capítulo 2

842 Words
Não costumo reclamar da minha vida, pois sei que tudo o que tenho é graças ao meu esforço, mas devo confessar que, o dia, para mim, não amanheceu muito bem. Dormi tarde porque estava empolgada criando um novo programa de computador. Nada para o trabalho, só uma nova obsessão. Amo o que faço, por isso sou a melhor na minha área. Acordei atrasada, não tomei café e perdi o metrô. Fiquei vinte minutos esperando o próximo e, quando chegou, não tinha lugar para sentar-se. Não que isso seja um absurdo, contudo, com a cabeça sonolenta, tudo fica mais complicado. Apesar de ter acordado quase agora, meu corpo ainda está cansado, além disso depois do trabalho eu ainda tinha que correr com minha melhor amiga, que estava me forçando a correr todos os dias. Como se eu me importasse com meu corpo ou fosse obcecada, como ela, por uma magreza perfeita. Agora, estou quase correndo para chegar a tempo para o meu turno no trabalho, que começa em alguns minutos. Meu chefe não é tão r**m, mas odiava atrasos, mesmo sabendo que meu colega de trabalho não diria nada a ele sobre isso, não posso arriscar. Estou na porta no metrô, com ele quase parando, achando que vou ser a primeira a sair, quando alguém, atrás de mim, simplesmente, me arrasta, me jogando no chão. Cai de quatro no chão, e quando olho para cima, vejo o filho da p**a que me derrubou, ou melhor dizendo, as costas largas e sua b***a perfeita, em um terno caro, que nem olha para trás. Não deu para ver direito quem ele era. Mordi a mandíbula , amaldiçoado o infeliz, que nem pediu desculpas. Resolvo me limpar e, ao levantar, vejo um aparelho caído no chão. “Ele deve ter deixado cair.” Levanto-me achando que, se o dia começou assim, nem posso imaginar o que mais pode acontecer. Pego o celular que está no chão e volto a andar. Ele deve ser um daqueles idiotas trabalha no topo da empresa, eles se acham os donos do mundo, não é porque fico em uma sala fria e sem graça que mereço ser tratada dessa forma! Idiota! Só pode ser advogado. Eles se acham donos do mundo. Ainda mais com aquele terno caro. Atravesso pela porta giratória, como de rotina, mostro o crachá a Molly, que já me conhece e sabe do meu ódio por esse ritual desnecessário, ela sorri e libera a minha entrada, mas antes de entrar resolvo perguntar a ela sobre o brutamonte que passou antes de mim. — Molly, por acaso, um engomadinho, todo metido a b***a, passou por aqui? — Ela sorri. — Apressado. — Na verdade — Pôs a mão no queixo, pensando. — Passou sim. — Fiquei animada, pois significava que o babaca estava mais perto do que imaginava. — Não falou comigo. Não conheço. Ele tem entrada liberada. — responde. — Um dos grandões? — Levantei uma das sobrancelhas, pensando. — De acordar com o terno, acho que só um advogado executivo tem grana para isso. — Mas andando de metrô? Não que o metrô de NY não seja bom, ele até é, só que... Não faz o tipo dos grandões. — Agora eu tenho que ir ou me atrasarei ainda mais. Obrigada, Molly. Ando até o meu setor e dou de cara com o meu chefe. Ele me olha estranho, passo por ele com uma cara de culpada, contudo ele não fala nada. Ocupo a minha cadeira em frente aos computadores e olho para Victor que está concentrado em algo, mas sei que não vai deixar essa passar. — Você tem sorte de que é a melhor no que faz Alisson. Se não o Sr. Milton te colocaria na rua. — ele fala com um sorrisinho de lado. — Nem me atrasei tanto — aponto, me fazendo de vítima. — É, mas ele é meio paranoico com isso, e já te cobri duas vezes — fala se esticando para me olhar. Começo o meu trabalho, o agradecendo por ter segurado as coisas, por esse tempo. Minha atenção hoje está no celular que peguei e nada me fará esquecer disso . Óbvio que vou devolver, porém, é claro, que antes eu tinha que descobrir quem era aquele homem que mais parecia um prédio. Ele foi um grosso por ter me derrubado e nem ter pedido desculpas. Por isso, darei seu telefone de volta, mas também vou irritá-lo depois disso, e o melhor, ele não saberá quem foi. Geralmente não sou assim. Não gosto de me colocar em situações na quais sei que me prejudicaria, contudo, aquele bundão merece. Terei que deixar minha investigação no celular do senhor arrogante para meu horário de almoço, pois já cheguei atrasada e não quero o Sr. Milton me dando uma bronca por mexer no celular. Quem deve ser ele? Me pegou pensando. Será que é bonito? Aí meu Deus, desde quando eu me importo com essas coisas? Não importa! Ele merece o meu desprezo. Não posso perder meu tempo tentando pensar nessa i****a.
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