CHRISTIAN COOPER
Com cuidado, a coloco em cima da minha cama e por alguns instantes, fico a observando, igual um i****a. Sinceramente eu não sei o que eu estou fazendo, ela é a primeira mulher, exceto Lenita ou alguém da família.
— Como ela está?— Lenita indaga ao entrar em meu quarto. Ela ficou surpresa quando me viu entrar com uma mulher em meus braços.
— Só um desmaio. Foi um susto grande que ela tomou.
— Animais! Como pode existir gente desse tipo?
— O mundo é assim, Lenita. Nem quero imaginar o que poderia ter acontecido se eu não tivesse visto aquele bosta a arrastando para fora da boate.— Uma raiva me toma ao imaginar algo desse tipo.
— Não gosto nem de pensar, meu filho, e acho melhor descermos e deixa-la descansar.— balaço a cabeça concordando.
Um gemido é ouvido, paramos na entrada e nos viramos, e menina estava acordando.
— Oh, eu vou lá em baixo buscar algo para beber.— Antes que eu diga algo, Lenita sai em disparada para fora do quarto.
Me aproximo lentamente para não assusta-la, ela, ao abrir os olhos, se senta na cama rapidamente e arregala os olhos ao me ver.
— Quem é você? Onde estou?
— Meu nome é Christian. Está no meu apartamento, eu te salvei daqueles caras na boate, você desmaiou depois disso, se lembra? — Ela franze o cenhô e leva as mãos a cabeça.
— Ah, Drake e Luke.— murmura.
— Você os conhecia?
— Sim.— diz pensativa.
— Então porque eles iriam fazer algo com você?— Me olha assustada.
— Acho melhor eu ir embora, minhas amigas...
— Pedi para os seguranças avisarem do ocorrido, se quiser ligar para algum familiar seu.— Me sento na cama a uma certa distância.
— Não, eu posso ir pra casa, só me dizer onde tem um ponto de ônibus próximo.— Ameaça se levantar, mas parece que sente uma vertigem e senta na cama novamente, me aproximo.
— Já passa da meia noite, jamais deixaria uma mulher sair sozinha, ainda mais depois do que houve.— Com o seu nariz bem arrepitado e um ar de curiosidade, questiona.
— Uma mulher? Está insinuando que não sei me cuidar sozinha?
— Não...sinceramente eu só acho que não seria bom, ainda mais em um ponto de ônibus.— ela solta uma respiração pesada.
— Obrigada, se você não tivesse chegado...
— Porque tenho a sensação de que á alguma coisa a mais nessa história?
— Como assim?
— Porque eles fizeram aquilo?— ela fica sem graça, e sem jeito e se levanta.
— Bom, posso ligar do...
— Enrolar não vai adiantar.
— Olha, agradeço pelo que fez, de verdade, mas não te devo satisfação da minha vida.— Sem paciência me levanto da cama também.
— Quando eu me prontifico em ajuda-la e quase levar uma facada, sim, me deve uma satisfação.
— Por favor, eu só quero ir pra casa.— parece bem nervosa e tensa.
— Eu só quero ajudar e entender o que aconteceu.
— Me ajudar? Você nem sabe meu nome.
— Ok, qual é o seu nome?
— Geovana.
— Então Geovana, pode me explicar?— ela abre e fecha a boca umas três vezes tentando achar algum argumento, mas bufa se dando por vencida.
Esses lábios carnudos...
— Eu quebrei o nariz de um deles, Drake e Luke são filhos Eduardo Montez.— Agora é a minha vez de arregalar os olhos.
— Eduardo não é um dos maiores traficantes de drogas do Brasil? Porque quebrou o nariz de um deles?
— Meu irmão, era um viciado em drogas, morreu a dois anos com uma orvedose, mas morreu devendo a esse homem. Sai do Brasil sabendo falar um pouco do inglês, vim para Nova York tentar a sorte grande, me estabeleci em um apartamento no Harlem e arrumei um emprego de recepcionista em um consultório médico no centro, tentei seguir a vida. Com o tempo aperfeiçoei o inglês e estava reconstruindo a minha vida novamente, mas Eduardo me achou e mandou seus filhos me cobrar, sem paciência acertei as bolas de um, e quebrei o nariz do outro, consegui isso antes porque eles não estavam armados e nem preparados para o que eu fiz.
— Certo, isso é um bom argumento, mas o que fiz não vai adiantar, eles vão atrás de você. Cadê os seus pais?— Seu semblante muda, olhos esverdeados me encaram tristemente.— Me desculpe, não precisa dizer mais nada.— Ela balança a cabeça concordando.
Essa menina realmente passou por coisas horríveis na vida, me sinto um verme por ainda deseja-la, mas é impossível...ela é muito linda e agora entendi o porque da beleza exótica. Quadris largos, b***a e s***s avantajados e belas curvas, o Brasil é a terra das mulheres lindas. Mulheres com carne são muito mais atraente
— O apartamento tem outros quartos, pode ficar e...
— Não é necessário.
— Já é bem tarde, fique e amanhã levo você para casa ou a delegacia, deve denuncia-los.— Geovana ri.
— Já fiz isso umas três vezes. Eduardo tem poder.
— Ok, depois vemos o que podemos fazer, mas acho que pode passar a noite aqui.— Ela fica me encarando por alguns segundos, até que me olha extremamente surpresa.
— Você é Christian Cooper? Atual presidente da Architecture Cooper's?
— Sim, porque a surpresa?
— Acho o trabalho de vocês muito bom, me formei no Brasil na área.— Agora é a minha vez de ficar surpreso.
— Quantos anos você tem?
— Vinte e quatro.
— Você parece ser bem nova, achei que tivesse dezoito ou uns vinte.
— Eu...
— Olá, trouxe uns analgésicos para dor e um copo de suco.— Lenita entra com um bandeija de prata em mãos.
— Essa é Lenita, minha governanta.— apresento.
— Obrigada senhora, mas eu já estou de saída.— da um sorriso sem graça.
— Não vejo necessidade, está tarde querida, se sentir melhor, pode ficar em um quarto próximo ao meu.— Geovana olha para mim e logo em seguida para Lenita que sorri com simpatia.
Essa mulher tem um poder de persuasão igual ao da minha mãe.
— Ta bom, mas amanhã bem cedo preciso ir embora.
— Vou prepara seu quarto.— Lenita coloca a bandeija em cima do criado mudo e logo em seguida, nos deixa sozinhos.
— Bom, eu vou ao meu escritório, fique a vontade.— saio do quarto sem deixa-la falar mais nada.
Ah, acho que traze-la foi um grande erro.
****
Uma hora infornado dentro deste escritório, tentado me concentrar em documentos importantes, mas aquela mulher não sai da minha cabeça. Não sei que tipo de feitiço ela jogou em mim, e sei que ela só vai sair da minha cabeça quando a mesma estiver em baixo de mim gritando para que a f**a bem forte e rápido.
Deixa de ser pervertido.
A menina parece ter uma merda de vida, e você querendo fode-la mais ainda, literalmente. Christian Ferreira Cooper, seu bastardo de merda.
Saio dos meus devaneios ao ouvir batidas, murmuro um ''entre'' e Theo entra, um pouco bêbado.
— Pensei que não o veria hoje.— zombo.
— Aquela mulher não sabia nem fazer um boquete direito.— Atropela as palavras.
— Ou ela não era Driana.— Ele revira os olhos.
— Ahahah, muito engraçado. Lenita me disse que trouxe uma mulher pra cá. Porque não está em seu quarto transando?
— Eu a ajudei, dois caras queriam violenta-la.
— Babacas, deu uma lição neles?
— Só desmaiei um e quebrei a mão de outro, nada demais.
— Nossa, você já foi melhor.
— Não queria assusta-la, ela desmaiou e por impulso a trouxe pra cá. Acho que não deveria ter feito isso.— murmuro pensativo.
— Regra i****a essa sua, é só uma f**a.
— Não é só por isso.— Theo me encara confuso.
— Então...
— Eu a tinha visto dançar e fiquei louco, aquela mulher é linda, sexy e nem faz esforço para isso, Geovana é brasileira.— meu irmão faz um olhar malicioso.
— As brasileiras são belas e exóticas demais, papai que o diga, casou com uma, que é nossa mãe.
— Ela não tem uma perna, usa uma prótese.— Vejo a surpresa estampada no olhar do meu irmão.
— Uou, isso sim é algo novo. Você caidinho por uma manca.— Fecho a cara na mesma hora, Theo percebe que não gostei do que disse e para de sorri.— Desculpe, só quis descontrair, óbvio que isso não importa, não tenho nenhum preconceito. Mas porque parece que isso te incomoda? Tem preconceito?
— Não! Claro que não, nem pena ou algo do tipo...acho que seria medo e repudia de mim mesmo.
— Porque?
— Ela me contou um pouco sobre a vida dela, pelo pouco que me contou e pelo que vi, ela passou por coisas horríveis, não acho certo deseja-la tanto.
— Christian, ela é uma mulher, não tem essa de passado triste ou porque é deficiente física. Você disse que ela é linda, ela seria como qualquer outra que você já saiu.
— Eu tento ver dessa forma, mas depois minha consciência me julga e diz que é errado.
— Isso é...
Meu irmão é interrompido com a entrada repentina de Lenita, que parece assustada com algo.
— Lenita, o que houve?
— A menina, ela foi embora.
— O que?!— Levanto abruptamente.
— Fui ao seu quarto avisa-la que o quarto já estava pronto e achei isso.— Se aproxima e me entrega um pedaço de papel rasgado com algo escrito.
Obrigada por me ajudar, serei muito grata por isso, mas precisei ir embora, usei seu telefone e pedi um táxi. Desculpe por não ter ficado e novamente, obrigada Christian Cooper.
Geovana Vidal
— Parece que alguém te deu um pé na bunda.— Meu irmão zomba.
— Saiam.— digo baixo.
— O que?
— Eu mandei saírem!— digo alto e vejo Lenita se assustar, ela é a primeira a sair. Theo se levanta e antes de sair diz.
— É difícil quando algo foge do seu mundinho perfeito.— E logo sai, arremesso as coisas da mesa, no chão.
Porque estou fazendo isso? Porque estou com raiva? Essa mulher não é nada.
Pego o meu celular e sem pensar duas vezes, ligo para alguém que pode me ajudar.
— Del Frari, desculpa te incomodar a essa hora. Sou eu, Christian, filho do Alex Cooper.
— Estava no meio de uma f**a com a minha mulher.— escuto ela o xingar.
— Não precisava saber disso.
— Diga o que quer?
— Uma vez você disse que um amigo seu te ajudou a descobrir a verdadeira origem de Aurora, melhor dizendo, Eleonora.
— Sim, o que tem isso?
— Preciso que peça esse seu amigo para procurar informações sobre uma mulher.— ele ri do outro lado da linha.
— Já vi essa história antes.
— Matteo, por favor.
— Qual o nome da moça?
— Geovana Vidal