Cap6

1560 Words
Tomei um banho demorado e coloquei um vestido simples amarelo de mangas até metade do braço, deixei meus cabelos ondulados soltos e cobri os vermelhos e inchaços do meu rosto com maquiagem, tirando aquela conversa patética com Phillipe o dia foi praticamente perfeito, e era muito raro eu dizer algo do tipo. Terminei colocando uma presilha de pérola no lado direito do cabelo e fui para o jantar. Para minha tristeza Phillipe ainda estava em Celeste- revirei os olhos assim que eu os vi. -Analya querida, estávamos esperando você.- meu pai falou estendendo a mão para que eu me aproximasse - Está linda querida -Obrigada Pai.- me sentei em sua esquerda de frente para Phill do lado de Nelly -Estávamos falando de você..- minha mãe fala com certo entusiasmo- Estamos muitos satisfeitos com seu comportamento perante a sociedade, até que enfim tinha que tomar a postura devida- ela leva uma folha da salada levemente dobrada até a boca -Eu cumpro o que prometo mãe, se disse que eu me comportaria eu fiz jus a isso...- olhei para meu prato e comecei a cortar a carne, queria evitar de olhar para Phillipe e Nelly que eu sabia que estavam me encarando, perdi a paciência quando eles continuaram me olhando depois de alguns minutos - Algum problema?- minha voz saiu um pouco mais alta que o normal e Nelly respirou fundo -Estamos preocupados com você Lya...- Nelly falou em tom complacente, eu sabia o que ela ia fazer e implorei com os olhos para que ela não continuasse -Com o que querida?- minha mãe fala com total atenção -Esses treinos com os soldados, mãe, eu tenho medo que ela se machuque..- minha mãe olhou para mim como se não soubesse dos treinos -Você está fazendo treinamento militar Analya? -ela olha para meu pai- Polo? -Ela nos pediu permissão faz quase 3 meses se não me engano Brianna, ela está treinando com o Haron, melhor professor de Kiar, eu tenho confiança nele...Não a nada de errado.- respirei fundo, aliviada - Afinal é um modo de saber se defender, ela não está treinando para lutar em campo...- ele riu e meu coração parou, eu olhei para Phillipe e implorei -é pro seu bem....- ele falou quase num sussurro - Não foi bem isso que eu vi, Majestade. NÃO NÃO NÃO -O que quer dizer?- ele olhou pra mim -Analya está treinando com os soldados para trabalho de campo, hoje a vi lutando com um soldado 3 vezes maior que ela- eu me levantei e bati as mãos na mesa -VAI PRO INFERNO- gritei -Analya, se sente...- meu pai ordenou e eu me sentei - e se explique... -Pai eu estava treinando métodos de defesa pessoal como eu pedi, mas em poucas semanas eu já tinha avançado mais do que muitos soldados, então comecei a treinar com eles e sinceramente sou uma das melhores...- meu pai fez um sinal com a mão -Não foi o combinado Analya... -Mas eu to cumprindo a minha parte...eu estou sendo a princesa patética que vive na inércia que vocês sonhavam que eu fosse...- falei aumentando o tom da minha voz -Analya pode conseguir outro passatempo menos perigoso, o que acha de hipismo? Eu mesma lhe acompanharia - Nelly falava como se eu fosse uma criança de 10 anos que precisava de uma negociação patética para mudar de ideia -Antonella porque você não enfia suas dicas....- Minha mãe fez uma repreensão - Papai acho que você está dando poucos afazeres para a Nelly, se ela e o Phillipe tem tempo para cuidar da minha vida acho que precisam de sla mais um reino para cuidar...AH PERA, vocês tem dois reinos para cuidar, porque não me deixam em paz? -Queremos o seu bem Analya, poderia pelo menos uma vez nos escutar. - Phillipe me repreendia de novo e eu rio com sarcasmo -Já passei muito tempo escutando coisas que você me dizia não acha, cunhadinho?- falei com deboche e o salão ficou em silêncio -Analya não vou lhe proibir de realizar seus treinamentos, mas não vou permitir que saia dos muros desse palácio ou se arrisque caso haja uma invasão, você pode tentar ser uma soldada com seus amigos, mas continua sendo princesa de Celeste...- meu pai me repreendeu -E se eu não quiser ser princesa de Celeste pai?- meus olhos se encheram e eu olhei para Nelly que fixou pasma - E se eu não me encaixar nesse maldito mundo e quiser servir? - meu pai me olhou com as sobrancelhas juntas -Não tem essa escolha.- ele voltou-se para seu jantar- Aceite quem você é, e pare de tentar mudar seu futuro pro mero capricho- minhas lágrimas caíram -Minha felicidade é um capricho? Não existe melhor versão minha do que aquela lá fora lutando, aquela sou eu, não essa...- levanto levemente o vestido e o solto - Mas vocês nunca vão enxergar isso não é? -JÁ CHEGA ANLYA, SE CONTENHA COM O QUE TEM...SE NÃO LHE PROÍBO DE PASSAR A PORTA CENTRAL...- Meu pai grita -Como quiser majestade...- me levanto- perdi o apetite, bom jantar para vocês. -Quanta ingratidão- minha mãe murmura- Tem milhares de moças espalhadas por Celeste que morreriam para estar em seu lugar, Analya -Então pode fazer escolher qualquer uma delas que eu daria essa vida de graça se eu pudesse ser uma garota normal e me livrar definitivamente desse FARDO QUE É SER PRINCESA- meu pai se levantou e bateu a mão na mesa -JÁ BASTA, NÃO LEVANTE A VOZ PARA SUA MÃE- ele me olha com ódio - Vimos que seu temperamento não mudou nada- ele se senta- Acho que Nelly pode arrumar um espaço em sua agenda para lhe acompanhar nas aulas de hipismo, não é querida? - Meus olhos se arregalaram sem acreditar -Claro pai...- Nelly me olha sorridente, aquilo não podia ser real -Pai...- falo baixo -Sinto muito Analya, seu temperamento não é tolerável...- ele me olha- Está proibida de continuar no treinamento a partir de amanhã .- Eu dei alguns passos para trás e lágrimas brotaram -Lya...- Phillipe se levanta e tenta falar mas eu atiro vinho em sua cara -ANALYA...-minha mãe grita e eu jogo meu prato na roupa de Nelly -ANALYA... -Se é pelo meu temperamento tá ai, obrigada por destruírem minha única fonte de felicidade, espero ansiosamente que se casem e saiam logo daqui, não quero nunca mais ver a cara de vocês. Eu odeio todos, eu odeio esse lugar e principalmente eu odeio A MIM MESMA, preferia ter nascido da cozinheira.- Sai correndo pra fora, corri para longe daquele lugar, o mais rápido que eu pude. -Primavera...- eu abracei seu tronco- eles me tiraram tudo...- eu estavam chorando quando ouvi vozes, eram tropas Celestinas, minha turma de treino estavam ainda com roupas normais correndo para o celeiro, lugar onde eles colocavam as roupas de batalha e armaduras, eu me aproximei, baguncei o cabelo e rasguei o vestido o deixando mais simples como se tivesse sido pega de surpresa como eles -Teddy o que aconteceu?- ele parecia apreensivo -Quem bom que te chamaram, não pensei que fariam isso- ele jogou os cabelos loiros para trás- Aparentemente avistaram rebeldes Cecilianos ao norte da muralha, estamos indo para lá, mas Lya...eu não sei se é bom que você...- eu o interrompi -Não continue por favor, eu já escutei sermões o suficiente por hoje....eu preciso ir e vou.- ele sorriu -Como quiser, eu cuido de você. -Ou eu cuido de você...- pisco -Mas vai precisar mudar de roupa- olhei para meu vestido e ri -Vou pro vestiário, volto em 7 minutos -Que precisão- ele riu e seguimos caminhos diferentes. Corri para o meu quarto o mais rápido que podia, coloquei meu uniforme de couro vermelho escuro e prendi meus cabelos em um r**o alto, quando estava prestes a pular da janela escutei alguém bater na porta, corri para minha cama, abri um vidro de remédios para dormir que tinha na gaveta para similar que tinha tomado e me cobri até o pescoço. Era Nelly. -Está mais calma? posso entrar?- ela ficou na porta e eu fiquei em silêncio como se estivesse dormindo - Eu sei que está acordada, ela se aproximou e ficou em silêncio - Só tenho medo que algo aconteça com você.- ela beija minha cabeça- Boa noite querida.- ela fecha a porta mas continuo imóvel, quando éramos crianças tínhamos essa mania de ficar dentro do quarto mesmo depois que a porta se fechava para ver se estávamos fingindo. Fiquei imóvel por mais 2 minutos e depois dei uma viradinha de leve, fazendo que meu cobertor ficasse frouxo no rosto me dando a chance de observar o quarto, e eu tinha mesmo razão, ela ainda estava lá, mas depois de mais dois minutos ela finalmente saiu , eu a vi sair. Me levantei rapidamente coloquei travesseiros no meu lugar e sai da janela o amis rápido que eu podia. Passei pela primavera e automaticamente escutei sua voz -Lya o que está fazendo? O seu pai lhe proibiu... -Até você vai me recriminar?- ela ficou em silêncio - Ele disse a partir de amanhã, desde que eu volte antes do amanhecer, tudo está certo. -Sai correndo em direção a minha tropa e fomos em direção a floresta densa e escura que rodeava os muros do palácio. -é só voltar até o amanhecer...é só voltar até o amanhecer.- eu repetia mentalmente
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