intenções.
Eu não devia ter me irritado tanto, não com ela. Mas ver ela daquele jeito, com aquele top branco e o shortinho preto... Ela não faz ideia do efeito que tem nos outros, do quanto ela tá gostosa , do quanto isso mexe com a cabeça de qualquer um. E não é só beleza, não. Ela tem uma doçura, uma inocência que é rara por aqui. E eu? Eu tô ficando maluco, tentando proteger o que eu sei que vai acabar fugindo das minhas mãos uma hora ou outra.
Fiquei me lembrando da cena de agora pouco, ela correndo pro quarto, chorando e me xingando, e eu tentando acalmar ela. Ela tá certa em querer viver, mas p***a, o que eu posso fazer? Deixar ela se jogar na rua, se meter com qualquer um? Não, não tem como. Não comigo aqui. Ela não entende o perigo, não sabe quantos inimigos eu tenho, quantos fariam de tudo pra me atingir. E ela é meu ponto fraco, a única coisa que pode me derrubar.
A verdade é que eu tô perdendo o controle de tudo isso. Fico furioso só de imaginar algum cara colocando as mãos nela, tentando alguma coisa. Aí eu me lembro do vapor que se engraçou pra cima dela... Acabou morto antes de poder piscar. Aqui, a regra é clara: ninguém encosta na Babi. Só que ela não vê assim, acha que eu tô sufocando, prendendo ela. E talvez eu esteja mesmo, mas não consigo ser diferente. Ela é minha irmã, minha responsabilidade, e eu vou proteger ela de tudo, nem que isso custe meu próprio juízo.
Passei a mão no rosto, tentando afastar os pensamentos que me consumiam. Mas o cheiro dela ainda tava ali, impregnado em mim, me lembrando do que eu nunca vou poder ter, do que eu nunca deveria sequer pensar.
“Ela é tua irmã, p***a,” repeti pra mim mesmo, tentando botar juízo na cabeça. Mas cada vez que penso nisso, parece que a única coisa que faço é afundar mais nesse emaranhado de sentimentos. f**a-se. Eu vou cuidar dela, como sempre fiz, e ninguém vai tocar na minha princesinha. Ela pode até me odiar, mas é pro bem dela. É a única forma que eu conheço de amar.
Saí do meu quarto com o sangue fervendo, tentando afastar da cabeça aquela cena de antes. Peguei a pistola na gaveta, prendi na cintura, e o fuzil já tava encostado na porta, me esperando. Antes de sair, resolvi dar uma passada no quarto da Babi, só pra ver se tava tudo tranquilo.
Quando abri a porta devagar, ela tava lá, deitada
com a bundona pra cima, dormindo que nem um anjo. Me aproximei, tentando fazer o mínimo de barulho possível, e fiquei ali, só olhando. Era gata demais, toda delicada, mas também cheia de curvas. Tinha aquele jeito de menina, mas o corpo de mulher... e isso tava me deixando louco.
Dei um suspiro pesado e neguei com a cabeça, tentando afastar os pensamentos sujos. “Ela é tua irmã, p***a,” me lembrei mais uma vez. Fechei a porta devagar e saí dali, com o peito apertado e a mente a mil.
Peguei minha moto e rachei o calçamento até a boca. O vento na cara ajudava a esfriar um pouco a cabeça, mas não resolvia tudo. Estacionei na frente, joguei a moto de lado, e fui direto pro meu escritório. Só que antes de chegar lá, senti uma mão segurando meu braço. Olhei de lado e vi que era a Alice, toda arrumada como sempre, com aquele jeitinho de quem acha que manda na situação.
– E aí, Rafa, tá sumido – ela disse com um sorriso de canto, me puxando mais pra perto.
Alice era bonita, não dava pra negar, mas hoje eu não tava no clima. A mente ainda tava cheia da Babi, da conversa de antes, e Alice não tinha nada a ver com isso.
– Tô ocupado, Alice. Agora não , pô– respondi seco, tentando tirar o braço dela.
Mas ela não largou fácil.
– Pô, Rafa, não vai dar nem um oi pra mim? Cê sabe que eu tô sempre por aqui, te esperando.
Revirei os olhos e puxei o braço de volta, sem muita paciência.
– A gente já conversou sobre isso, Alice. É só pegação, nada mais. Não vem querer cobrar compromisso. Quando eu tiver afim eu te chão , tá ligada .
Ela soltou uma risada baixa, passando a língua pelos lábios.
– Sei bem como cê gosta, Rafa. Mas uma hora cê vai querer mais, e eu vou tá aqui, te esperando.
Passei a mão na nuca, irritado. Alice podia ser gata e tudo mais, mas ela não tinha a menor ideia do que tava rolando na minha cabeça. Pra ela, era tudo jogo, uma brincadeira de poder e atração. Mas pra mim, as coisas tão muito mais complicadas que isso.
– Cê tá viajando, Alice. Vai cuidar da tua vida e me deixa trabalhar – falei, mais ríspido do que planejava, e fui andando pro meu escritório, deixando ela ali com aquela expressão de quem não aceita um não.
Eu tinha problemas maiores pra resolver, e nenhuma paciência pra joguinho de sedução. Minha mente tava presa em outra coisa... ou melhor, em outra pessoa. E, por mais que eu tentasse, não conseguia afastar a imagem da Babi dormindo, toda linda e vulnerável. O desejo de proteger ela tava misturado com algo que eu sabia que não podia sentir. Mas no fundo, essa merda já tava me consumindo por dentro.
Continua ....
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