Terceiro Capítulo

1312 Words
Tomas — 23:40 PM — Baile da Rocinha Meu tio me disse que aquela família era maldita, nunca botei tanta fé em suas palavras quanto agora. Nossa richa era antiga, papo de muitos anos, se dependesse de mim continuaria assim, até eu meter uma bala na cabeça daquela vagabunda. Eu pensei que tudo acabaria quatro anos atrás, quando tive que escolher entre a mulher que eu amava e minha família. O sangue falou mais alto, achei que entregar meu amor seria um preço pequeno a se pagar para aquilo acabar. Meu tio estava na procura dela desde que matou seus pais, achei que tudo acabaria ali e eu teria paz. E teria acabado, se o vacilão do meu tio tivesse metido uma bala na cabeça dela no momento em que a deixei ali. Agora, além de ter perdido a mulher que eu amava e passar a nutrir um ódio profundo por ela, eu tinha perdido meu tio, e tinha que me virar pra quitar suas dívidas. O morro ia de m*l a pior, o baile tava mais vazio que escola no dia sexta feira quando quinta foi feriado. Eu sabia que todos estavam na p***a do Antares, tava rolando open de cerveja e vodka, show do TH, o que eles iriam fazer aqui? Não aguentava mais viver na sombra daquela loira, vê se pode, uma mulher no crime se saindo melhor que eu. Como se minha noite pudesse ficar pior eu ouvi os tiros, me levantei automaticamente vestindo colete e pegando arma, os caras fizeram o mesmo e saímos voados. Tomei um tapa na cara. Era a polícia quem estava ali, cobrando o suborno que atrasou esse mês. — Cadê meu dinheiro desgraçado? — O chefe da polícia tinha a entrada da careca e fedia a porco. — Estamos na merda, vamos te pagar até segunda, só precisamos de tempo e... Tomei um murro. — A loira já me pagou o suborno do Antares faz tempo, não to aqui pra negociar, se não me pagar vamo invadir e pacificar essa p***a. — Vocês falam de paz seus vermes? No segundo murro cuspi sangue. Tirei algumas notas do bolso, não chegava a mil reais mas ele as arrancou da minha mão e parou de me bater. — Você tem até segunda Tomas. Em seguida ele se virou e saiu do meu morro, junto com todos os outros vermes. Me levantei e chutei a cadeira em que estava sentado, a estraçalhando. — Desgraça! — Gritei. — Cuidado, as palavras tem poder — Naomi disse, entrando na salinha. — Já disse que não gosto de você na boca. Ela era minha irmã, tudo que havia me restado, eu protegeria ela a todo custo. — Sou tua família. Tu precisa de mim, está na hora de resolvermos as coisas — ela disse, com uma auto confiança invejável. — Qual é teu plano? — Perguntei, me sentando na poltrona em frente à minha mesa. Luísa — 00:50 AM — Baile do Antares O show do TH já tinha acabado, estava rolando uns funk consciente e pá, comecei a cantar junto. — Comando vermelho, RL até o fim. É vermelhão desde pequeninin — tava com o copo pro alto balançando meu corpo no ritmo da música, então começou de novo. — Na faixa de gaza só homem bomba, na guerra é tudo ou nada. — Melhor tu viver do crime mesmo, porque como cantora — ele sussurrou em meu ouvido me fazendo arrepiar e riu, aquela risada gostosa, e depois saiu, sem nem me deixar responder. Me virei o encarando, Conrado era lindo, tinha estilo próprio e uma boca linda que fazia meu corpo esquentar. Já tínhamos nos pegado algumas vezes, ambos tontos, e nunca passou de uns amassos, não que eu não quisesse, é claro. A Brunessa apareceu, com seu vestido curto de onça e arrasando corações, ela me deu o papel da bicicleta e eu coloquei na língua, ia ficar louca hoje. — Xia o doce Brunette — disse a Anita se aproximando, a Brubs liberou um pra ela que saiu toda feliz. Fomos balançando o corpo até a loira. — As Arlequina é mó chavona, é o terror das patricinhas — eu cantarolei e nós colocamos o dedo pro alto. O que fez a Luísa rir. — No de rocha mesmo que ela parece a Arlequina — a Brubs disse. — Verdade em. Ficamos lado a lado encarando ela, que empurrou a gente. — Isso é estranho pra c*****o, vão encarar outra. — Ai gente, novo apelido pra patroa — eu gritei, louca já —, Arlequina. Os meninos riram e fizeram aquele famoso Hmmmmmm. — Vai namorar o Caio também? — Lucas perguntou. — Não assumo esse b.o — ela respondeu. Lívia — 02:30 AM — Baile do Antares Depois daquelas duas me colocarem o tal apelido a p***a pegou, geral passou a me chamar de Arlequina, e pior, me zuar por causa do Guto. Peguei um copo de Johnnie com gelo e comecei a dançar, de boa, na minha. Então alguém segurou minha cintura e dançou junto comigo, me virei na hora, pois não dou i********e pra ninguém. — Oi Guto — sorri. — E aí Arlequina — ele disse levantando as sobrancelhas e com um sorriso sacana nos lábios. — Nem me fala desse apelido, essas meninas arrumam cada uma. — Eu curti. — Então tá — dei de ombros —, mas por que ta sarrando em mim? — O Conrado e o Boy apostaram cinquentinha que eu não tinha coragem — ele deu de ombros também, e pegou meu copo dando um gole. — Então vamos mostrar o contrário pra eles — sorri maliciosa e peguei meu copo de volta. Me virei e coloquei a mão no joelho, estava tocando Sexo do Mc TH, comecei a rebolar lentamente, as mãos do Guto apertaram minha cintua e ele sarrou, acompanhando meu ritmo, quando eu comecei a fazer quadradinho ele ficou parado deixando que eu encostasse nele, me virei e vi que ele mordia os lábios. Ri comigo mesma e parei, me virando de frente pra ele. — Acho que você ganhou cinquenta pratas — sorri erguendo o copo e bebendo o resto do whisky que tinha nele. — Preferia ganhar outra coisa né — ele sorriu. — O que você tem em mente Coringa? — Ergui meu queixo e olhei no fundo dos seus olhos. — Você já deve ter sacado Harley — ele disse, com o nome original da Arlequina e eu sorri. Suas mãos vieram direto pra minha nuca e minha língua invadiu sua boca, iniciamos um beijo quente, com volúpia e fogo. Ouvimos os meninos gritando e nos zoando, então paramos o beijo e eu lhes mandei o dedo do meio. Brunessa — 03:40 AM — Baile do Antares  Começou a tocar os muleque do Antares ta tudo trajadin, falou até o nome do Badio, ri e comecei a dançar, eu até podia mandar uns passinho se estivesse de tênis, e sóbria. Senti uma mão me puxando pela nuca e me virei, era o próprio, seu olhar pousou em meus lábios e eu os mordo provocando-o. Não demorou nem um segundo para sua língua invadir minha boca, nosso beijo era quente, não tinha um pingo de carinho ou paixão, apenas fogo e prazer. E era o que eu queria, essa noite. Tratamos de ir embora logo, pra sua casa. Meu vestido não demorou um minuto pra ir pro chão, assim como sua camisa. Quando sua boca tocou meu sexo eu gemi, e gemi alto. Aquele homem não era de Deus, tinha uma língua mágica, só pode. Além de tudo era um gostoso. Depois que ele fez sua mágica, me colocou sentada no seu colo, segurou minha cintura firmemente e me fez cavalgar, apoiei as mãos em seus ombros e joguei a cabeça para trás enquanto soltava gemidos altos.
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