Quarto Capítulo

1128 Words
Luísa — 04:20 AM — Baile do Antares Tava terminando de bolar um baseado quando o Conrado chegou sentando do meu lado. — Tem isqueiro aí? — Ele perguntou. Tirei do bolso e entreguei ele, voltei a me concentrar no meu bolso, passei a língua e girei a pontinha onde iria acender. Ele me devolveu o isqueiro, eu pus na boca e acendi. Encostei o corpo no sofá que tinha ali no camarote e dei uma bola, fechei os olhos enquanto prensava, soltei a fumaça pro alto e dei mais uma. — Cê é muito gostosa Luísa, p**a que pariu — ele disse passando a mão na minha coxa. — Muito obrigada senhor Conrado — respondi e ele riu. Suas mãos colocaram meu cabelo pro lado, deixando meu ombro e minha nuca à mostra, seus lábios macios me tocaram, provocando um choque que fez meu corpo arrepiar, ele percebeu e deu uma risada gostosa próxima a meu ouvido. Seus beijos viraram chupadas e fizeram meu corpo todo esquentar. — Vamos cair pro barraco — ele sugeriu, sussurrando no meu ouvido. — Bora — respondi com um tremendo desejo. Demos nossos baseados, que ainda eram grandes, pros meninos que estavam sentados mais afastados. Ele segurou minha mão e me puxou pelo baile, que ainda estava lotado, até seu carro. Ele começou a dirigir, mas tava f**a se segurar, então ele parou no primeiro beco que viu e desceu o seu banco, pulei pro seu colo e minha língua invadiu sua boca com urgência, começamos um beijo quente, com volúpia e muita intensidade, daqueles que lhe faltam ar. Suas mãos subiram meu vestido e apertaram minha b***a com vontade, fazendo minha calcinha molhar, e eu já podia sentir sua ereção, já que estava em seu colo. Lívia — 13:00 PM — Barra da Tijuca Guto e eu fomos a um restaurante na Barra, não, não era um encontro. Quero dizer, era um encontro, mas não entre nós dois. Todos os donos dos morros (do cv) estavam ali, consigo levavam ou seu braço direito ou seu gerente. Meu braço direito era Anita, mas Guto era de estrema confiança, e como Anita estava se recuperando de ontem ainda achei melhor traze-lo. A reunião seria sobre as uniões do Comando contra ADA. — Suas forças maiores, estão reunidas no São Caetano e Nova Brasília — disse Cachaça, o dono do Alemão —, mesmo que Nando reúna todas suas forças e ataque nossos morros somos muito maiores do que eles, mesmo que tomem dois ou três nós recuperaremos facilmente. — Mas se em vez de nos aliarmos ficarmos brigando entre si fica difícil — disse Afrodite, dona do Lixão. — Sim — respondeu Cachaça, dirigindo seu olhar de Tomas para mim. — Lívia, não é? — Só pros mais íntimos, nomes são karmas, não acha? — Respondi. — Claro, como prefere que eu lhe chame? — Arlequina — disse Guto, antes eu pudesse responder. O repreendi com olhar, afinal eu tinha detestado o apelido. Travamos uma luta silenciosa de olhares e ele venceu. — Então está de rolo com o Coringa? Interessante — disse a garota morena, ao lado de Tomas. — Não sabia que o assunto era minha vida pessoal — respondi. — Realmente — Cachaça concordou —, eu só estava intrigado com a dona do famoso morro dos Piratas. Você é jovem, mas carrega o sangue dos Bermanelli, não deveria esperar menos de você. — Sim, ela é ótima em matar parentes dos outros — Tomas disse. — Seu tio que o diga — respondi —, espero que ele queime no inferno. — Garota... —ele disse se levantando. — Fique quieto Tomas — Cachaça disse e ele tornou-se a se sentar. — Como está indo seu morro Tomas? — Perguntei. — Eu soube da surra que tomou dos políciais. — Chega Arlequina — Afrodite disse, por fim e eu me calei. — Como estávamos dizendo, essas brigas internas terão que parar, a não ser que queiram perder seu morro pra facção inimiga — Cachaça disse. — Eu nunca vou perdoa-lo, eu fui estuprada, perdi meus pais — disse com ódio. — Você matou meu tio, trouxe a desgraça para nossa família. — É uma rixa antiga, que termina aqui e agora — Afrodite disse. Me levantei. — Podem lutar com quem quiserem, mas os temidos Piratas não poderão ajudar. Vamos Guto — eu disse e saí, sem deixa-los dizer uma palavra. — Você sabe que é melhor estar do lado do Comando do que contra não sabe? — Guto perguntou. — Não estou contra, estou nula. — E na mira dos amigos dos amigos. — Se tentarem por os pés no meu morro, mataremos! Ele não disse mais nada, apenas entrou no carro junto a mim. Eu dei partida e segui para o meu morrro. Tomas — 13:40 PM — Barra da Tijuca Aquela garota se levantou irritada, tá bom que estupro é algo imperdoável, se algum vacilão faz isso com minha irmã, ou com uma criança, ou com qualquer mulher a pena na favela é a morte. Mas o fato deu odia-la profundamente ameniza o erro. Naomi me acalmou, depois de tudo que aquela v***a me disse eu fiquei bolado, ainda mais por ser verdade. — Precisamos dela — Cachaça disse, por fim. — Não precisamos não — eu disse —, olha o tanto de gente em volta dessa mesma. Nossos morros acabam com o ADA sozinhos. — Se liga, a Rocinha tá indo a falência, tu ta afundado em dívidas — Afrodite disse —, muitos de nós não conseguimos fazer um assalto decente a meses, enquanto os piratas armam mais de um em um piscar de olhos. — Nós vamos reverter a situação Ayla — eu disse, usando seu verdadeiro nome. — Não ouse dizer meu nome, não somos mais amigos — ela trincou os dentes. — Afrodite tem razão. A garota tem potencial, pude ver a loucura em seus olhos. Vocês não veem os jornais? Seus assaltos são muito bem tramados, eles se vestem até a caráter. Precisamos dela — Cachaça concluiu. — Se me permite — Naomi disse —, eu tenho um plano para tirarmos a Rocinha da lama. — Ótimo, quando conseguir este grande feito podemos pensar no que fazer, mas até lá precisamos da garota — Cachaça respondeu, convicto. — E como pretende faze-la concordar? — Perguntei. — EU? Quem deve se preocupar com isso é você, se vira — ele jogou tudo nas minhas costas, minha vontade era de socar sua cara ali mesmo. O vi se levantar e deixar algumas notas em cima da mesa. — Aproveitem o almoço — em seguida se retirou, junto com sua mulher, que até agora não havia emitido um único som.
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