CAPÍTULO 01
CHRISTIAN COOPER
— Negócio fechado, Sr. Cooper.— Com um aperto de mão, fecho mais um projeto para empresa. O quinto, só esse mês.
Quando o Sr. Dylan Savage, sai da sala acompanhado de seus dois assistentes, aproveito para relaxar. Tiro o paletó preto, enrrolo as mangas da camisa branca e tiro a minha gravata.
Escuto batidas na porta e digo para entrar.
— Senhor, seu irmão ligou enquanto estava em reunião, disse que está na cidade e vai te aguardar em seu apartamento.— Rita, minha secretária, me avisa.
— Obrigada, tenho mais alguma reunião ou algo importante para hoje?
— Não senhor, só alguns relatórios dos lucros dos demais projetos que já estão em andamento, mas já mandei para o setor financeiro avaliar.— Ela ajeita seus óculos enormes no rosto, enquanto mantém seus olhos no tablet.
— Tudo bem, peça, para que assim que o financeiro terminar a avaliação, me entregar o mais rápido possível na minha mesa. São projetos que valem bilhões e são importantes para a empresa.
— Sim senhor.
— Está dispensada, vou ir pra casa mais cedo. Para meu irmão sair de Las Vegas e voltar para Nova York, algo não está indo bem.— Fazia um ano que não nos vemos, desde o casamento e a coração de nossa irmã.
Sim, minha irmã, a um ano, se casou com o rei da Genovia e juntos, tiveram a pequena Ravena. Recebo várias fotos dela, ela já está com um ano e meio.
Pego meu paletó e minha gravata, minha pasta, e saio do escritório. Normalmente costumo sair bem tarde da noite, mas graças aos trabalhos adiantados e a volta repentina do meu irmão, estou saído as cinco.
Desde que assumi a presidência da empresa, tive que rapidamente, procurar alguém que fosse ficar no cargo da vice-presidência. Meus primos, Bryan e Tânia, filhos do meu tio Liam, abriam um estúdio e trabalham com fotografia, minha irmã se casou com um rei e Theodore, assumiu os negócios do nosso avô, John. Ele comanda diversos cassinos e pelo que tenho ouvido, Theo está fazendo um trabalho maravilhoso.
Sobrou para mim, assumir os negócios da família, e graças a Deus, tenho alguém para me ajudar. Meu amigo de infância, Ivan Fuller. Ele me lembra muito meu irmão Theodore, mas diferente dele, Ivan é casado a três anos e pai de um belo filho.
Architecture Cooper´s é uma empresa voltada para a arquitetura e que, desde que assumi o comando, tem crescido muito. Modéstia parte, eu sou muito bom no que faço e sei que posso ir muito além, por isso, estamos discutindo a possibilidade de fecharmos contrato com duas empresas, DEL FRARI e a LAVISCK’S MARKETING E INVESTIMENTOS. Os donos dessas empresas são amigos do meu pai, Matteo Del Frari e Adam Lavisck. Ambos pretendem fundir e abri uma só, onde ainda iremos decidir quem ficará no comando ainda.
Abro a porta do meu apartamento e já dou de cara com Theodore sentado na minha poltrona, com um copo de uísque em mãos, camisa social escura, com as mangás até os cotovelos e com uma cara nada boa.
Aline, Theodore e eu somos trigêmeos, mas Aline tem os olhos azuis do meu pai e o cabelo escuro igual aos da mamãe, já eu e Theodore, temos os olhos da nossa mãe, bem claros, e o cabelo escuro do papai. Mas o meu é curto e eu tenho barba, Theo tem o cabelo na altura dos ombros e com uma barba rala. Fora que a nossa forma de se vestir é diferente, até mesmo de agir, ele é despojado, brincalhão, eu sou bem sério e vivo com o famoso terno e gravata.
— Você está uma droga.— murmuro me jogando no sofá, colocando a pasta do meu lado.
— Sabe o motivo.— diz com desdém.
Driana, a melhor amiga da minha irmã. Não a vemos desde que Aline foi para o hospital por culpa do pai dela. Uma longa história, mas vou dar uma resumida.
Aline, era namorada do irmão de Driana, James. Ele era o amor da vida dela, no dia do aniversário de Aline, eles sofreram uma tentativa de assalto, minha irmã iria acabar sendo baleada e o James entrou na frente, morrendo no lugar dela. Aline ficou quatro anos em luto, e a família de Driana se desfez culpando a minha família pelo que aconteceu. Meus pais deram uma viagem de presente para Aline e Driana para a Genovia, lá ela encontrou Benjamin, o rei do país, se apaixonaram e com ajuda dele, minha irmã saiu da depressão que estava. Um tempo depois minha irmã começou a receber um monte de ameaças, mas não sabíamos de quem se tratava, até que um dia, Aline é sequestrada e a pessoa por trás disso era Kendrick, pai de Driana. Ele queria que meu pai sentisse o que ele estava sentindo, porque ela dizia que a culpa era dele, meu pai havia pedido James para proteger Aline a qualquer custo e que ela corria perigo por ser o elo mais forte de Caleb, meu avô, e meu pai. Os inimigos de ambos queiram matar minha irmã. O que fez todos deduzirem que o assalto era falso e que Aline era para realmente morrer, e James sabia. Isso deu um problema porque minha irmã descobriu e contou a todos. Desde então, Driana foi embora para não sei aonde e não fala com mais ninguém que tenha ligação com os Coopers, a não ser Benjamin, marido da minha irmã, mas porque o mesmo a ajudou se esconder de todos e prometeu não contar onde ela está, e isso já faz quase dois anos. O que fizemos com o pai dela? Bem, ele está no inferno. Uma história também bem interessante é o fato de Driana, uma noite ter transado com o meu irmão, achando que era eu, isso deu uma merda tão grande, que a mesma chegou a gostar de mim por isso. Mas isso foi esclarecido e Driana já sabe, mas isso só a fez se afastar mais, por isso meu irmão esta uma droga. Ele a ama.
— Já faz quase dois anos, deveria esquece-la.
— Fala como se fosse fácil, eu amo essa mulher.
— Sim, mas ela não quer saber nada da nossa família e tem razão, de uma certa forma, trouxemos desgraça na vida dela.
— O irmão dela iria morrer mesmo.— Sim, James estava com um tumor no cérebro, que estava muito avançado e tinha alguns meses de vida, não contou a ninguém, só descobrimos porque o mesmo, deixou uma carta para Aline, que meu pai só entregou quando Aline saiu do hospital.
— Isso não importa, a questão é que ela não liga pra gente e é melhor você superar.— ele bufa.
— Você é completamente frio.— Dou um breve risada.
— Sou realista.
— Mamãe tem razão, você ficou pior quando assumiu o comando da empresa.— Vira o copo de uísque na boca.
— Alguém tinha, todos recusaram.
— Você sabe que não tinha...
— O importante é que assumi e ponto.— Não gosto de falar disso
— Ok, não falo mais disso.— Levanta as mãos em sinal de rendição.
— Bom, agora me diz, o que faz em Nova York?
— Eu só vim ver você, faz um ano que não nos vemos, depois daqui, vou ver nossos pais, meus tios e primos e por último, ir Genovia ver minha irmã.
— Melhor dizendo, implorar para Benjamin dizer onde está Driana.
— Já te mandaram se f***r hoje?
— Não, já me pediram para f***r, mas ir se f***r não.— Ele revira os olhos.
— Olha, estou a fim de sair para beber, faz tempo que não fazemos isso.
— Não posso, tenho trabalho.
— Você é insuportável, aposto que não come nenhuma mulher a um tempo.— abro um sorriso malicioso.
— Para a sua informação, minha vida s****l está ótima, eu só não exponho, como você fazia para ter a fama de mulherengo que tinha e ainda tem, é até estranho te ver tão apaixonado.
— Em breve é você.— Dou gargalhada falsa.
— O dia que isso acontecer, pode me internar.
— Vamos ir a uma boate, fiquei sabendo de uma nova que abriu.
— Não sei, eu tenho...
— Deixa de ser insuportável e vamos.— Ele se levanta e coloca o copo na mesa de centro da sala.— Vou descascar um pouco, as dez em ponto saímos daqui, ainda é cedo.— Sem esperar que eu diga algo, ele se vira e sai, indo em direção as escadas.
Moro em um dúplex em tons cinza, branco e marrom. Com decoração moderna projetado pela minha empresa, eu mesmo tive o prazer de desenhar o projeto do dúplex. Piso de porcelanato, teto de gesso rebaixado, móveis em tons escuros, de madeira viva e envernizada.
Nunca trouxe mulher alguma aqui e nem vou, a única que vive aqui é Lenita, minha governanta e segunda mãe.
— Seu irmão está horrível.— Em falar nela.
— Ele vai ficar bem, vamos sair hoje.
— Vão encher a cara?
— Como ousa falar assim de minha pessoa?— me finjo de ofendido.
— Digo isso porque eu me preocupo.— Levanto do sofá e vou até ela.
— Eu sei, por isso te amo.— ela abre um sorriso enorme quando me inclino para beijar suas bochechas de senhora de sessenta anos. Ela tem cabelo comprido e com fios brancos, baixa e de pelo n***a. Olhos extremamente verdes e um dom de me acalmar.
— O jantar está quase pronto, seu irmão eu já vi que não vai comer, ele assaltou a geladeira quando chegou, mas você vai.
— Lenita, eu...
— Não me faça te tacar as panelas.— murmura saindo da sala, e eu rio.
Essa é a minha vida e gosto dela assim, e nada vai muda-la.