Sete

820 Words
Letícia Victor me levou para tomar café da manhã em um restaurante e por incrível que pareça, estava me tratando tão bem que eu até me assustei com a sua gentileza. Já eu estava comendo igual a uma draga, porque haviam se passado mais de doze horas desde a última vez que me alimentei. — Tô me sentindo culpado por ter feito tu ir ver o Cobra naquele lugar. - ele confessa nitidamente sem graça. — Não precisa se sentir assim, afinal fui eu que escolhi a opção mais fácil. - sorrio sem mostrar os dentes, porque minha boca estava cheia. — Tu deveria ter me contado a verdade, Letícia. — Você teria me ajudado da mesma forma? — Não seria a primeira vez. Eu sou um cara bacana... por mais difícil que seja de acreditar. - Victor fala e dá de ombros mostrando que não seria grande coisa ter me dado o dinheiro. — Melhor que do que Cobra com certeza você é mesmo! - levo minha mão até a boca ao perceber que falei demais. — Ih, relaxa aí, tá tudo bem... Sei bem como o Cobra pode ser violento e escroto na maioria das vezes. — Mesmo assim, ele é seu amigo, não é? - pergunto e o mesmo assente. - Então, eu não deveria falar m*l dele. — Como se eu não fizesse o mesmo. - ele dá uma risada tão contagiante que eu começo a rir junto mesmo estando sem humor. — Obrigada por ter me ajudado. - tento mudar de assunto. — Eu não sei se te agradeci do jeito certo, porque o que você fez por mim e pela minha família foi uma coisa realmente boa e eu nunca vou conseguir te pagar a altura. - termino de agradecer com sinceridade. — Magina, não precisa me agradecer. Nada que um b*****e não resolva. - arregalo os olhos e quase me engasgo com a comida na minha boca. — Ei, fica tranquila. Tô só zoando. — Não brinca com essas coisas, eu sou quase uma freira. — Falando nisso eu vi um pornô ontem com uma freira e um padre que é muito estranho. - Victor fala com tanta naturalidade que até eu me espanto com a cara de p*u dele. — Você é um p********o, garoto! — Tu não toca s******a? - sinto meu rosto ficar vermelho de tanta vergonha e o Victor cai na gargalhada me deixando totalmente sem jeito. — Sabia! — Quê? Não! Eu não faço isso. — Anran... Claro. — Cala a boca. Você tá me deixando constrangida. - balanço a cabeça negativamente, mas sem tirar o sorriso do meu rosto. Merda! Eu parecia uma i****a apaixonada. *** Depois que terminamos de comer, Victor disse que queria me levar até a boca de fumo, porque ele tinha outra proposta para me oferecer que não envolvia eu perder a minha virgindade com o chefe dele. Fiquei bastante receosa, mas decidi ir mesmo assim, porque era a minha honra e segurança que estavam em jogo. Durante todo o trajeto até o local, Victor conversou amigavelmente comigo e até contou algumas piadas. Vendo o homem assim, ninguém diria que ele é um bandido, assassino e t******************s. De perto, ele parecia mais humano. *** Quando chegamos ao lugar onde ficava a boca de fumo, eu comecei a suar frio por puro medo. Sim, eu sou medrosa demais e isso sempre foi um problemão, mas agora o medo que tomava conta de mim não era um sentimento qualquer. Era um sentimento real. Só o fato de eu estar ali em meio a traficantes era o suficiente para eu me ferrar e acabar indo presa caso a polícia aparecesse. — Não precisa ficar assim, Letícia. Não vai acontecer nada contigo. - Victor fala rindo. — Assim como? Tô de boas. - dou uma piscada de olho de olho em sua direção tentando disfarçar meu nervosismo. — Sua cara de assustada já diz tudo. — Ai desculpa, eu não quero te ofender, mas é que tá aqui é um pouquinho amedrontador. — Eu sei, te entendo, já estive no seu lugar, mas vamos ali dentro para tu ver que não tem nada demais. Olho para os lados me certificando que ninguém me viu, porque por mais que eu não more dentro da favela, a minha casa fica ao redor daqui e algumas pessoas podem conhecer meus vizinhos e se a minha mãe sequer sonhar que eu estou prestes a entrar dentro de uma boca de fumo, ela me tortura até a morte. Victor faz sinal para que os dois meninos armados que estão na porta abrirem a mesma e eles prontamente obedecem. Ele entra primeiro e eu vou logo atrás sentindo minhas pernas cada vez mais bambas e minha testa molhada de suor. — E aí, filhos da p**a! Essa daqui é a Letícia e ela vai trabalhar com a gente. - Victor me apresenta e eu saio de trás dele morrendo de vontade de sair correndo dali no mesmo instante que todos aqueles homens param seu olhar em cima de mim. Ao olhar em volta, minha boca se abre em surpresa ao ver o que tem ali dentro.
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