O Príncipe da Cidade Forte Marrom

1865 Words
Ponto de Vista: Saga Meu coração batia tão alto que se não fosse os gemidos atrás da parede, estaríamos ouvindo-o. Dei um passo atrás e instintivamente suspendi a mão para pegar minha espada ausente. _ Você quer a minha? _ perguntou o estranho com voz rouca, encarando meu corpo e puxando a túnica para o lado onde ficava sua espada. Olhei para baixo e vi que meu gesto de tentar pegar uma espada que não estava comigo, fez a capa abrir e revelar minha camisola minúscula. Baixei o braço e fechei a capa nervosamente. _ Não deveria estar andando por essa passagem tão tarde da noite, poderia encontrar alguém com más intenções. _ disse o homem sorrindo pelo canto da boca. Eu não conseguia ver seu rosto, pois estava tão coberto quanto o meu, e as tochas acesas deixadas pelos servos, já estavam praticamente desaparecendo. A única coisa que podia constatar era que ele não sabia quem eu era, pois não tinha se curvado ou usado o pronome de tratamento. _ Deixe-me passar. _ ordenei em tom baixo. _ Mas você ainda não me disse quem é. _ comentou o homem alto. _ Sou apenas uma serva. _ menti. _ Vá para o lado para que eu possa passar. _ Uma serva não estaria vestida com essas roupas, eu já vi roupas de dormir de servas e não chegam nem perto do que você está usando. _ comentou o homem dando um puxãozinho na minha capa. _ Sou uma serva com privilégios. Deixe-me passar, minha senhora está me esperando. _ falei dando um passo a frente, mas ele não saiu do lugar e fiquei muito próxima do seu peito largo, seu cheiro amadeirado misturado com conhaque era inebriante. _ É serva da Rainha ? _ perguntou o encapuzado e podia jurar que estava me cheirando. _ Sou sim! _ menti dando novamente um passo desconcertado para trás. _ Você cheira tão bem! Deve ser o cheiro dela. É verdade o que dizem? _ perguntou o homem me encarando no escuro. _ O que dizem ? _ perguntei curiosamente, ciente de estar na presença de um homem desconhecido e sem proteção. _ Que ela é feia como um dragão. _ respondeu o homem rindo. _ Não é verdade isso! _ disse alto demais. _ Fale baixo! _ ele sussurrou me puxando para ele e tampando minha boca. _ Os gemidos acabaram, nossa conversa pode ser ouvida pelas paredes. _ Não estão interessados em conversas de servos. _ falei, mas não estava convencida de que ele era um servo, pois ele nunca havia me visto, poderia ser servo de algum convidado ou até mesmo um convidado. _ Não sou servo! _ afirmou o homem ainda me segurando. _ E você também não é. _ Deixe-me passar. _ ordenei novamente. _ É amente da Rainha ? Quem é você ? _ perguntou o homem com voz rouca e pude sentir sua ereção antes de me soltar. _ A Rainha não tem amantes. _ sussurrei voltando para o lugar em que estava, sentindo a ausência de seu calor. _ Todos da corte tem amantes, imagine a Rainha. _ declarou ironicamente o encapuzado. _ Essa não é a sua corte. _ falei irritada. _ Todas as cortes são iguais. _ argumentou o homem. _ Você deve viajar muito. _ comentei debochadamente. _ Não tanto, mas as fofocas voam com o vento. _ riu o homem. _ sua rainha, por exemplo, dizem que tem até escamas e não precisei vê-la para saber disso. _ Quando encontrar com ela, olhe bem para ela, pode ficar um pouco surpreso. _ sugeri ciente de que ele estava tentando me irritar. _ Dizem que ela cavalga como um homem e vai para a batalha com seus soldados como poucos Reis tiveram coragem. Já vi mulheres assim que tinham interesse apenas em outras mulheres. _ comentou o homem pegando uma mexa que saiu de meu capuz e passando entre os dedos, cheirando o ar. _ Ela... ela. _ gagueijei e não consegui terminar o que queria falar, pois o sentia próximo demais no corredor cada vez mais escuro. _ Você toma banho com o resto da água dela? Ou toma banho com ela? _perguntou novamente o homem e se ele pudesse ver meu rosto, saberia que eu estava corando como nunca corei antes. _ Ela vai se casar com um homem. _ declarei como se isso fosse o suficiente. _ Muitos homens e mulheres casados continuam tendo amantes, é muito comum, você continuaria na cama dela. _ falou o homem soltando a mexa de meu cabelo. _ Deixei-me passar. _ ordenei novamente e dessa vez o empurrei com toda força para as paredes do corredor, sabia que um homem daquele tamanho não se moveria a menos que fosse surpreendido e ele foi. Corri pelo corredor, ouvindo o som do seu sorriso, era algo de aquecer o estômago, mas ignorei a bagunça que aquele som fez na minha barriga e desci as escadas apressadamente, mas não ouvi passos me seguindo. Passei pela entrada da cozinha e fechei rapidamente a prateleira de mantimentos. Não poderia voltar para o meu quarto que ele saberia quem eu era ou suspeitaria, mas uma serva voltando para a cozinha era algo meio óbvio. A cozinheira estava amassando um pão e tomou um susto quando me viu. Eu não precisava dizer quem eu era, pois ela me conhecia bem e fez rapidamente uma reverência longa. _ Minha Rainha, não deveria estar andando por esses corredores tão tarde da noite. O palácio está cheio de estrangeiros. _ disse a senhora gordinha limpando as mãos de farinha no próprio avental. _ Estava com fome e não consegui dormir. _expliquei. _ Mandarei deixarem sempre uma bandeja com frutas e queijos para a senhora antes de dormir, mesmo que não coma, a bandeja só será retirada pela manhã. _ disse a senhora limpando uma cadeira com um pano. _ Obrigada Berta, você é maravilhosa. _ falei me sentando na cadeira para comer o que ela estava colocando a minha frente com meus pensamentos ainda no homem encapuzado. _ Servi a sua avó e a seu pai. Nenhum dos dois viam na minha cozinha, mas a senhora tem esse hábito desde pequena. _ comentou a mulher rindo enquanto pegava mais conservas e colocava a minha frente. Berta, quero te perguntar algo, mas se não se sentir confortável, não precisa responder. _ expliquei fazendo a cozinheira sentar ao meu lado. _ Os Reis e Rainhas desse palácio tiveram amantes ? _ Bem, veja bem, nossa, que pergunta. _ ela procurava as palavras para usar se abanando e corando. _ Seu pai não, claro. _ Por que meu pai não ? _ perguntei oferecendo um pedaço de bolo. _ Sua mãe tinha um jeito de prender as pessoas quando falava, e seu pai era nitidamente apaixonado por ela. _ disse a cozinheira. _ Mas sua avó teve muitos amantes, principalmente depois da morte de seu avô. _ Parece que ter amantes é visto como algo normal. _ confessei lembrando ainda da conversa. _ Se for feito de forma discreta. _ comentou a cozinheira quase se entalando com o bolo e engolindo apressadamente o chá para o bolo descer. _ a massa está muito seca. Comi e pedi a ela para chamar um guarda, não voltaria pela passagem. Ela achou bem sensato de minha parte e subi para o quarto com guardas me acompanhando. Revirei na cama ainda pensando em sua boca e o som de seu sorriso irônico. Ele parecia ser jovem, mas era impossível saber com tanta escuridão. Senti vontade de tatear seu peito musculoso, mas afastei esse pensamento quando ele começou a tentar me irritar. Ele conseguia preencher quase o corredor todo. O sono chegou e quase não percebi quando dormi ainda curiosa sobre o homem no corredor secreto do palácio. Apenas alguns servos antigos sabiam dessas passagens e poucos se aventuravam por aqueles corredores. O dia foi longo com mais convidados chegando e intermináveis reuniões com chás, frutas e biscoitos para conhecer cada família. A noite chegou e escolhi um vestido longo solto, da cor azul marinho brilhante, que não era um dos sete feitos pela costureira para essa semana, com decote fundo que deixava metade de meus s£ios à mostra e o centro de meu abdômen definido dos treinamentos. Escolhi um sutiã de sustentação em ouro que abraçava ao redor dos meus s£ios como pulseiras. A peça valiosa não tinha tecidos, era apenas o arco de ouro que garantia a sustentação, senti o metal frio tocando meu p£ito e observei o quanto eles ficavam grandes e cheios com a jóia. Era pra ser usado assim, visível, o vestido taparia meus m@milos que o sutiã não tapava. A serva abotoou as correntes do vestido em minhas costas e pescoço, pude sentir a sobra balançando em minhas costas nua com um diamante em sua ponta. Olhei-me no espelho e me senti extremamente linda e confiante. Eu precisava disso ao ouvir tantos boatos relacionados a minha beleza. _ Farei um penteado alto, deixando seu pescoço e rosto a mostra. Além da coroa, prenderei diamantes segurando as mechas de seu cabelo. _ disse a cabeleireira colocando as jóias em minha frente. Depois de pronta constatei que eu realmente era uma das mulheres mais lindas do reino. Mas outras vestidas com tanto luxo também se sentiriam iguais. Fui anunciada no salão principal para o jantar e as conversas cessaram quando apareci na grandiosa porta. As mulheres estavam boquiabertas olhando para os meus s£ios, provavelmente pensando em como eu tinha coragem de usar tal peça atrevida. Os homens ajeitavam-se em seus lugares e tentavam disfarçar enquanto mediam minhas curvas. Todos fizeram reverências e alguns príncipes reverências exageradas demais, olhei para a mesa onde meu conselho já estava sentado e caminhei em direção, bastante consciente do vestidos deslizando por minhas curvas e mostrando meus quadris largos e cintura fina. Podia sentir os olhares virando para analisar minha bund@ marcada pelo vestido e vi alguns homens ajeitarem suas calças quando passei. Um homem no corredor de cabelos negros, segurava uma taça de vinho e parecia imune à minha beleza. Ele estava olhando para uma garota ao seu lado que estava me encarando, ele seguiu o olhar da garota até mim e vi olhos verdes que me puxavam como um oceano. Fiquei presa em seu olhar e ele olhava profundamente os meus um pouco boquiaberto, talvez esperasse um dragão passando pela grande porta, mas ele se recuperou rápido e voltou a sua seriedade. Fiquei desconcertada com sua elegância e beleza, por um segundo esqueci de respirar, mas logo voltei a mim e continuei andando, passando por ele. No meu campo de visão lateral, vi quando ele levantou o queixo e cheirou o ar, virei-me atordoada ao reconhecer aquele gesto e ele olhou pra mim sorrindo com o canto da boca, aquela boca. Ele fez uma reverência sutil como se dissesse para mim que me reconheceu e alguns convidados estranharam a minha virada repentina encarando o homem. _ Halan? O que foi? _ perguntou a garota ao seu lado e então percebi que fiquei sozinha em um corredor escuro com o Príncipe da Cidade Forte Marrom.
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