Capítulo 04 - TH

1102 Words
TH NARRANDO Quando eu e minha mulher tomamos conta da parada aqui, o bagulho foi louco, irmão. Meus fiéis, você não tem ideia da dor de cabeça que eu tive. Vou dar um resumo aqui pra vocês, essa quebrada era do TCP, nossos inimigos mortais, um comando dos cüzão, do chefe até o olheiro mais vagabundo que tiver. A quebrada era uma zona, os cara só sabiam cobrar dos comerciantes, mas de resto não tinha lei nenhuma. O tanto de mina que Keila ajudou, que foram vítimas de abuso pelos antigos chefes. Foi aí que Keila decidiu que queria se ligar, queria aprender tudo que eu e minha coroa sabemos. E criou a parada dela, uma ONG onde ela ajuda as minas. A gente demorou, mas botamos tudo nos eixos, montamos um esquadrão da pesada, no pique do nosso comando. Cês sabem que eu sirvo ao comando, mas não sou dos de frente. Só vou quando o chefe manda a missão, uma parada mais braba, aí eu tô junto. Keila sempre tá pronta pra botar pra fazer umas missões, se ela tá na fita, pode crer que o serviço vai ser top. Minha coroa morre de orgulho da minha mulher e eu nem sei o que dizer, né. Eu e a Keila, ainda não casamos. Não passei a fiel para o meu nome, teve um tempo que a minha coroa tava cobrando demais, como tava cobrando o neto. Mas a minha mulher quis primeiro é aproveitar o nosso momento a dois para depois a gente meter mola e fazer o neto da dona Lara. Já o casório não foi uma fita combinada, foi um BO atrás do outro. E a gente foi deixando o tempo passar, meu tio se casou, meus dois primos, Cleber e os IC se casaram. Então eu decidi que já tá na hora de me amarrar também. Quer dizer já estou amarrado, só falta o padre dizer amém. Já passei a fita para minha coroa, Vamos dar um bailão. Eu vou pedir a mão da patroa em casamento, na presença da Nossa quebrada e dos nossos aliados. Hoje eu tava dando um rolê pela comunidade, passando pelos comércios, quando comecei a ouvir a galera reclamando. Primeira parada, na padaria do Seu Zé, Essa padoca era da Keila, Mas ela ficou sem tempo, e passou o ponto. ele tava bolado, dizendo que o caixa foi roubado na madruga. Saí de lá e fui na quitanda da Dona Marlene. Ela contou que uns moleques passaram e levaram frutas e legumes sem pagar nada. Meu sangue começou a ferver, porque segurança aqui é a nossa responsa. Mais pra frente, encontrei o Carlinhos na lojinha de eletrônicos. Ele tava com uma cara de preocupado, falou que uns caras invadiram a loja e levaram celular e TV. Não deu pra deixar passar. Fui na barbearia do Jorginho, e a mesma história. Jorginho tava transtornado, disse que até as tesouras levaram. E os moleque que estão fazendo isso, são os mesmos. Pelas câmeras de segurança, dá para ver o biotipo. Porém eles estão usando touca ninja, camisa de manga comprida preta e calça preta. Nunca olham para o lado das câmeras, das duas uma. Ou é vapor, ou é morador. Mas que conhece muito bem cada lugar que foi roubar. Parei tudo e chamei meus homens de confiança, os que sempre tão na linha de frente comigo. Sabia que o bagulho tava ficando sério e preciso agir rápido. Cheguei no QG e convoquei o Loreto, o penugem e o Bira. Expliquei pra eles que a situação tava feia, os comerciantes tavam sofrendo e a moral da comunidade tava em jogo. — Cês tão ligado que essa parada tá fora de ordem, estão pensando que aqui não tem regra. Que a lei foi pra casa do Caralhø, quero os três trabalhando nisso, No rastro desses moleque. Eu vou ensinar o que acontece com o rato na minha quebrada — Dei o papo reto já boladão, não aceito esse tipo de atitude no meu pedaço. Os caras partiram na hora. Fiquei no aguardo, sabendo que eles iam trazer resultados. Aqui, na nossa comunidade, segurança e respeito aos moradores é palavra de ordem. Fiz uma ligação, pra uma Paty que pega as paradas com nós, para vender na faculdade, e lá no condomínio de luxo onde ela mora. Só vende para os playba, Key não gosta da mina, mas eu não confundo, trabalho com gostos pessoais. Se fosse assim, eu já teria matado metade do meu exército, já que os caras vivem babando em cima da minha mulher, quando ela brota na boca principal. Faz tempo que essa patricinha tá me devendo, já tive muito prejuízo, todas as vezes que eu ligava. Ela pediu um prazo, foram duas vezes ao total. A terceira vez ela já tá ciente do que aconteceria. Liguei e a cachörra não me atendeu, tentei de outro número, e ela não atendeu. Liguei para um contato meu do asfalto, e botei no rastro dela. Só para me dar a fita de onde ela está, já sei quem vai buscar o meu pagamento. Fui almoçar em casa e deixei a Keila avisada, que assim que eu tiver uma resposta, ela vai descer para pista e fazer a cobrança. — Vou poder fazer a cobrança do meu jeito chefe? — Ela perguntou sorrindo e mordeu o cantinho da boca, de um jeito que me deixa louco. surtadão. — Você pode fazer o que quiser, até incorporar a baba yaga. Desde que traga o meu pagamento — falei e enfiei minha mão entre os seus cabelos na nuca, puxei ela para um beijo. Deixei a Keila arrumando o material dela, minha mulher brinca de tudo, qualquer arma de fogo, e qualquer arma branca também. Além de saber lutar muito bem. Ela imobiliza qualquer um, com golpes certeiros. Assim que cheguei no QG. Acendi um beck, e abri o sistema E mais uma vez vi a minha cara estampada nas páginas policiais, agora estão me acusando de ser puxador. É um Caralhø mesmo, liguei para o Cleber na mesma hora, e pedi para ele tirar a minha cara daquela porr@, parece que o Cüzão do Fagundes não cansa, sou puxador só se for do meu paü para bater pünheta, assim que tive o retorno, A patricinha já tá no condomínio onde ela mora. Liguei para Keila e mandei a localização, Falcão vai tá na pista esperando por ela. Penugem e Loreto me trouxeram os ladrãozinhos, já abri aquele sorriso, hoje vai ser corretivo só na base da Malemolência. Neguïm vai aprender como é viver na minha quebrada.
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