Queda livre

674 Words
Ricardo estava sentado em uma cadeira, de calça, uma garrafa de bebida na mão e as lembranças atormentando o seu espírito. Jogou a garrafa contra uma pedra. O som do nada surgiu segundos depois. Ele deu boas vindas. Não tinha vizinhos, hospitais por perto, correios, nada,por isso barganhou aquela propriedade quando salvou o Téo, agora o garoto pegava e seu pé. Se levantou, mas o telefone começou a tocar.. Não ia atender, mas Luna, a irmã que ele criou ficava preocupada, mesmo que não tivessem o mesmo sangue, ela merecia alguma consideração. ___ Maninha. __ Ricardo, faz dias que não consigo falar com você. __ Estive ocupado, mas você está bem? __ Estou, mas com uma saudade gigantesca de você. Onde está? __ Trabalhando, __ Não acredito nisso, não mais. __ É difícil, explicar __ venha me ver e a seu sobrinho. __ Vou em breve. Eram quase cinco anos sem ver o irmão. __ Ricardo.. __ Não chore, Luna. Eu vou em breve. Como o garoto está? ___ Bem. Esculpiu com Dante um boneco em madeira para você. __ Eu vou buscar, mas sabe que se precisar de mim é só passar uma mensagem que vou estar api. Se Luna corresse perigo por qualquer motivo, ele a socorreria, mas a irmã estava bem, e o filho dela também. __ Eu sei, amo você, o seu sobrinho também te ama e quer vê-lo. __ Eu apareço, logo. Se despediu. Foi caminhar na noite, o vento começou a soprar forte. Seria uma noite de tempestade seca no Texas, trovoadas e relâmpagos iluminariam o céu, mas pouca ou nenhuma chuva atingiria o solo. Ele colocou uma escopeta nas costas, saiu pela propriedade sem rumo. A área da propriedade, abrangia cerca de 3.841 quilômetros quadrados O calor do dia ainda persistia, longe do ar condicionado o calor incomodava. As primeiras nuvens escuras se formaram. O ar está quente e úmido. Era o fenômeno que os meteorologistas chamavam de eletricidade estática. Raios cairiam também. Como Ricardo previu, os relâmpagos começaram a iluminar o céu, o risco de raios realmente era grande, mas ele não se importava. O vento começa a soprar ainda mais forte, levantando redemoinhos de terra. Ricardo retirou os óculos de proteç@o do bolso e colocou para proteger os olhos. Caminhou por um bom tempo, atirou em algumas árvores para se acalmar. Jogou a arma no chão. Quando chegou no alto da cachoeira da sua propriedade, ele parou. A água jorrava de uma f***a na rocha, caindo de uma altura que parecia não ter fim. O som do rugido da cachoeira podia ser ouvido mesmo com o som da tempestade seca . A queda era incrivelmente profunda, como uma vazio sem fim, mas Ricardo suspeitava que o buraco n£gro dentro dele era maior. Viu um raio cair longe, uma árvore se partir e o som do vento se intensificar. Sem nem balançar, ele pulou, era um queda de mais de dez metros, não era a primeira vez que pulava, da última vez quebrou um braço, mas já havia fraturado o nariz, quebrado o pé e estourado os tímpanos. Algumas vezes desejava que os seus olhos nem mesmo se abrissem mais, mas provavelmente seus pecados eram muitos e nem mesmo o di@bo o queria. A noite o envolveu quando caiu na água, o calor foi embora, e ele fechou os olhos, um rosto na mente. A correnteza brincou com o corpo dela, mas tinha resistência física,treinamento e um ótimo fôlego, mesmo assim, não lutou muito. Apagou na escuridão. Mas pela manhã o sol e uma Bicada o acordou, Cerberus, a coruja de estimação que tinha o chamava a vida. Se sentou, passou a mão no rosto, o nariz estava quebrado mais uma vez, provavelmente bateu em um tronco ou pedra, não seria a primeira vez, e não ficaria mais f£io por causa disso, era impossível. Se pôs em pé, até a calça já estava seca pelo calor, e levantou para o braço para a coruja, que pousou ali, foi embora para casa com a sua companhia sinistra.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD