AMÉLIA
Nikolai Abramov fica olhando pra minha cara seriamente , os resquícios de surpresa que eu vi explícitos ali rapidamente foram substituídos por uma risada , uma verdadeira gargalhada que tomou toda a sala.
- Amélia. Você não tem noção do que está querendo brincar- Sua mão agarra-se em meu pulso o retirando de cima do seu peitoral , enquanto eu tento me manter equilibrada. – Acha mesmo que eu vou cair nessa sua jogada ? . Até umas horas atrás você me odiava e do nada já está querendo cair na cama comigo.
- Quem foi que disse que pra f********o com alguém é necessário gostar? – Ainda estou decidida a convencê-lo de que estou falando sério e por um lado estava mesmo – Além do mais ....você tem boa pinta.
- É ? – Ele me encara com um sorrisinho torto
- É – Digo convicta
Entretanto não sabia como , mas Nikolai já havia me carregado fazendo com que eu ficasse enganchada em sua cintura conforme o mesmo me colocava deitada no sofá. Minha respiração tornou-se agitada conforme sentia toda sua protuberância contra minha barriga.
Eu estava querendo mesmo isso ?
Meu Deus!
Uma inquietação me pegou no ato , eu não iria conseguir ir assim tão longe.
Mais que merda!
- Tá na cara que você nunca foi tocada por um homem – Ele diz , retirando algumas mechas de cabelos do meu rosto , uma vez em que os meus olhos estão presos nos seus – Se eu começar...eu não vou conseguir mais parar Amélia .... tem mesmo certeza de que quer continuar com isso ?
Se eu tinha certeza?
É claro que não .
Quando Nikolai percebe minha expressão quase aterrorizada o mesmo sai de cima de mim , eu me levanto no mesmo segundo me maldizendo até a última geração.
O que eu tinha na cabeça pelo amor de Deus ?
É claro que eu jamais seria páreo pra este homem . E além do mais ele realmente parecia ....avantajado.
Meu rosto está quente e o meu corpo também , haviam controvérsias por aqui .
Por mais que eu quisesse fazer com que ele acreditasse que eu o queria , senti mesmo uma atração fora do normal por ele .
E além do mais ele era bem cheiroso , um conjunto perfeito da desordem.
- Você é igual a gasolina mas na hora de tocar o fogo dá pra trás
- Eu não dei pra trás , ok?. – Coloco meus cabelos para atrás das orelhas – Eu só...só achei que poderia dar esse passo , mas não estou.
- No dia que estiver , eu estarei esperando – Seus olhos escuros passam com deleite por toda a extensão do meu corpo , me senti nua.
- Bom... já que não tem nada pra fazer , eu vou ver tv – Passei por seu corpo grande parado no meio da sala , pegando o controle remoto e ligando a televisão porém não passa do AV.
Precisava distrair a minha mente do cheiro de Nikolai Abramov que parecia impregnado por todos os lugares.
- Para que uma televisão se não possui utilidade alguma?- Perguntei incrédula , com o coração pesando mil quilos de ódio. Tinha esperança de que pudesse encontrar algum noticiário sobre a minha família estar procurando por mim , eu sabia que sim mas ainda assim queria garantias.
Nikolai cruza os braços me olhando de testa franzida.
- Porque eu iria te deixar saber sobre o que acontece no mundo lá fora? .
Algo em sua aura muda deixando sua expressão sombria , eu encurto meu pé .
Abramov deixou claro que ele me deixa chegar nos limites permissíveis me deixando achar que o tempo todo sou eu quem tem todo o controle da situação , mas a verdade nua e crua era que ele quem dava as cartadas aqui a hora que ele bem quisesse, tal como se decidisse me matar ao invés de me entregar para minha família.
Tenho certeza de que o FBI está movendo céus e terra junto com o meu pai para encontrar o meu paradeiro. Aqui dentro não tenho a menor noção de hora ou que dia era mesmo hoje ou se estamos mesmo nos EUA, eu ainda não havia pensando para parar nessa possibilidade e o simples pensamento me deixa apavorada.
- Continuamos nos EUA? – Pergunto temendo a resposta
- Já chega por hoje Amélia – Ele arrebata o controle remoto das minhas mãos desligando a tv – Volte para o seu quarto.
- E se eu não quiser ir ? – Lhe peito de volta
Sua expressão escurece – Quer mesmo me tirar do sério?
Não respondo
Lhe dou as costas antes que ele pudesse ver as lágrimas enchendo meus olhos, apresso meus passos praticamente fugindo de Nikolai Abramov.
Quando chego dentro do quarto o ódio que toma conta de mim se alastra por meu corpo de modo impiedoso, odiava me sentir impotente e sem qualquer controle que fosse da minha vida, era como lhe faltar o ar.
Me sentia desgastada e esgotada emocionalmente.
Comecei a chorar de soluçar , minha alma doía ...a revolta me dominava. Meus pensamentos pareciam anuviados e desfocados.
- Você está muito agitada , precisa dormir um pouco – Escutei a voz de Nikolai logo atrás do meu corpo .
Virei-me para ele possessa, já não suportando controlar meu gênio.
- Você tenta me fazer enxergar que o meu pai quem fez aquelas atrocidades com aquelas pessoas , mas se é mesmo verdade não está sendo muito diferente dele. Olhe só o que está fazendo comigo, me mantendo em cárcere privado e ainda quer que eu acredite em uma só palavra que sai de dentro da sua boca? – Explodo arfando , encarando seu rosto inexpressivo.
- Você está nervosa , precisa se acalmar Amélia
Lhe dou as costas não querendo mais olhar para ele .
Entretanto nem mesmo fiquei surpresa quando senti uma agulha pinicando no meu pescoço.
Senti Nikolai atrás de mim bem próximo , apesar de nem mesmo ter ouvido ele se aproximar.