Preciosa Atração

Capitulo 3

*Sakura Haruno*

O pôr do sol era colorido, e as luzes refletiam na água do mar. Meus olhos acompanhavam cada detalhe, fazendo-me sentir incrivelmente bem.

— Aqui. Eles não vendem bebidas alcoólicas. — o Uchiha se sentou ao meu lado me entregando um coco com um canudinho cor de rosa.

Dei de ombros levando o canudo a boca, voltando minha atenção para a beleza a minha frente. Não me lembro de algum momento da minha vida em que parei para assistir a natureza fazer o seu trabalho. E me arrependo amargamente por isso.

— E então, vamos t*****r aqui mesmo? — a “encrenca” puxou assunto com um sorriso empolgado me fazendo revirar os olhos e sorrir.

— Claro, aquelas crianças iriam adorar a cena. — apontei para os meninos que corriam pela areia, fugindo de seus pais que gritavam para irem embora.

Por um momento senti inveja deles. Minha infância não foi tão legal igual as das outras crianças, minha mãe preferia me ensinar etiquetas do que brincar no quintal de casa ou me levar para passear na praia. E no fim ela não teve o resultado que tanto almejava.

— É, não seria legal traumatiza-los.

— Eles ficariam assustados com o tamanho pp do seu pênis.

— Uma garota só menciona o pênis de um cara quando quer conhece-lo. — retrucou sarcástico não parecendo ofendido.

— Estou ótima obrigada.

Continuei a beber minha água de coco o vendo fazer o mesmo por incontáveis minutos. Ficamos em silêncio até escurecer.

— Qual é a do segurança? — Sasuke quebrou o silêncio e calmaria.

— Minha mãe é uma louca sistemática. — resmunguei sentindo a tranquilidade ir embora.

Mebuki não me deixava em paz nem em outra cidade, é claro que ela tinha que mandar um maldito segurança atrás de mim, feito uma neurótica.

— Você é o que? Filha da Rainha da Inglaterra?

— E você não tem nada melhor pra fazer? — bufei odiando aquele papo.

— Quero conhecer você. — respondeu inocente, com um sorriso que conquistava corações burros por ai.

— Você quer t*****r comigo, é diferente.

— E desde quando estar afim de alguém virou um crime? — Sasuke rolou os olhos. — Qual é a sua garota? você não sabe o que é curti?

— Não gosto de você, aceita que dói menos.

— Certo, eu já entendi que você me despreza por porcaria de motivo nenhum. — ele bufou olhando emburrado para qualquer lugar que não fosse eu.

Era ridiculamente infantil. Sasuke é aquele tipo de pessoa que não aceita ouvir um NÃO como resposta, mas ele precisa aprender que não se pode ter tudo na vida.

— Eu já tenho minhas próprias merdas Uchiha, não preciso das suas. — avisei tirando a areia do meu short jeans quando me levantei.

Ele sabia como quebrar um clima bom.

— Você é boa o bastante para alguém como eu não é? — Sasuke parecia estar zombando e isso me deixou irritada.

— Talvez eu apenas seja esperta o suficiente para não me meter nessa encrenca.

— Certo. Vai me deixar te levar em casa pelo menos? — ele soltou um suspiro me acompanhando.

— Você me trouxe aqui, é sua obrigação me levar de volta.

O Uchiha não disse mais nada durante todo o caminho. Talvez agora ele me deixaria em paz. O engraçado era que, essa era a sensação que eu estava sentindo agora, tranquilidade.

E isso é de alguma forma instigante.

Pulei da moto quando Sasuke estacionou em frente ao meu prédio. Meus cabelos estavam cheios de nós, mas eu não me importava.

— Valeu pelo passeio e por ter me ajudado com aquele cara. — murmurei porque não sou tão cretina assim.

— Eu te chamaria pra sair mais vezes, mas não sou digno da sua ilustre presença. — Sasuke cruzou os braços me olhando com deboche.

— Você faz drama com todas as garotas que sai?

— Só com as que me dão um pé na b***a.

— Você supera.

— A gente se vê por ai Preciosa. — piscou o olho indo embora.

Balancei a cabeça entrando no prédio, dando uma olhada em volta antes. Subi algumas escadas para chegar no segundo andar e dei de cara com uma “bela” cena.

— c*****o Rin me desculpa.

— Pro inferno com suas desculpas esfarrapadas, eu não sou nenhuma trouxa pra você pisar em cima.

Minha colega de quarto estava brigando com o ex namorado no corredor. Eu só queria deitar na minha cama e dormir, deveria está fazendo isso se não tivesse saído com a intensão de comprar doces e ter me encontrado com aquele segurança de merda.

— Eu não tive culpa, nem me lembro o que aconteceu direito naquela noite. — Obito dizia agitado tentando tocar nela e a mesma se afastava.

Típico dos homens, sempre se fazem de inocentes.

— Pois eu lembro muito bem, e aquela vagabunda também. — Rin estava com a face dura mas era possível ver seus olhos marejados.

— O que eu posso fazer pra conseguir seu perdão?

— Eu não quero mais nada com você. Esqueça que eu existo.

— Eu não consigo parar de pensar em você amor. — segurou as mãos da garota e ela o empurrou.

— E onde estavam seus pensamentos quando estava fodendo aquela vagabunda?

— Meu anjo...

— Não Obito, vai embora daqui. — ela gritou perdendo a paciência.

— Você ouviu a garota, arraste sua b***a escrota daqui. — interferi me aproximando dos dois.

O bonitão me olhou dos pés a cabeça e bufou se afastando de Rin. E não é que ele tem uma bela b***a?

— Conversamos depois. — murmurou indo embora igual um cachorro quando o seu dono o manda dormir.

Rin o observou desolada, até o homem virar o corredor sumindo de nossas vistas. Cruzei os braços me aproximando da garota que fungou piscando as lágrimas dos olhos.

— Você não vai chorar, vai?

— Não, ele não merece. — ela rosnou passando as mãos pelo rosto com força.

Aquela determinação era em vão, porque eu sabia que Rin estava morrendo em lágrimas por dentro.

— Nós vamos sair, beber e curtir. — soltou um gritinho animada me puxando para dentro do quarto.

— Nós? O que eu tenho a ver com sua dor de cotovelo?

— Você é minha amiga. — juntou as mãos fazendo um bico ridículo.

— Sou?

— Sim é, vamos nos divertir porque a noite é nossa.

Senti pena dela, e só aceitei porque era melhor que ficar ouvindo chororô a noite inteira.

(...)

— Essa cidade só tem esse bar?

— É o mais perto de casa, e o mais barato. — Rin defendeu quando entramos no mesmo bar que vim na noite passada.

O local parecia mais cheio e eu consegui conhecer alguns alunos da faculdade.

— Droga, é claro que ele estaria aqui. — Rin resmungou e eu parei ao seu lado seguindo seu olhar irritado.

O ex dela estava em volta de uma mesa de sinuca, acompanhado pelo irmão, Sasuke e algumas garotas seminuas. Prestei atenção na “encrenca” que tinha um sorrisinho de lado olhando para o jogo, estava tão irresistível quanto ontem.

— Canalha, vadio. — Rin rosnou atraindo minha atenção.

Ela olhava chateada para as piranhas que se jogavam em cima do seu ex. O cara nem fazia questão de afasta-las, mesmo estando com uma expressão alegremente forçada. Rin soltou um muxoxo dando meia volta e eu segurei seu braço a levando em direção ao balcão de bebidas.

Eu não sabia lidar com gente traída, mas sabia muito bem dar o troco em um homem.

— Manda uma bebida para essa garota. — pedi para a mulher de cabelos roxos.

Ela analisou Rin com um olhar hesitante, olhando em seguida em direção a trupe de canalhas.

— Quando ele chegou aqui estava lamentando. — comentou colocando uma cerveja em cima do balcão.

— Ele me parece muito bem.

— Nunca entendi porque vocês se separaram.

— Passado.

— Você está bem com isso?

— Eu pareço bem Konan? — Rin apertou o copo em suas mãos abaixando a cabeça.

— Ela está ótima, e quando terminar essa cerveja vai dançar com aquele cara ali. — avisei apontando para a pista de dança onde um carinha olhava para a morena desde que entramos no local.

— Eu vou?

— Com toda certeza.

— Sua amiga tem razão, mostra para aquele Uchiha o que ele perdeu. — Konan lhe deu uma piscadela e Rin sorriu se levantando.

— Eu vou f***r com aquele cara. — disse confiante seguindo para a pista de dança.

A saia jeans estava justava marcando seu belo traseiro, arrancando olhares por onde passava. Me senti orgulhosa ao vê-la chamar o cara para dançar que logo sorriu abertamente a puxando pela cintura.

— Essa é minha garota. — Konan disse satisfeita. — E você amiga do Sasuke, vai querer beber o que hoje?

— Um refrigerante e eu não sou amiga de ninguém.

— Ontem você me parecia mais feliz com uma cerveja.

— Hoje eu sou outra pessoa. — dei de ombros a vendo arquear uma sobrancelha.

— Entendi você é uma garota de fases.

— Estou tentando ser alguém melhor.

— Se você for feliz do jeito que é, já basta.

Refleti no que ela disse antes de ir atender alguns caras. Eu era feliz? A antiga Sakura era feliz?

— Olha que sorte a minha encontrar uma garota linda e sozinha. — um corpo forte e tatuado se sentou ao meu lado, que reconheci ser o irmão do ex da minha colega de quarto.

Ele olhou para mim com seu sorriso matador, não tendo o efeito que queria. O cara era bonito, gostoso e cheio de si, mas tinha um letreiro de conquistador barato em sua testa.

— E azar o meu ter que aturar cantada barata de um babaca.

— Nossa, agora eu entendi o que meu priminho viu em você. — ele chegou mais perto dando uma risada gostosa.

— Se chegar mais perto não garanto que ainda poderá ter filhos um dia. — comentei bebendo o resto do meu refrigerante.

— Não quero ter filhos, mas se quiser posso praticar com você.

— Você não daria conta.

— Uou isso é um desafio gata? — sorriu empolgado.

— Está incomodando a garota Shisui? — Konan parou a nossa frente e eu vi o sorriso do cara vacilar.

Ele passou uma mão pelos cabelos curtos, olhando a sua volta antes de voltar a olhar pra ela. Se ele não estivesse tão próximo a mim eu não veria o brilho que surgiu em seus olhos negros.

— Eu estava conversando com essa linda e malvada garota. — ele comentou colocando um braço em volta dos meus ombros.

Konan balançou a cabeça revirando os olhos.

— Esquece, ela é muita areia pro seu caminhãozinho vagabundo. — ela retrucou se afastando para atender mais clientes.

O Uchiha soltou a respiração que tinha prendido, olhando para o balcão agora, sem nenhum humor, parecia até zangado.

Interessante, parece que tem outra pessoa com dor de cotovelo aqui.

— Mulher impossível é? — apoiei o queixo em uma mão o analisando.

— O que? — ele me olhou confuso e eu apontei com a cabeça em direção a Konan.

Shisui cerrou os dentes quando Itachi meu professor que conheci hoje, apareceu se sentando em um banquinho em frente a Konan que abriu um sorriso para o homem. Ele era o único Uchiha que não tinha pinta de bad boy e parecia ser um cara certo, lindo pra caramba por sinal.

Juntei as peças do quebra cabeça e entendi o que estava acontecendo aqui.

— Você é apaixonado pela mulher do seu primo. — deduzi vendo os olhos negros a minha frente se arregalarem.

Shisui ficou em silêncio virando o rosto para me ignorar, sorri vendo sua pose de machão murchar. Mais a frente Konan se debruçava sobre o balcão para dar um selinho no namorado.

— Aquele maldito fura olho do c*****o. — o Uchiha ao meu lado se levantou raivoso se enfiando entre as pessoas a passadas largas, até desaparecer.

Quase senti pena.

— Então é assim? Eu digo que te amo e você vem se esfregar no primeiro cara que aparece? p***a Rin eu esperava mais de você.

Me virei para a confusão mais a frente onde outro babaca Uchiha gritava com o orgulho ferido. Rin estava no meio dos dois caras enquanto seu ex parecia furioso a sua frente.

— Você não tem o direito de falar de mim, seu canalha mentiroso.

— Ei cara...

— Tira as mãos da minha mulher agora ou eu quebro esse bar todo em você.

— Porcaria. — Itachi se levantou seguindo em direção a confusão. — Obito para de fazer merda.

Konan apenas observava entediada.

— Ela não tinha o direito de fazer isso comigo, não tinha Itachi. — continuou a gritar sendo segurado pelo primo. — Me solta que eu vou quebrar a cara desse babaca.

— Você não vai brigar com ninguém, seja homem e aceite suas merdas. — o irmão de Sasuke gritou com ele.

— Você não entende, sai da minha frente.

— Obito sai daqui, eu não quero mais nada vindo de você, acabou para sempre. — Rin gritou.

Ele parou de empurrar Itachi, com o olhar desolado. Parece que finalmente entendeu que perdeu seu “brinquedinho” e sentiu o lado bom de ser traído.

— Eu vou te levar pra casa, você tá muito alterado.

— Me deixa. — Obito se soltou do primo se afastando, sem nunca tirar o olhar de Rin.

A multidão abriu espaço e ele se virou caminhando apressado para a saída. Rin continuou com o cara do bar mas não parecia tão feliz como antes.

É o que eu sempre digo, o amor é uma porcaria.

Konan me deu mais uma dose de refrigerante e eu dei uma olhada a minha volta vendo uma garota sair do banheiro masculino arrumando vestido curto vermelho, com uma cara bem satisfeita. Segundos depois Sasuke apareceu mandando uma piscadela para a loira que soltou uma risadinha.

O Uchiha passou os olhos pelo local e me notou. Desviei o olhar percebendo que ele viria em minha direção e não demorou 2 segundos para o maldito aparecer.

— Preciosa, a quanto tempo está aqui? — se sentou ao meu lado empolgado.

Dei de ombros soltando um riso irônico. A cara de p*u desse cara era de fazer inveja.

— Tempo o suficiente para descobrir que um de seus primos é apaixonado pela mulher do seu irmão, o outro gosta de bancar o machão e não superou o fato da ex namorada estar seguindo em frente. E enquanto isso você fodia com uma desconhecida no banheiro de um bar. É realmente vocês são uma família de merda. — disse cada palavra lentamente vendo seu sorriso murchar.

— Minhas merdas e da minha família são muita bagagem pra você? Eu não tô te oferecendo problemas, quero que apenas esqueça-os e se divirta.

— E como eu faço isso?

— Me dê uma noite, apenas uma e eu faço essa sua pose de marrenta desaparecer. — me lançou um olhar cheio de promessas.

Sasuke se achava um belo domador de mulheres, onde todas caíam aos seus pés realizando seus caprichos. Pensava que era só usar seu sorrisinho cafajeste e sua beleza exterior para conseguir o que desejava.

— E nós vamos fazer o que? Jogar xadrez? — retruquei vendo seu sorriso cafajeste aparecer.

— Fazemos o que você quiser.

— Qualquer coisa? — perguntei tendo uma ideia bem interessante.

— Qualquer coisa. — respondeu com um olhar confiante, cheio de determinação.

O erro de Sasuke Uchiha não foi tentar me seduzir, mas sim achar que sou uma garota mesquinha se fazendo de difícil para atrair a atenção do bad boy. E é aí que ele se ferra.