Capítulo 10

1931 Words
Nathan POV Ele conseguiu ver o identificador de chamadas. Tim. Sentiu Havoc rosnar um pouco em sua mente, ainda não gostava da ideia de outra pessoa tocar em sua companheira. Nathan teve que lembrá-lo de que ela não era deles há muitos anos. Que não era como se eles não tivessem tido outra pessoa também. — Agora ela é minha. — Havoc rosnou para ele. — Sim, e ela vai acabar com ele. Sabe que tem que fazer isso. Nos aceitou, Havoc. — Ela vai fazer isso agora? — Não sei. — Nathan estava observando-a, podia ver que ela estava tentando decidir se atendia ou não, olhou para ele e ele sabia que ela não queria que ele estivesse no quarto. Ele não gostava disso, mas não podia forçá-la a atender aquela ligação ou terminar aquele relacionamento enquanto ele a observava. Ele queria dizer para ela fazer isso, mas não podia. Sua vida humana, uma vida que ele tinha forçado sobre ela ao bani-la, era algo que ela ainda precisava fechar, e Tim era parte desse mundo para ela. Infelizmente, Tim era uma consequência das próprias ações dele e de Havoc. — Diga a ela para fazer. — Não. — Nathan disse ao seu animal. — Jay-la, atenda, vou te dar um pouco de privacidade. — Ele declarou e então, se afastou do balcão e saiu do quarto para fazer exatamente isso. — Temos que confiar nela, deixá-la fazer isso no tempo dela. — Ele disse a Havoc enquanto caminhava em direção ao seu quarto. Ele tomaria banho e trocaria de roupa, deixando-a resolver as coisas com aquele homem, do jeito dela. Dizer a ela para fazer isso só a deixaria mais zangada com ele novamente. Não gostava disso, para ser honesto, quando ela se afastava dele. Não gostava nem um pouco. Ela nunca tinha ficado brava com ele quando Sophia apareceu, apenas se afastou instantaneamente, deu a ele o que ele queria, ela sempre tinha, ele agora percebia. Talvez agora fosse a hora de retribuir o favor, mostrá-la que ele podia ser o mesmo. Dar a Jay-la o tempo que ela precisava. Ele tomou banho e pensou naquele mesmo dia, nos poucos dias que antecederam o banimento de Jay-la, pensou em como ela deve ter se sentido. Naquela época, ele realmente não se importava, estava muito envolvido com o vínculo de companheiros. Ele nem se aproximou dela. Abandonou-a no instante em que sentiu o cheiro de Sophia, Jay-la estava bem ali dentro da matilha naquele dia, ela sabia disso. Viu-os juntos, viu que eles haviam sido marcados e acasalados em um único dia. Nathan fechou os olhos e encostou-se na parede do chuveiro, desejando nunca ter conhecido Sophia. Nada disso estaria acontecendo agora. Ele teria ficado chocado com a notícia de ela estar grávida. Mas também sabia que a teria reivindicado. Ele não queria estar com mais ninguém enquanto estivesse com ela. Ele nem mesmo olhou para outra loba desde o momento em que se uniram. Ela teria sido sua Luna antes mesmo de os trigêmeos nascerem. Provavelmente teria apenas olhado para ela e, depois de se recuperar do choque de se tornar pai, a teria puxado para si e enterrado suas presas nela e a teria acasalado ali mesmo. Provavelmente nem teria pedido permissão, apenas a teria reivindicado. Seus filhos teriam nascido aqui, crescido aqui dentro da matilha, mimados até mais, não só por ele, mas também por seus pais, pelos pais dela. Não haveria problemas entre ele e o pequeno Nate de jeito nenhum. Ele ficaria feliz andando pelo seu ombro, o chamando de papai. Nathan suspirou profundamente enquanto ficava ali encostado, ligou a mente para Stephen e fez a pergunta que realmente não queria saber a resposta: — Stephen, quando conheci a Sophia, você sentiu algo em relação à Jay-la? — Por que me perguntar isso agora? — foi a resposta que ele recebeu de seu Gamma. Nathan franziu a testa com a resposta do homem. — Estou curioso. — Ele perguntou. Não era típico de Stephen se desviar de uma pergunta. — Eu realmente não a via, ela ficava longe na maioria das vezes, eu acho. — Então você não sabe? — Não, embora eu possa arriscar um palpite, considerando o que ela sentia por você na época. Ele não precisava ouvir isso de seu Gamma. Jay-la sempre manteve as coisas divertidas e brincalhonas com ele. Sabia que ela não era sua companheira, não parecia estar excessivamente ligada a ele, como Nathan se lembrava. Eles se divertiram muito, e ele pensava que era isso que acontecia com ela até agora, até aquelas palavras. — Eu quero saber. — ele disse. — Ela te amava. Afastou-se no segundo em que Sophia chegou e então... — Eu fui um completo i****a. — Ele finalizou a frase de seu Gamma. — Sim. — Foi a resposta, nenhum hesitou. Provavelmente todos pensavam a mesma coisa. Nathan encerrou a ligação mental. Seu próprio Gamma sabia que ela estava apaixonada por ele, provavelmente teria sentido, mas nunca disse nada, nem mesmo depois que ele a baniu. Talvez as coisas tivessem sido diferentes se ele soubesse. Não podia garantir. Ele bateu a cabeça contra a parede três vezes, antes de desligar a água e sair. Apenas mais uma coisa na sua lista pela qual ele teria que se desculpar. A lista seria tão longa quanto ele estava alto no ritmo em que estava indo. Ele se secou e apoiou-se na pia, apenas encarou seu reflexo no espelho. Nathan havia banido uma mulher apaixonada por ele, grávida de seus filhos. Ele seria visto na história desta matilha como o Alfa mais e******o que já reinou. Ele tinha muita sorte de ela tê-lo aceitado de volta. Não era de admirar que uma parte dela tenha lutado tão arduamente para se manter afastada. Seu pai havia dito a ele que era porque ela tinha medo de Sophia. Mas e se outra parte dela tivesse sido quebrada por ele, e ela simplesmente não quisesse vê-lo de jeito nenhum, nunca mais? Agora Jay-la estava acasalada com ele, com o homem que a machucou, a abandonou e a baniu, fez com que ela se virasse por si mesma, sem p******o e sozinha por causa dele. Ela perdeu todos que conhecia e amava num piscar de olhos. Porque ele tinha sido um i****a egoísta. Ele socou seu próprio reflexo e quebrou o espelho. Suspirou profundamente enquanto um milhão de fragmentos afiados choviam sobre a pia e no chão ao redor. Se afastou da pia e saiu do banheiro para se vestir e limpar o sangue dos nós dos dedos. Mentalmente, chamou sua ômega pessoal e pediu que ela viesse limpar a bagunça no banheiro, um espelho quebrado. Não demorou muito para que ela chegasse com uma caixa vazia, uma pá e uma vassoura. Ele a acenou para entrar na suíte e a agradeceu por vir depois do expediente. Ele viu que as três crianças estavam olhando para a ômega enquanto ela atravessava a sala de estar da suíte em direção ao quarto principal, então encontrou três pares de olhos nele. — Eu quebrei o espelho, ela está aqui para limpar, só isso. — Ele disse a eles, para esclarecer qualquer confusão sobre uma garota que não era sua mãe, entrar no quarto dos pais. Ele tinha problemas suficientes no momento, não precisava que o Nate ou as meninas pensassem que ele estava traindo a mãe deles. Não precisava que o Nate o odiasse por mais motivos do que já tinha agora. Nathan abriu a porta da sala de jantar para ver se Jay-la tinha terminado sua ligação. Ela estava apenas sentada no balcão da cozinha, a ligação havia terminado. O telefone estava na frente dela, no balcão. Ele queria perguntar se ela tinha terminado com Tim, mas não o fez. O homem tinha sido ouvido gritando sobre casamento e a resposta dela tinha sido: "quando você me pedir". Ele se perguntou se Jay-la estava apaixonada pelo humano. Ela disse que não, mas poderia ter mentido para ele, preocupada com a reação dele, e agora estava lidando com estar acasalada com ele. Ela tinha que lidar com ter os dois em seu coração. Talvez fosse por isso que ela o afastou, ficou tão irritada e zangada com ele. Ela nem sequer disse a ele por que estava zangada até agora. — Está tudo bem? — ele perguntou ao invés disso. Ela assentiu, mas não olhou para ele, estava olhando para o nada do outro lado da cozinha. Ele não tinha ideia se isso significava que ela tinha terminado seu relacionamento com Tim ou não. — Pergunte a ela. — Havoc mandou diretamente para ele. — Deixe pra lá, Havoc, foi você quem me disse para não irritá-la. — Seu animal saiu andando. Maldito lobo! Não conseguia decidir por si próprio, ambos estavam em conflito agora mesmo, parecia. — Eu quebrei o espelho do banheiro, Misty está aqui para limpar. — Ele disse a ela, viu-a se virar e olhar diretamente para ele agora. — Como é o seu temperamento? Não me lembro de você realmente ter um enquanto crescia. Ele notou que ela disse enquanto crescia, não quando estavam juntos. — Às vezes posso perder o controle... não vou mentir para você. Acontecia quando eu era companheiro de... — ele parou essa frase no meio, não querendo trazer à tona o motivo pelo qual a tinha banido. Ela arqueou a sobrancelha para ele. Nathan não sabia se era porque ele estava se abstendo de dizer o nome de Sophia ou porque tinha afirmado que perdia o controle. — No momento, está sob controle. Na maior parte do tempo, Havoc é o problema quando ele fica irritado. Nem sempre consigo contê-lo. — Não quero que as crianças vejam isso. — Concordo e já falei isso para ele. Embora eu também tenha percebido que ele se acalma facilmente com a presença de Kora, ele estava muito mais irritado esta tarde, e eu estava lutando para controlá-lo, mantê-lo dentro de mim. Jackson te trouxe para o quarto e Havoc se acalmou consideravelmente... Porém. — Porém? — Ainda conseguiu tomar o controle de mim para chegar até ela. Às vezes ele é uma força a ser reconhecida. Arranca-me à vontade na maioria das vezes, mas apenas quando realmente fica irritado. — Bom saber. — Jay-la acenou com a cabeça. — O que o irrita? Eu gostaria de evitar isso, se possível. Não sei como lidaria com isso, para ser honesta com você. Ele olhou diretamente para ela, Jay-l nem sequer sabia como lidaria com isso, se perguntou se uma parte dela ainda tinha medo dele, ela tinha visto esse lado dele. Era possível. Tudo o que ele podia fazer era responder a pergunta dela honestamente. — Muitas coisas, mas, principalmente, ameaças relacionadas à matilha, você não é algo que o irrita, sua presença o acalma na maioria das vezes. — Ele sorriu um pouco para ela. — Ele gosta de olhar para você, apenas... sentar e olhar para você. — Ele balançou a cabeça um pouco. — Ele é um pouco diferente perto de você, não é o que estou acostumado, uma coisa boa, porém. Ele não vai tolerar ninguém te machucando, disso eu tenho certeza. Provavelmente arrancaria de mim e assumiria o controle total se ele sequer achar que você está ameaçada. — Não deve ser bonito, em outras palavras. — Não para quem pretende te machucar. — Ele balançou a cabeça. — Ele é um Lobo Alfa e imagino que a morte chegará rápida e violenta para qualquer um que ameace sua companheira.
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