Capítulo 3

852 Words
Capítulo 3 Ravenna Encarei ele esperando que aquilo fosse um delírio meu, ele falou que quer se casar comigo? – Desculpa, acho que entendi errado. – Ele alargou o sorriso e senti um frio correr pelo meu corpo. – Não gatinha, entendeu certo. – Engoli em seco. – Você sabe que eu sou alguns anos mais nova que você, não sabe? – Sei, e por que isso seria um problema? – Não sabia que gostava de crianças. – Você não é uma criança, ou não estaria aqui sozinha. – Estou aqui sozinha porque sou desobediente e gosto de testar bondade divina de Deus. – Ele deu risada. – Acho que vamos nos dar bem quando você se mudar. – Você tem algum problema mental? – Dei um passo para trás me afastando. – Não testa a minha paciência Ravenna. – Eu só quero entender, isso aqui é uma brincadeira? Porque não faz sentindo nenhum tudo isso que você está falando. – Ele respirou fundo e virou o restante da sua bebida de uma vez. – Isso não é uma brincadeira, a sua família tem muita influência, a minha também, a sua tia está namorando com o Asafe que também é bem influente, imagina o poder que teríamos todos juntos. – Balancei a cabeça sentindo o meu estomago revirar. – Isso não vai rolar, eu só tenho quinze anos, não vou me casar, pode procurar outra pessoa. – Não, você vai fazer o que eu estou falando. – Você é completamente maluco. – Ele me encarou alguns segundos e veio na minha direção. – Acha que eu estou de brincadeira? – Seu rosto estava a centímetros do meu, o meu coração acelerou e eu tentei me afastar, mas ele segurou meu pulso me puxando para mais perto. – Eu sempre consigo o que eu quero Ravenna, ou você faz o que eu estou falando por bem, ou eu vou ser obrigado a te forçar. – Por que está fazendo isso? – Você é nova, não entende nada da vida, mas não se preocupe gatinha, vamos ter longos anos juntos para que eu te ensine tudo que precisa saber. – Ele ergueu a mão levando até o meu rosto e alisando a minha bochecha. – Quem sabe se você se comportar, até podemos ser um casal de verdade. – Não vai rolar Mael, você vai ter que achar outra pessoa para concretizar esse plano maluco. – Você vai mesmo dificultar as coisas gatinha? – Não estou dificultando nada, estou apenas falando que isso não vai rolar, eu não vou casar com você, não te conheço, não tenho idade e não quero. – Ele me encarou sério. – Tudo bem. – Respondeu alguns segundos depois sem cortar o contato visual. – Vamos voltar para o baile. Ele passou por mim abrindo a porta, sai e ele veio logo atras, caminhei em direção ao baile sentindo a presença dele atras de mim. Ao me aproximar do baile vi Aysha parada na porta com Enzo ao lado dela. – Amiga, tudo bem? – Aysha perguntou quando me aproximei. – Sim, vamos para casa? – Vamos. – Ela olhou sobre o meu ombro para o Mael que estava parado atras de mim. – A gente se ver depois, pode ser? – Ela perguntou ao Enzo. – Claro linda. – Ele deu um beijo nela. – Até depois. Aysha agarrou no meu braço e saímos andando descendo o morro, sentia que estava sendo observada, mas não me virei para conferir, tenho certeza de que é aquele maluco acompanhando os meus passos. – E as meninas? – Elas quiseram ficar. – E vamos para onde? – Vamos para a minha casa, os meus pais avisaram que iam sair, depois a gente pega as coisas na Bru. – Balancei a cabeça confirmando. – Tudo bem, só quero me deitar e dormir. – Ela me olhou. – O que rolou lá? – Ele é maluco, completamente maluco. – Ele tentou fazer alguma coisa com você? – Tirando casar comigo? Não. – Balancei a cabeça negando e ela me olhou erguendo as sobrancelhas. – O que? – Pois é, ele falou que queria casar comigo, que iria ser uma ótima união, resumindo, ele é completamente louco. – Meu deus Rav, mas pelo menos ele não tentou te pegar a força. – É, mas meio que me ameaçou. – Como? – Falou que se eu não me casasse com ele por bem, casaria por m*l. – Talvez seja só da boca para fora. – Ela falou pegando o celular e chamado o Uber. – Espero que seja mesmo, não quero ter que contar isso para os meus pais. – Não faz isso, ta doida, Caleb mataria nós duas, e depois os meus pais me ressuscitarem e me matariam novamente. – Segurei o riso. – Eu sei, acha que quero morrer? Sou muito nova. – Ela riu. Ficamos alguns minutos esperando um Uber que aceitasse a corrida, a essa hora e nesse lugar fica meio complicado, mas sempre tem uns doidos que aceitam. E aqui estamos nós deitadas na cama da Aysha prestes a dormir.

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