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1439 Words
Existe muita coisa onde qual a bolha que eu habitava não permitia ver de perto, a não ser nos filmes, novelas e noticiário. E isso é muito triste que foi muito depois que comecei a descobrir isso, mas a sentir na pele foi algo diferente. Que me fez ver o quanto eu era privilegiada Ser filha do grande rei do gado sempre me trouxe várias regalias, como respeito na escola, rapazes que chegavam em mim com certa vergonha, boas notas na escola e tratamento especial. Apesar de tudo isso, eu achava que não era tratada diferente, apenas como uma garota comum, Até aquela noite na igreja com Lorette. Ela havia me chamado novamente para o culto, ela estava animada pois haveria visita de outro pastor. O nosso iria chegar atrasado. O que acontece que já me foi dito que os pastores de algumas congregações são um bando de babacas fanáticos. Mas, existe certo ponto. Finalmente vestida, depois de um longo dia nem tão entediante. Eu estava usando uma blusa de mangas longas que iam até meu pulso, e uma saia que ia até os joelhos na cor rosa bebê. E meu sorriso com um leve batom na cor de framboesa, meus longos cabelos pretos soltos e como sempre, uma pequena bolsa junto a Bíblia, Mas ao terminar de descer as escadas eu vi a figura daquele homem alto e palido, de boa aparência. — Senhorita, que bom te ver. Leonardo... — Boa noite. — Falei juntando as mãos à frente do corpo — Eu sinto muito te informar mas meu pai não está. — Ah, tudo bem. eu vim mesmo foi ver a senhorita. O que? — Ah. Bem, eu estou de saída, uma pena. Disse logo passando por ele. — Eu sei, mas foi seu pai quem mandou que eu te acompanhasse. — HÃ?! Pelo que me foi dito durante o trajeto meu pai não gostou da demora do último culto, queria que eu fosse e ficasse lá, e voltasse o mais rápido possível. Não sei do que ele desconfiava, mas talvez não fosse algo haver comigo e Sebastiaõ. — Então, seu pai me disse que fez uma grande doação em seu nome para igreja. Para a sopa comunitária. — Foi, Eu pedi para que ele fizesse isso. — Entendo, você é uma boa pessoa. Ah se ele soubesse... Quando chegamos a igreja apenas cruzei meus braços e sai sem a ajuda dele — Um perfeito cavaleiro que abriu a porta para mim — mas eu sabia que era apenas para querer impressionar meu pai. — Vamos senhorita e... — Ei, Leonardo — Disse ficando de frente a ele, mesmo sendo mais alto — O que está querendo? — O que acha que estou querendo? — Me diz você. — Estou tentando agradar a filha do rei do gado, qual meu pai deve uma fortuna. Continuei de braços cruzados e o olhei com uma postura imponente. — Quer ficar comigo para o meu pai perdoar a dívida ou algo do tipo? — Olha eu não diria nessas palavras e... — Ele coçou a nuca — Mas resumindo, seria algo assim. — Você me parece uma pessoa legal. Mas, por favor não tenta ficar comigo. do contrário, tente ser mais amigo. Ao encerrar minhas palavras, virei de costas a ele e fui caminhando para dentro da igreja, para o lugar que costumava ir. sentar me ao fundo. e Leonardo se sentava ao meu lado, mas não tão próximo a ponto de ser incomodada. — Me desculpe por isso. — Está tudo bem. só não quero que seja irritante. — Está bem. E você tem quantos anos mesmo? Começamos a conversar antes do culto conversar e foi uma boa conversa, agradável. ele tinha vinte e seis anos, fez faculdade de design, gostava de música classica e de filmes e série de comédia e também de terror. Contei meu amor por jogos e que gostva de ficar na fazenda. — Você é bem recatada, apesar dos gostos por séries. Nunca teve um namorado ou ficante? — Silêncio Leonardo. estamos na casa de Deus — Disse cruzando as pernas. Como de costume ninguém respeitava a casa do senhor. O pastor que vinha ao palco para tocar no microfone, era um homem alto, branco e de cabelos loiros bem claros quase amarelo.— Lembrava um alemão nazista — Era estranho e nem parecia ser da região, já que onde morávamos era dificil ver alguém de olhos azuis ou tons claros. Sempre eramos mais com pele tom de jambu ou pessoas pretas. Brancos era dificil, como Lorette. — Pastor branquelo, não é? — Sinto até agonia. Ele tem albinismo? — Não, minha prima tem e não é assim. — Você tmbém não está longe de ser moreno. é tão branco que parece ter elvado um susto. Ele começou a rir e colocou a mão na boca. — Na verdade isso é anemia. eu estou me tratando. Sou bem mais bronzeado que isso. E você, sua mãe era preta? Minha mãe era a mulher mais linda que eu já vi, e sem exagero. Segundo meu pai, ela era modelo. capa de revistas, ganhava mimos e presentes... Tinha longos cabelos encaracolados, uma pele retinta, Linda, ela era uma Deusa, até entendo a razão de meu velho não ter se casado com mais ninguém, ele a amava mais que tudo na vida. — Sim, e meu pai é esse peão bronzeado que você conheceu. Ele olhou para os lados e me olhou. — Abençoada miscigenação que brotou uma moça linda como você. O chutei na canela durante o culto. E enquanto isso durante todo culto, o pastor da igreja chegou. Ele era um homem alto, cabelos escuros e olhos talvez castanhos, ele era bonito, barba bem rente ao rosto e uma ótima postura, um maxilar não tão definido mas sensual, fiquei fascinada em seu tipo físico, não era forte como os peões, mas logo ele apareceu com uma mulher ao lado e dizia junto avisando a igreja que a esposa estava gravida novamente. pastor Ronaldo, era um homem belo, felicidade da esposa, que também era bastante bonita pra ele. — Ele parece ter o povo por ele. — Dizia Leonardo. — Qum tem o povo tem tudo. — Cruzei os braços. Quando o culto acabou, já estava me levantando para ir junto ao Leonardo de braços cruzados. um pouco antes de chegarmos ao carro ouvi passos chegando perto de nós e uma voz euforica. — Nazaré!!!! — Gritava euforica. — Ai senhor. — Coloquei a mão sobre o rosto — Lorette oi — Paz do senhor irmã! — Dizia ela chegando mais perto e me abraçando. — Paz do senhor, irmã — Ou criatura profana. Ela estava tão entusiasmada e dizia. — Pastor Elinor, essa é a filho do rei do gado, que fez as grandes doações para nossa sopa comunitária. Pensei em abaixar a cabeça mas estendi a mão e esbanjei um sorriso gentil. Mas o homem m*l me olhou, apenas encarou a minha mão e estendeu para Leonardo. — Você deve ser o marido dela, é de boa vontade ver o que fizeram. — Ah não, ela é apenas minha amiga, vim acompanhar ela para o culto. Não estava gostando daquela situação. então mantive a mão erguida de maneira singela. — É um prazer conhecer o senhor pastor... Ele começou a me ignorar completamente e passou a falar com lorette a puxando para o lado. — Lorette eu notei que aqui é cheio de gente assim, mas não fazia ideia que a filha do rei do gado também era tão... Canalha, eu vou falar com meu pai para não doar mais nada para cá. — O que está havendo? Uma voz grave chegou no ambiente, e quando olhei era o pastor Ronaldo, conhecido também como Rony. ele estava ali perto de mim. — É que bem o pastor não quis cumprimentar a irmã Nazaré, o senhor sabe como ele é chato — Dizia Lorette. — Não tem nenhum problema aqui. — Disse abrindo um sorriso — Sou eu quem não quero tocar na mão desse homem. Eu não preciso resumir a noite, não quero contar. passei a noite em claro e deprimida dentro de meu quarto, não jantei, não fiz a ceia, apenas fiquei deprimida e pensando em como algumas pessoas eram podres. Pensei que ele poderia ser apenas machista, mas ele estava segurando na mão de Lorette, Mas não... o que eu senti foi um pedacinho de algo que não costumo sofrer por estar em minha bolha, protegida no interior onde todos sabiam quem eu era e por isso não eram tão bundões.
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