Kiar's Chronicles

Era uma vez.... Boas histórias sempre começam com essas três palavras, histórias que sempre estão relacionadas a finais felizes, mas sinto muito informar, talvez não será isso que encontraram nessa história. Havia um reino em um lugar cheio magia, fadas e humanos, curiosamente todos viviam em paz. Eles tinham um rei bondoso que governava o reino, e em homenagem a esse rei o reino foi nomeado com seu nome, Kiar, Kiar era metade humano e metade ninfa, ele tinha magia em seu sangue, e por isso foi considerado o melhor para governar. Kiar era uma terra que era dividida em quatro por um rio, e cada pedaço dela era uma estação, e mesmo sendo assim todas as quatro estações viviam em paz sob a liderança de Kiar, primavera era a estação na qual apenas humanos residiam, ela não era quente de mais, nem fria de mais, ela era perfeita para eles, já outono, verão e inverno era moradia de todos os tipos de ninfas e fadas, naquele tempo as fadas não tinham mais asas, todos eram parecidos com humanos, apenas as orelhas pontiagudas revelavam tal diferença explicita. Eles cuidavam da natureza e da fonte de riqueza de Kiar, os humanos ficaram encarregados de viagem para outros reinos e na parte da engenharia e trabalhos manuais. Ele tinha o poder de controlar os elementos e sabedoria maior do que qualquer outro que existira, ele era gentil e vivia perto de seu povo. Seus cabelos eram azuis como o céus, a pele morena e os olhos Bordô, quando ele ficava no sol seus olhos pareciam que haviam chamas dançando neles, ele vestia uma túnica branca que simbolizava a sua realeza, ele era a perfeita harmonia dos elementos, ele era a harmonia. Kiar governava o reino sozinho, nunca sentiu a necessidade de se casar, ele amava seu reino e seu povo e já era o suficiente, ele se sentia completo, mas um dia em uma festa em comemoração ao final de sua estadia no Inverno, seu povo dançava e se despedia com alegria, durante 4 em 4 meses Kiar se hospedava em um dos quatro reinos e sua estadia na Primavera já estava prestes a começar, e sinceramente era sua estação preferida, ele tinha afeição demasiada pelos humanos e os amava, e preferia estar lá na maior parte do tempo, mesmo que eles ocupassem apenas a primavera eles tinham em tamanho pouca coisa menor do que as ninfas e fadas das outras estações, por isso Kiar os colocara lá, Primavera era maior em território. Enquanto o povo de Inverno dançava em volta da grande fogueira de gelo ártico que ele projetava com chamas em tons de azul e violeta ele viu uma beleza que jamais tinha visto em toda a sua vida, uma mulher dançava com paixão em volta do fogo, descalça, vestida com um vestido lilás que esvoaçava enquanto ela planava pela fogueira, o rei Kiar se aproximou e viu seus olhos azuis como gelo e cabelos da mesma cor que a neve, ela tinha lábios grossos e olhos amendoados, magra e alta, ele já tinha visto mulheres lindas de todos os reinos, mas nenhuma se parecia com ela, e foi naquele momento que o rei Kiar se apaixonou por uma ninfa de Inverno. Ela se curvou ao vê-lo se aproximar, mas assim que o olhou nos olhos, os dois sentiram algo que nunca haviam sentido. Amor. Seu nome era Cerise, Cerise significava cereja, no inverno a única fruta que dava cor ao imenso ambiente branco e azul era os pequenos pontos vermelhos que cresciam perto da divisa de inverno e primavera. Kiar se apaixonou no instante que a viu e com o passar de cada momento ao seu lado, ele sabia que era ela, ela tinha o amor do povo, ele via o jeito que ela tratava com amor devoção o seu povo e como amava as quatro estações como se ela tivesse nascido de todas. Kiar não demorou muito ao se casar com ela, lhe fez um feitiço que nenhuma das estações afetaria sua pele, assim como ele, não sentiria frio ou calor, nenhum clima lhe afetaria e ela poderia lhe acompanhar durante suas mudanças de território. Kiar amava tanto Cerise, o azul em seus olhos era refresco para a quentura dos seus, Cerise governava com excelência, nunca houvera rainha tão amorosa quanto ela. Kiar durante 10 anos foi governado por Kiar e Cerise em paz, nenhum vestígio de guerra, revoltas ou qualquer coisa do tipo mas Kiar que era mais sensível as coisas sentia que algo estava por vir, algo que poderia mudar tudo em seu reino. Em sua festa aniversário de 10 anos de casamento, Kiar deu um castelo para Cerise, um enorme palácio no meio de Kiar, eles não precisariam mais mudar a cada 4 meses, eles estavam no centro de todos, o palácio ligava as quatro estações, e nesse palácio todo o povo comemorou com alegria sua construção, Kiar não tinha distinção, todos eram importantes ao seus olhos e todos se sentiam assim, como se fossem parentes do rei. Mas naquela noite um antigo ancião de inverno, se aproximou dos reis com um olhar carregado de ódio, Kiar se pôs na frente de Cerise ao sentir sua presença, todo o povo estranhou sua posição e ficou em silêncio para ouvir a conversa. -Quem vem perante o rei?- Kiar falou para o ancião que andava com uma muleta -Ninguém de importância relativa, meu rei- ele se curva mas Kiar sentiu sarcasmo em suas palavras -Se moras no meu reino, tem importância para mim. Quem é você e o que quer? -Sou Mirius Mohr, meu rei, ancião de inverno- Kiar ainda atento não saiu da frente de Cerise, ele nunca tinha usado seus poderes para machucar alguém, mas aquele homem conseguiu extrair o pior de seus sentimentos -Pois bem Mirius, o que quer me dizer?- Mirius sorriu -Tive um sonho essa noite e senti em lhe compartilhar. Posso olhar para a rainha, Majestade?- ele perguntou e Kiar cedeu e voltou ao seu trono mas continuou atento - Cerise Montreal, me lembro de quando seus pais a tiveram....- os olhos da rainha se abaixaram e Kiar voltou a se levantar- Senti muito por sua perda. E por isso vim. -Mirius, diga e parta....- o povo sabia que Kiar era diferente e sentia o perigo nas pontas dos dedos -O ventre de sua esposa virá um tempo de beleza, do ventre dela Kiar se encherá de alegria pois todos receberão um presente. Mas depois que a árvore vier a secar, o reino se dividirá e a guerra será o alimento dos moradores de Kiar, do ventre da rainha virá a guerra, mas do mesmo virá a paz. A menor fruta será a mais doce, e da mais bonita a destruição. Eis que lhe digo rei Kiar, sua magia só poderá ser dada a um, não ignore meu conselho, ou tudo que amava perecerá.- Mirius se curvou e sumiu no ar. A música voltou a tocar e Kiar deu a ordem para que todos voltassem a dançar, Kiar se manteve tenso mas Cerise pegou em sua mão e sorriu -Tudo que vier no meu ventre será bom, e mesmo que haja guerra, um dia teremos paz novamente, tem coisas que não estão sob nosso poder meu amor....- ela beijou sua mão -Mas farei de tudo para que não haja.- Kiar colocou sua mão com cuidado no trono e se levantou em silêncio e saiu do lugar. Cerise se preocupou com Kiar, ele nunca tinha ficado daquele jeito. Alguns meses se passaram e o inicio da profecia se cumpriu, Cerise estava grávida. O reino e Kiar nunca estiveram tão felizes, as quatro estações estavam em festa, mas Kiar ainda pensava na profecia e tinha medo. -Meu amor, o que está pensando? - Kiar olhava para a janela enquanto Cerise se banhava, ela estava com 5 meses e sua barriga estava maior do que imaginavam, ela quase não tinha mais mobilidade e Kiar se preocupava -Na criança, sua barriga....- ele se aproxima - Essa gestação não está normal Cerise.... -Porque não se conecta com ele...ou ela.....- ela pegou sua mão e colocou sobre a barriga -Faz muito tempo que não leio mais os pensamentos de ninguém... -É seu filho Kiar, já está na hora de entende-lo ...Faça- ela sorriu com amor Kiar tocou a barriga e fez, sua mente foi até o Ventre de Cerise, e não se conseguiu se conectar como se alguém o bloqueasse, mas ele continuou tentando até que escutou uma voz e ele sorriu.. -Oi...- ele falou com a voz- é o seu pai.... -Meu pai?- Uma voz doce e serene respondeu - você é a voz que eu escuto... -Você me escuta? -Sim, sempre, eu gosto da sua voz...- Kiar sorriu -Você está bem?- ele nem sabia se ele(a) saberia responder -Estou, aqui é meio apertado, provavelmente serei a última a sair -última? -é....tem mais de mim aqui, isso é normal?- Kiar olhou para Cerise e entendeu do porque da barriga estar tão grande -Quantas? -Eu não sei, só são mais.... -Eu tenho que ir.... -Eu vou te ver logo pai?- Kiar deixou uma lágrima cair e sorriu -Vai sim.... -Eu vou ser a garota mais feliz do mundo quando isso acontecer.- Kiar sorriu e olhou para Cerise -O que aconteceu?- ela pergunta ansiosa -não é só um ...- Cerise sorriu- eu falei com uma deles, uma menina...- ele sorriu 3 Meses se passaram e chegou o dia em que Cerise iria dar a luz, ela quis parir no quarto central do castelo, onde ligava as quatro estações, seus filhos seriam abençoados pelas quatro estações. Kiar sabia que seriam mais de dois, e amaria cada um deles, independente de quantos viessem, mas ele ansiava ver aquela naquela na qual havia falado, provavelmente a última ela disse, ele estava presente quando o parto começou, havia uma tia de Cerise de inverno que receberia a primogênita(o) em homenagem a Cerise que era de inverno, havia Otto de outono que era melhor amigo de Kiar, ele seria o padrinho de todos, mas abençoaria o segundo, a Ninfa Vera, que era a dama de companhia de Cerise pegaria o terceiro em nome do verão, e Kiar pegaria a última, Cerise acreditava que eram 4 por isso não se prepararam para mais. Assim que ela começou a ter contrações Kiar segurou sua mão, e em minutos escutaram o primeiro choro, era uma menina, uma linda menina de cabelos brancos como Cerise, a tia de Cerise a pegou e sorriu , Logo saiu a segunda uma menina com a pele morena e cabelos preto azulados como os de Kiar, Otto a pegou e a abençoou, Vera pegou a terceira ela tinha cabelos e olhos bordo, ela certamente teria um temperamento quente como o fogo, quando Kiar estava prestes a pegar a última a parteira falou : -São só essas, parabéns...- Kiar ficou sem reação, ele olhou para a bebe que Vera carregava e sabia que não era ela -Veja direito, tem mais uma....- A parteira olhou com desdém para o rei -Sinto muito majestade... -OLHE NOVAMENTE...- seu grito saiu como um rugido e a parteira tremeu, ela olhou para dentro de Cerise e ficou surpresa ao ver que realmente havia mais uma -Oh céus o que houve contigo pequenina?- ela puxou uma bebê, a bebe que Kiar esperava, mas ela estava..... -Morta?- Kiar começou a chorar -Sinto muito majestade, acho que ela era a única humana das 4, e não sobreviveu ao dividir o espaço com as outras....- ela lhe entregou a menina, ela tinha cabelos escuros quase pretos e a pele branca, Kiar estava feliz pelas outras mas aquela menina era diferente, Cerise havia dormido após o nascimento da terceira, então ele tomou uma decisão que talvez se arrependeria, ele ordenou que os três colocassem as meninas nos berços e antes de saírem, apagou a memória deles e da parteira, ele ficou a sós com as filhas e a esposa adormecida. -Eu preciso de você.....- ele escutou atentamente e a menina ainda tinha pulso, muito fraco, mas tinha- Me promete que viverá....e eu darei a você a chave.- Kiar injetou sua magia na menina humana quase falecida e riu ao vê-la despertar e sorrir - Oi minha filha.....- Kiar escutou batidas e sabia que havia feito algo irrevogável, ele deu a menina o poder que seria dado para todas quando ele morresse, assim como seu pai fez. Mas aquele segredo morreria com ele. Ele abriu a porta e todos entraram como se nunca tivessem entrado antes, ele mostrou a parteira que a menina estava viva e ela comemorou sem demais. Depois de alguns minutos Cerise acordou sorridente ansiando conhecer as filhas. -Essa é mais velha, nasceu sem problemas. Se parece contigo minha sobrinha....- A tia de Cerise entregou-lhe a menina de cabelos brancos -Essa é de Inverno, e seu nome será Clarice....- ela beijou sua cabeça e logo Otto veio com a segunda mais velha- Seus cabelos são lindos como o oceano ao norte de Outono, seu nome será Cecilia. -minha amiga essa é a terceira mais velha, ela terá com certeza terá seu temperamento...- Vera a ninfa do Verão lhe entrega a menina de cabelos avermelhados -Como és linda...- ela acaricia seus cabelos e sorri- Celine...seu nome será Celine.- ela volta para os braços de Vera e Cerise olha para Kiar distante -Majestade nasceu mais uma menina, ela nasceu quase morta, ela é humana, a mais frágil das meninas, mas por um milagre ela voltou a vida...- Kiar se aproxima de Cerise e a mesma não reconhece a expressão diferenciada do marido, ele estava quase chorando, sua face estava vermelha e ele brincava com a menina humana. -Kiar?- ele olhou para a esposa e foi em sua direção -Olha como ela é forte, meu amor....- ela lhe entrega a menina e Cerise sorri - ela é igual a minha mãe, humana. -Seu nome será Celeste, pois do céu veio para nós. Kiar e Cerise amaram suas quatro filhas, mas apesar de ter prometido que nunca iria revelar o que havia feito com Celeste, Cerise percebeu detalhes em Celeste com o passar dos anos, e assim que ela fez 2 anos em uma briga com Clarice por um brinquedo seus olhos brilharam e ela jogou uma bomba de luz na irmã que foi jogada para longe, Clarice ficou bem, ela era uma ninfa da água e gelo, não podia se machucar. Cerise pegou Celeste e foi em direção a Kiar imaginando o que ele poderia ter feito. -KIAR....- ela entrou em seu quarto e gritou - me fale a verdade....- ele olhou para Celeste que brincava em seu colo- O que você fez na nossa filha? -O que quer dizer? -Celeste é humana, e lançou uma bomba de luz em Clarice. Você tem o poder de domar a luz. O que você fez meu rei?- Kiar olhou para o chão e depois olhou para Cerise -Eu não podia perde-la....- ele se levantou e pegou Celeste nos braços - Ela tinha nascido quase morta, a parteira ia deixa-la no seu útero de tão pequena que ela era, a única humana entre 3 ninfas com magia, ela não desenvolveu. Foi com ela que eu falei quando li a mente delas, ela foi a única que me permitiu entrar. Cerise - a esposa o olha- ama menos Celeste por ser humana? -Obvio que não, eu a amo tanto quanto as outras. -Se fosse você...deixaria nossa primavera morrer sabendo que poderia ter feito algo?- ele olhava para a menina branca de cabelos negros e olhos escuros -O que você fez? -Responda, deixaria nossa filha morrer só porque tivemos 3 saudáveis? - ela negou e beijou Celeste -Faria tudo pelas 4 vivas.... -Foi isso que eu fiz...- ela o olhou - Dei minha magia de herança para ela, isso não a torna uma ninfa.... -Isso a torna....- Cerise se afasta- Uma da sua espécie....metade humana, metade ninfa.... -Sim, uma de mim....- ele olha com carinho para a filha -Você deu para ela a magia de herança que era para as quatro.... -As outras já nasceram com magia, Cerise, força e poder. Ela não. -Um dia isso poderá ser um problema, se elas quiserem o que é por direito delas? -Elas vão descobrir isso quando eu morrer, ou melhor...não tem o que receber. O poder escolherá a soberana. -Mas se ele escolher a Celeste ela será mais poderosa que elas.... -A magia sabe quem deve tê-la, e não me arrependo. Mas ninguém nunca vai poder saber que concedi meus poderes para ela, vou colocar um feitiço que irá adormecer os poderes dela. Talvez seja despertado em outra geração, será melhor assim. Pela paz em nosso reino ... -E se a profecia se referia a ela?- Cerise temeu - do ventre da rainha virá a guerra, mas do mesmo virá a paz. A menor fruta será a mais doce, e da mais bonita a destruição. Eis que lhe digo rei Kiar, sua magia só poderá ser dada a um, não ignore meu conselho, ou tudo que amava perecerá.- ela repetia as palavras da profecia e olhou para Kiar -Talvez ter feito isso foi a minha melhor decisão, meu amor....Talvez dela que virá a nossa salvação.... -Ou a nossa destruição....faça o feitiço - Kiar colocou a magia da menina em hibernação, ele esperou estar a sós com ela -Oi minha filha , eu sei que encontrará um jeito de salvar o mundo não vai? Minha doce primavera... As quatro estações se formaram, o segredo da magia adormecida seria guardada para sempre até que fosse o momento certo para que ela fosse liberta, talvez nem seria liberada em Celeste, talvez fosse liberada anos depois, em outra geração, em outro tempo, em outra vida, mas a única certeza que Kiar tinha era que seria na mesma guerra que seria começada por suas filhas. Pela primeira vez em toda sua vida Kiar teve medo, pela primeira vez ele temeu pela vida de seu povo, afinal ele nunca esteve em perigo, mas será que a destruição do reino de Kiar viria de suas próprias filhas?