Meu bom marido

1216 Words
Uma semana antes do casamento, minha mãe e meu pai, me levaram na igreja que meu futuro marido era fiel, uma igreja simples, porém, muito limpa e organizada, chegamos minutos antes do culto, minha tia Antônia, encaminhou minha mãe e eu, para um banco e meu pai para um banco em outra fileira, lá os homens e as mulheres sentavam em fileiras separadas, uns dos outros, Armando estava sentado no banco da frente, não olhou em nossa direção, o culto começou, as palavras que o pastor disse, foram bonitas, um grupo de mulheres cantaram alguns hinos, no final, o pastor chamou Armando no altar, fez uma oração, contou a todos que ele se casaria na semana seguinte e que a oração final era para nós dois, torci para que não me chamasse para ir até ele no altar, mas, logo o pastor disse. - Grace, venha até o altar, vamos orar para vocês. Fui até lá, olhares curiosos, alguns falavam baixinho e eu com o coração aos pulos, fui andando devagar, logo muitas vozes, orações, choro, gritos, eu me assustei, tudo aquilo era novo, me lembro apenas no final, as palavras do pastor. - Minha filha! Você vai casar com um bom varão, o respeite, custe o que custar. Armando apenas me olhou e disse. - Até semana que vem! Foi embora, tia Antônia, veio falar comigo. - Grace, me diga! Você está gravida? - Não tia! - Porque casar com um homem tão velho? - Coisa de papai. - Ele sempre foi dado a essas coisas, mas, agora foi longe demais, vou falar com ele. Tia Antônia era irmã mais velha do meu pai, a diferença entre os dois era apenas de dois anos, ela era muito antiquada, mas, meu pai era machista e ela sempre brigava com ele. - Meu irmão, que loucura é essa de casar essa menina com esse velho? Meu pai olhou e deu uma risadinha debochada. - Quem queria casar com ele, era você, já to sabendo! - Que conversa é essa? - Isso mesmo! - Você não respeita ninguém mesmo! Meu pai devia ter te dado uma surra de chicote quando moleque. - Vai arrumar um homem! Tá velha e quer o velho da minha filha. Minha tia fechou a cara e saiu andando, no meio do caminho deu uma parada e gritou. - Pois arrume uma costureira, que não vou fazer o vestido e nem no casamento eu vou. Meu pai fechou as mãos e deu com uma em sua perna e a outra nas costas da minha mãe, ela deu um pulo e reclamou. - Sua irmã que te aborrece e eu que apanho? Ele para não perder a pose, disse. - Se fosse uma boa mulher, saberia fazer um vestido decente, mas, não sabe, agora vou ter que comprar um em uma loja e esses são caros, você me paga! Meu pai chegou em casa e fez umas ligações, estava procurando alguém que tivesse um vestido usado para vender, ligou para algumas costureira, mas, elas não conseguiriam fazer um vestido em tão pouco tempo, não tinha jeito, teria que desembolsar um bom dinheiro para comprar um vestido em uma loja, ou alugar, o que não era muita diferença de valor, já que os vestidos alugados eram mais glamurosos, ele com tanta raiva, saiu, minha mãe e eu ficamos aliviadas, afinal, normalmente quando estava com raiva, descontava em minha mãe sua ira. Numa segunda feira, meu pai me levou em uma loja, lá vendiam e alugavam vestidos de noiva, ele achou um vestido bem simples que estava a venda, me fez experimentar, ficou super largo, as costureira da loja, modelaram aquele vestido, fiquei parecendo uma senhora, insistiram em modificar seu formato, meu pai não quis, custaria mais dinheiro e ficaria muito chamativo, como aquilo era mais um pesadelo que um sonho para mim, tanto fez, o sapato foi uma doção de uma amiga do meu pai, não tive dia da noiva, sem maquiagem, sem nada, apenas vesti e prenderam meu cabelo em um coque, colocando um véu. Entrar naquela igreja, vendo aquele homem, que poderia facilmente ser meu avô, me esperando, me causou náuseas, depois de toda a tortura do casamento, o jantar foi servido, as irmãs da igreja, fizeram um estrogonofe, o meu marido que antes nem conversava comigo, resolveu começar a meu apalpar, nos sentamos a mesa e ele começou apertar minhas coxas, quando fui ao banheiro ele me esperou na porta, me chamou para fora do salão e falou. - Se vira! Eu realmente não havia entendido. - Como assim? - Se vira de costas! Me virei receosa e ele apertou minha b***a e falou. - Melhor ir para a lua de mel. Ouvir aquilo, me deixou em desespero, entrei e ele já veio com minhas coisas, não deixou que eu despedisse de ninguém, entramos em seu carro, ele não disse nenhuma palavra, me levou a um hotel, no quarto tinha pétalas de rosas, champanhe e buque, que o hotel preparou sabendo que era noite de núpcias, o que aconteceu foi uma coisa difícil de entender, ele foi tomar um banho, depois fui eu, coloquei a camisola que minha mãe me deu para aquela ocasião, quando cheguei no quarto, ele estava dormindo, com medo de acordá-lo, deitei na poltrona, acordei muito cedo e coloquei uma roupa comum, ele acordou em seguida, me ordenou. - Recolha nossas coisas, vamos embora. Eu concordei e obedeci, logo chegamos na casa dele, uma casa grande, cercada de arvores, plantas, ele olhou para mim e falou algo que me deixou muito feliz. - Grace, casei com você, para não terminar meus dias sozinho, nunca tive uma mulher, quero apenas eu me respeite e que diga se perguntarem que sou um homem como qualquer outro, dormiremos em quartos separados e assim será! Eu não pude acreditar! Não precisaria dormir com aquele homem, apenas pensei, porque ele apertou minha b***a? Mistério que eu não quis descobrir, o que ninguém sabia é que Armando tinha uma doença muito grave, já fazia tratamento a algum tempo e me levou em uma consulta, o médico explicou sem cerimonias o estado de meu marido. - Senhora Grace, seu marido luta contra um câncer de próstata a anos e esse sofreu uma metástase, hoje ele faz apenas tratamento paliativo, ele tem em média um ano de vida, ele sempre soube disso, por isso quis alguém para ajudar cuidar dele. Quando recebi aquela noticia, fiquei muito triste, estávamos juntos a três meses, ele era um bom homem, não permitia que eu saísse, apenas para ir à escola, mas, em casa tinha tudo o que precisasse, o médico errou na média de vida que ele teria, em pouco menos de quatros meses Armando faleceu, nessa época, minha mãe tinha voltado para a casa de vovô, num surto de agressividade de papai, minha mãe perdeu cinco dentes, eu logo me inteirei sobre minha herança, já que ele não tinha filhos, tudo seria meu, mas, eu sabia que não tinha muito, até a casa estava hipotecada, para seu tratamento, me restou um dinheiro para comprar um pequeno apartamento, fiquei com seu carro, o resto, cobriu todas suas dívidas, ficamos casados menos de um ano, ele era um bom homem e eu fui uma boa esposa, a vida continuaria para mim!
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