POV NIKOLAI ABRAMOV|05

1069 Words
Posso sentir a pulsação de Amélia acelerando-se quando ela olha para mim , embora tivesse dito que não acreditava em minhas palavras ditas contra o seu pai , posso perceber como consegui mexer com a sua cabeça. Entretanto sua dúvida aumenta a minha raiva , e só por isso me forço a soltar seu pulso , antes mesmo que pudesse esmagar seus frágeis ossos. Amélia se afasta rapidamente titubeando , eu sabia que ela havia sentido a violência saltando na minha pele e vias sanguíneas . Naquela época não consegui punir os soldados que participaram daquela chacina ou até mesmo os operacionais envolvidos- eles foram rápidos e esconderam tudo – então juntei-me ao grupo terrorista, preparado para enfrentar qualquer coisa que viesse pelo caminho. A morte da minha mulher e do meu filho , abriu as comportas para que a b***a dentro de mim ficasse livre. Quando se encontra à uma distância segura de mim , Amélia para de se afastar me olhando desconfiada. - É por isso que estou aqui ? por causa do que aconteceu com a sua família? Minhas mãos fecharam-se em punho e então eu lhe dou as costas. Não poderia mais discutir sobre esse assunto com Amélia . Cada lembrança , cada fala são como ácido jogados contra meu coração. A dor era tão insana que eu cheguei a um certo ponte de fazer qualquer coisa somente para não ter que pensar na morte da minha família, entretanto falando sobre o que havia acontecido faz com que eu visite aquele dia trazendo a tona a devastação que me consumiu naquela época. Tinha clara consciência que se eu permanecesse nesse assunto , poderia perder meu controle e acabar machucando Amélia. Uma passada de cada vez , um trabalho por vez – Fecho meus olhos e solto ar , como sempre faço em momentos como esse em que sou atropelado por meu passado , reseto minha mente como faço quando estou focado em conseguir algo que eu quero. Quando viro-me mais calmo , vejo Amélia me olhando com desconfiança . Como se estivesse preparada para sair correndo a qualquer instante, ainda que soubesse quais seriam os resultados que não dariam em nada. Se ela se atrevesse correr de mim nesse exato segundo , não terei uma só gota de educação quando minhas mãos encostarem nela. - Então vai ser isso? – Ela ergue os braços olhando ao redor – Vou ficar assim presa entre essas quatro paredes enclausurada sem ver o sol raiar? Ela e sua constante boca rebelde. Se não fosse o fato de que não quero que a nossa primeira vez seja de qualquer modo eu a faria calar a boca entrando dentro dela. - Logo você se acostuma - Seu cretino! - Amélia me alcança em segundos quando vem toda brava para me estapear no peito , nem mesmo cosquinhas me faz. Seguro seus punhos sentindo meu sangue queimando feito fogo. - Pare de lutar – Falei entre dentes uma vez em que ela encontra-se debatendo nos meus braços , tentando se livrar de minha pegada. Podia sentir meu autocontrole escoando pelo ralo a fora , meu extintos animais fazendo-se presentes com os movimentos do seu corpo pequeno contra o meu . – Estou te avisando , Amélia.... A mesma paralisa , deparando-se com o perigo em que se encontrava. Lhe solto passando uma mão por minha cabeça , tentando retomar a concentração e não lhe jogar em cima daquela cama e fazer logo o que eu quero. Ter essa mulher muito perto , era além da tentação . Porque ela testava todos os meus limites. - Vá tomar um banho . Em alguns minutos seu café da manhã estará pronto – Digo com firmeza enquanto ela se encontra ofegante , como se tivesse acabado de participar de uma corrida Seus olhos encontram-se ainda arregalados - Não vai.... não vai mesmo me ...? - Não – Digo sério – Hoje ainda não . – Eu estava sendo sincero , não era o que ela queria?. Estava deixando claro que a teria de uma forma ou de outra , é claro que ela havia conseguido me descontrolar quando eu havia a prometido que iria esperar até que a mesma me procurasse mas somente para fazer com que fique quieta deixei claro que eu poderia fazer o que eu queria quando quisesse. Era torturante ter que sonhar e imaginar por anos essa mulher debaixo de mim e agora estar na minha frente e ainda ter que usar da minha paciência para concretizar o que eu tanto anseio. Portanto lhe darei um tempo até que se acostumasse comigo, queria ela relaxada e não toda nervosinha desse jeito, só me deixava ainda mais louco e isso era uma merda bem fodida. A deixei para trás , paralisada no meio do quarto quando tranquei a porta e fui para o meu tomar uma outra chuveirada , precisava me acalmar. *** Minha vida havia se tornado um inferno depois que os perdi , geralmente meus sonhos eram borrados e nada nítidos até que se tornavam pesadelos intensos e dolorosos. Por isso eu evitava dormir porque a cada vez que eu fechava meus olhos via o meu filho gritando por mim. Foi melhor eu ter me afastado de Amélia , porque se ela continuasse a defender seu pai na minha frente eu perderia a cabeça e poderia acabar lhe machucando de verdade e não da forma que eu almejava. - Quando vai finalmente terminar com tudo isso ? – Silvester pergunta se sentando em cima da mesa do meu escritório enquanto eu acendo um cigarro. Ele era contra o que eu estava fazendo com Amélia mas me conhecendo do jeito que conhecia sabia que eu não era o tipo de homem de voltar atrás em minha palavra . Até porque o desejo de me vingar da filinha mimada do presidente era maior. - Quando eu conseguir concretizar o que desejo. Você acha mesmo que eu levei todos esses anos estudando cada passo que essa patricinha dava por nada ?– Lhe dou uma olhada firme por cima dos meus ombros. - Você sabe o que faz . – Não era uma recriminação em sua voz - Sim , eu sei . – Silvester saiu me deixando sozinho sabendo que se falasse mais merdas eu poderia partir para cima sem ao menos me importar se ele era meu amigo ou não.
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