Cap5

1504 Words
1 mês antes.... Analya se desvinculou o máximo que podia da corte, o casamento de Nelly e Phillipe seria no próximo mês, dentro do castelo era uma princesa devota e obedecia a rainha como ela mandasse, mas fora, como parte do acordo ela conseguiu entrar para o treinamento avançado de soldados reais, era um treino pesado e poucos sabiam que ela era a princesa de Celeste, era tratada como qualquer mulher insana que se alistava para servir o palácio. No período de dois meses ela teve a garra de se tornar imbatível em campo, derrubava qualquer soldado com anos de treinamento, ela havia ficado mais forte, mais focada, e preferiu ignorar os acontecimentos da noite do terremoto, tanto seu relacionamento com Phillipe quanto os absurdos que alucinou. -Lya, força nos punhos.- General e treinador de Celeste gritava com entusiasmo com o avanço de Lya, ele era nascido de Cecília, então sabia como ensinar com bons métodos de defesa e ataque todos os soldados.- Caleb vai acabar morrendo rapidamente, derrubem-na- O general gostava de mim, mas incentivava os meninos a tentarem me derrubar, aquele ringue me salvou de meu próprio caos, descontava o tédio e a raiva toda ali, voltava a noite apenas para jantar e dormir, durante esses meses de treinamento intenso eu consegui me conectar com algo, uma coisa que não acontecia com frequência.- Derrubei Caleb e acabei ficando em cima dele -Como se sente perdendo para uma mulher, Leb?- ele tinha os olhos amendoados e um nariz relativamente atraente, ficamos naquela posição por alguns segundos quando escutamos alguém tossindo, eu olhei para os meninos que observavam a luta e vi que eles tinham se reverenciado, torcia para que não fosse meus pais, ninguém podia saber quem eu era. Me levantei e ajudei Caleb a levantar - Quem sabe na próxima - ele riu e piscou pra mim -Lya, Caleb...- o treinador chama nossa atenção e olhamos para quem vinha á direita. Phillipe. -Príncipe Phillipe, é uma honra..- Caleb fala e eu me curvo, ele franze as sobrancelhas -Eu posso roubar sua soldada por alguns instantes, Haron?- Ele fala para o Treinador e eu faço que não com a cabeça -Claro, majestade. Lya entra na próxima.- reviro os olhos e me viro para Teddy -Só vai ganhar porque não vai lutar comigo...- Teddy riu alto -Sonha Lya, vai sonhando...- fomos até o outro lado do castelo perto de Primavera e encarei Phill -Majestade? Como posso servi-lo?- Péssima escolha de palavras, pensei -Treinamento militar? Sério?- revirei os olhos -Ai..- murmurei- Tchau Phillipe ...-ele me pega pelo braço -Sua irmã falou que fica preocupada com você, isso é perigoso Analya, quando vai deixar de ser inconsequente?- eu ri com deboche -Minha irmã não tem um reino para cuidar? Pode deixar a minha vida em paz? -Você não nasceu pra esse mundo, Analya.- ele riu- Lentes de contato para esconder a cor?- ele riu com deboche- Acha mesmo que pode esconder sua identidade? Insanidade é a palavra que eu usaria para descrever o que está fazendo. -Não Phill, pelo contrário, eu não nasci para esse mundo- aponto para o castelo diante de nós- Eu não nasci para vestidos e bailes, e casamentos arranjados e sem amor, eu não nasci para ser conformada com esse mundo, e ali eu posso ser quem eu quiser, eu me sinto útil, ninguém sabe quem eu sou e sou feliz. -E quando rebeldes invadirem? E se alguma coisa acontecer? - ele me encarou mas eu não me permiti sentir nada -Espero que quando tiverem filhos, não tenham apenas dois, ou tenham um, ou meia dúzia, ninguém merece ser o segundo filho, você não sabe o que é ter que ser quem você não é pelo bem do seu irmão mais velho, eu só existo para substituir Nelly, e sim eu gosto da luta, se rebeldes invadirem, eu vou lutar como todos aqui, e se eu morrer, bem...desde que não seja a Nelly... -Não diga uma coisa dessas, por Kiar...- ele segurou meus braços com força mas eu me soltei -Me deixe em paz, e nunca mais ouse me tirar de um treinamento apenas para expressar sua opinião, que não foi pedida por mim. Entendeu?- sai de perto dele e voltei para o treino, de fato Teddy tinha vencido, mas eu queria tirar o Ego de sua barriga. - Pronto Teddy?- Eu era pouca coisa mais baixa que os meninos, eu tinha 1,70, mais alta que a maioria das mulheres por ali, eu era rápida e conseguia derruba-los acertando pontos de precisão. -E se ele fosse um rebelde de Cecília?-pensei. Ele tinha a altura para ser um deles e ele queria me vencer, Teddy vencia com golpes sujos, não permitidos no ringue mas em campo tudo era válido. O que o treinador me disse uma vez... "Eu sou de Cecília e somos mais fortes que o qualquer um, temos sangue de ninfa e inteligência de guerra, se quiser nos vencer tem que conseguir nos distrair com algo muito especifico, em lutas de campo acerte garganta e pontos cegos nas costas, seja rápida, esse é meu conselho, mas se chegar a entrar em um ringue tente distraí-lo, tira-lo do foco central, quando perceber que ele começou a pensar sobre isso, ataque. Tenho certeza que venceria." E foi o que eu fiz sem pensar muito ataquei Teddy na garganta, ele tentou revidar e me acertou com um golpe na barriga, ele colocou o pé atrás e me fez cair, quando ele ia me dar um golpe eu rolei ficando dentada de bruços, coloquei minhas pernas entre as dele que estava em pé e antes que ele pensasse e o derrubei no chão com força e levantei num pulo, ele tentou fazer o mesmo mas prendi seu punho, ele me golpeou com a outra mão e quando ele levantou ficando poucos segundos de costas pra mim eu sorri e dei um golpe nas costas fazendo o cair de cara. -Lya venceu de novo.- fui ajudar Teddy que aceitou e limpou a boca que sangrava -Golpe sujo- ele ria -Aprendi com o melhor- pisco pra ele -Boa menina..- ele me dá um tapinha no ombro - Amanhã o dobro ou nada, Lya. -Fechado- vou em direção ao treinador -Boa luta, prestou bem atenção no que eu falei, só esqueceu de uma coisa...- ele me olhou sério - Teddy não é de Cecília..- ele bagunçou meu cabelo - Está indo muito bem, ninguém em dois meses conseguiria fazer o que você faz. -Nem uma soldada ceciliana?- ele sorriu -Soldados cecilianos são treinados desde que sai do leite materno, Lya. Mas para uma humana, você teria grandes chances de viver se por acaso ficasse frente a frente com um dos soldados sanguinários de Cecília. -Porque não nos ensina a matar?- ele começou a andar comigo até o palácio -eu já ensinei lá por muito tempo, ensinei muito a matar contra suas vontades, ninguém no final das contas quer assassinar alguém Lya, eu os treino para conseguir primeiro, sobreviver a um possível encontro, segundo conseguir aliados e trazer para cá para o interrogatório, poucas vezes conseguimos fazer tal coisa e acho bem falho esse método e terceiro pela saúde mental de vocês. Já vi jovens querendo fugir para sair de tal situação. -Você se lembra de algum que treinou que não queria isso? -Sim, ele era o melhor e mais forte, e ele odiava aquilo. Quando eu vim pra cá, ele não era mais aquele jovem que eu conhecia, a noiva havia sido assassinada diante de seus olhos e ele não podia interferir por causa da lei que eles tem, uma falsa ideia que não há hierarquia, um dos piores pontos de lá, eles gritam fora monarquia e tem um regime mais duro do que qualquer monarquia pudesse exigir. -E o que aconteceu com ele?- ele deu de ombros -Eu sei que no fundo ele presa pelo rapaz que foi, mas hoje considero que seja o mais impiedoso dos homens. Princesa, tenho que ir, minha família me aguarda. Cuide-se.- ele beija minha mão e parte. Vou ao encontro de Primavera antes de entrar em casa -Primavera, hoje eu pensei em algo....- disse subindo por seu tronco -No que querida?- ela respondeu em minha mente -Eu disse para mim mesma o quando eu estava feliz por ter me conectado com algo depois de tanto tempo, eu amo o treinamento, eu amo lutar e ser útil...mas -Mas....- eu olhei para o Horizonte de Outono - Quando eu gritei no dia do terremoto, eu meio que me conectei com aquilo, como se fosse mais que um grito meu, como eu posso ter me conectado com algo que eu nem sei o que foi? - ela ficou em silêncio - Eu não acho que foi coincidência, mas também não acho que tenha sido eu...mais ou menos, será que fui eu?- ela continuou calada- Não vai falar nada?- Aparentemente não - Pois bem eu espero sua resposta depois, tenho que entrar e enfrentar os dragões que eu chamo de família . Até mais Primavera.
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