Zara Alcântara
Que foi isso que acabou de acontecer?
É o pensamento que está rondando a minha cabeça desde que sai daquele banheiro, sentindo a minha pele ardente pelo desejo do prazer que ele estava tentando me dar.
Mas a lembrança de tudo o que aconteceu meses atrás falou mais alto, a raiva pela notícia falsa que a revista dele divulgou sobre mim ainda doe. Mesmo que a minha prima tenha voltado a falar comigo podia ver em seu olhar que havia ainda alguma dúvida sobre o que aconteceu.
Tentei contar tudo o que havia acontecido, Saveli fez o mesmo, dizendo estar apenas cuidando de minha segurança, assim como ele sempre fez com qualquer uma das mulheres da família quando estava sem segurança. A minha maior raiva da revista é a manipulação que fizeram com a droga de uma imagem, dando a entender que houve uma aproximação de um beijo.
Algo que nunca aconteceu, Saveli sempre foi um cavalheiro, um homem cegamente apaixonado por minha prima e ele nunca demonstrou nenhum outro interesse por mim.
Entro em meu quarto incomodada com todo o vinho espalhado pelos meus s***s e uma parte do meu abdome. Antes mesmo de chegar até o banheiro retiro o vestido ficando apenas de calcinha e sutiã. Passo pela frente do espelho e vejo a marca vermelha dos dedos de caluniador Raphael em minha cintura.
O que faz a minha pele se acender novamente, deslizo a mão por cima e suspiro sentindo o desejo por aquele homem voltando. Acelero os meus passos e entro no chuveiro ainda usando a lingerie que estava, precisava apagar o desejo que estava sentindo, não posso deixar que algo por aquele homem nasça dentro de mim.
— Um banho frio vai resolver! — Digo assim que entro no chuveiro gelado.
Deixo a água gelada molhar a minha cabeça e sinto minha musculatura começando a relaxar, retiro a calcinha e o sutiã, aproveito que o meu sabonete estava ali no box e começo a me limpar, retirando todo o cheiro do vinho que estava em meu corpo.
Deslizo a esponja pelo meu corpo e o cheiro de lavanda me tranquiliza e os pensamentos inapropriados me tomam.
O desejo que Raphael me tomasse ali naquele banheiro, voltam a minha mente apoio o meu corpo no vidro e desço a minha mão até alcançar o meu c******s.
— p***a de homem gostoso… — Digo fechando os olhos.
Começo a sentir prazer com meus dedos, massageando o nervo que necessitava de prazer. Os músculos da minha coxa se contraem com aproximação de um orgasmo enquanto a minha mente volta novamente para aquele momento no banheiro.
Consigo visualizar o Raphael beijando o meu pescoço, com suas mãos novamente segurando em minha cintura enquanto massageio o meu mamilo que estava rígido. Inclino a cabeça para trás sentindo o meu orgasmo se aproximando.
Acelero meus dedos dentro da minha a******a e começo a sentir os espasmos e contrações em minhas pernas.
— Quase, eu preciso disso! — Digo imaginando Raphael beijando meu pescoço.
Raphael é um homem lindo, com aqueles olhos verdes tão expressivos algo que me deixou balançada. Permitindo que ele me tocasse e esquecesse todo o m*l que a sua revista fez contra mim de certo modo.
Meu orgasmo vem forte, mesmo que estivesse desejando que fosse aquele linguarudo mentiroso que possue uma revista de sensacionalista.
Minha respiração estava acelerada e tentava entender o que acabou de acontecer aqui no banheiro, como posso ter sentido t***o pelo proprietário da revista que transformou a minha vida uma exposição pública.
Sinto a p***a da frustração por ter gostado de imaginar ele tocando em meu corpo, me proporcionando prazer e ter chegado em um orgasmo ouvido ele sussurrando em meu ouvido.
— Que droga Zara, ele fez a sua vida e de Aurora um inferno! — Digo entrando novamente embaixo da água corrente.
Fecho os olhos e tento não imaginar o caos que minha vida passou durante as semanas em que meu nome ficou em exposição pelos tabloides afirmando ser a v***a que tinha caso com o marido da prima.
Pego uma das toalhas que estavam penduradas no banheiro e enrolo em minha cabeça. Saio pelo banheiro nua e molhada, tentando ainda acalmar o desejo que estava ainda desesperador, causando arrepios por minhas pernas e nuca.
Me jogo na cama pelada na esperança que o vento frio que havia no quarto acalmasse o que estava sentindo. Não consigo se quer pensar e nem analisar o vinho que estava bebendo antes de ter a presença de Raphael na minha frente e pior ainda, tê-lo entre minhas pernas enquanto estava com minhas costas presas entre ele e a porta daquele banheiro.
— Como posso estar tão mexida com esse encontro? — Suspiro.
Fecho os olhos e puxo a coberta sobre o meu corpo, que começava a esfriar, fecho os olhos e deixo meus pensamentos fluírem para as lembranças de antes do casamento do meu irmão Mahjub.
“Quero saber porque não me disse que pode estar grávida.”
Ouço a voz irritada de Ruslan do outro lado da linha.
Não tenho como negar que estou gostando de deixá-lo sofrendo assim como essa incerteza, queria muito que ele dissesse que não importa se estou grávida ou não, mas que ele viria ficar ao meu lado na Itália.
— Por que isso não é um assunto para se tratar por telefone, você está vindo não é? Conversamos quando chegar no palácio para o casamento! — Digo e sorrio olhando pela janela.
Já estava indo para o Sudão esperava apenas Matheus e Alice chegar para podermos decolar, meus pais iriam com Laís e Henrique assim como Mahjub. Estava feliz e agradecida que Allah abençoou meu irmão Mahjub acabando com toda a dor e, também por ele ter finalmente aceitado que Hope é a mulher certa para estar ao seu lado.
“Tudo bem, estamos embarcando agora para Sudão, conversaremos lá durante o casamento!” — Digo antes de desligar a ligação.
Olho para Alice que estrava no jatinho com Aquiles no colo, seguida por meu irmão Matheus com Heitor em seus braços.
Sorrio para eles, não quero que ninguém perceba o quanto estou triste por não ter o homem por quem estou apaixonada ao meu lado. Afinal entendo a sua posição, assim como ele entende que meu lugar é onde estão as maiores vinhedos do mundo.
Tive sorte por meus pais terem me livrado do peso da máfia, jamais me viria casada com um dos membros da “First”, meu lugar é entre os vinhos, suas notas de sabores, suas fragrâncias adocicadas e sua tonalidade entre o translúcido e carmim.
Nosso voo foi tranquilo, mesmo ajudando meu irmão e cunhada com esses dois lindos bebês que mesmo com o barulho da turbina ficaram boa parte do voo acordados balbuciando alguma coisa.
Assim que chegamos ao Sudão e passamos pelos portões do palácio me senti em casa, algo que nunca senti no Brasil, talvez por passar muito mais tempo aqui do que realmente lá. Vou direto para o meu quarto para trocar de roupa, já que não estava vestida apropriada, meus cabelos estavam soltos e amostra, havia esquecido o meu hijab em casa e Alice não tinha outro lenço para me emprestar.
Entro no meu quarto correndo, fugindo dos olhares de todos e ouvindo minha tia Raja rindo pela minha fuga e indo brincar com os gêmeos de Matheus.
Meus vestidos para a festa já estavam todos no quarto, separados por dia e cada um mais lindo que o outro. No fim do dia a festa no palácio estava a todo vapor, Hope estava dançando alegremente no salão entre todas as mulheres da família e alguns convidados.
Levantei de um dos puff queria ir me refrescar um pouco estava me sentindo grudenta pelo suor de tanto dançar. Passo por minha mãe e aviso que vou tomar um banho rápido e desço novamente.
— Não demore meu amor! — Ela diz e beijo a sua bochecha.
Olho uma última vez e vejo Hope dançando com sua irmã e com Ella que veio para o casamento com a sua família.
Subo para o meu quarto sentindo vários olhares em cima de mim, havia passado pela entrada do salão que estavam todos os homens festejando o enlace de meu irmão e minha cunhada, passo por algumas criadas e danço com elas. Todos estavam felizes, o tempo de tristeza na casa Al-Makki chegou ao fim, mesmo que meu coração esteja preso a um sentimento que não deve ser nutrido.
Entro em meu quarto e deixo a porta apenas encostada, sei que ninguém entrará aqui mesmo. Começo a retirar o meu hijab e tudo o que estava vestindo, entro no chuveiro assim que a acha está em uma temperatura agradável.
Deixo a água escorrer por minha pele, retirando o suor que estava impregnado em minha pele e então sinto o perfume forte que entrou no meu banheiro. Me assusto quando uma mão toca meu ventre puxando o meu corpo contra o corpo forte que havia invadido o meu banheiro.
— Passou a noite fugindo de mim, assim como fugiu da minha pergunta1 — Ouço Ruslan próximo ao meu ouvido.
— Mentira! — Digo rindo e relaxando entre seus braços.
— Me diga a verdade, estamos esperando um bebê? — Ele me pergunta e me vira de frente para ele.
— E se tivermos, o que faria? — Pergunto na esperança de ouvir a confirmação que preciso.
— Casaríamos aqui e a levaria para capital, daria a você a vida de princesa como é! — Ele diz e meus ombros cedem.
— Não é isso que quero, minha vida é em Capri! — Digo e dou um passo para trás.