Capítulo 4
Ravenna
Logo pela manhã eu voltei para casa e dei graças a Deus que não encontrei com ninguém até chegar no meu quarto.
Entrei correndo e tranquei a porta, tirei a minha roupa e fui tomar banho ainda tentando entender tudo que aconteceu ontem.
Me joguei na cama e fechei os olhos, uma sensação r**m me invadiu no mesmo instante em que o meu celular vibrou, peguei e vi que era uma mensagem de um número desconhecido.
- Oi gatinha.
- Dormiu bem?
Quem é?
- Não lembra de mim?
- Chateado.
Não sei quem é para falar se lembro ou não.
- A gente se encontrou ontem.
- Pensei que tinha rolado uma química.
Isso só pode ser brincadeira, fechei os olhos sentindo o meu coração disparar, um nó se formou na minha garganta quando percebi quem era.
Ele vai me perseguir agora?
- Vai me ignorar?
Como conseguiu o meu número?
Não precisa dizer.
Só me deixa em paz.
- O que acha da gente se encontrar?
- Podemos nos conhecer melhor.
- O que acha?
Me deixa em paz.
Eu vou te bloquear.
- Melhor não fazer isso.
Bloquei o celular e me levantei da cama sentindo o meu corpo tremer, eu não posso abaixar a cabeça e deixar que ele faça isso comigo.
Ele não manda em mim.
Abri a porta do quarto e sai indo em direção a cozinha encontrando com o meu pai lá.
– Oi princesa. – Ele se aproximou e deu um beijo na minha testa
– Oi pai. – Sorri. – Não foi trabalhar?
– Ainda não, estou esperando o seu tio acordar. – Ele se senta na mesa.
– Como está indo o treinamento dele?
– Ele é bom, precisa melhorar em algumas coisas, como por exemplo, ser mais pontual. – Ele fala olhando a tela do celular, conferindo a hora e dou risada. – Mas fora isso, ele vai se sair bem.
– Que bom. – Me sento ao lado dele. – O que o senhor acha de a gente viajar depois que passar o morro?
– Acho uma boa ideia, mas nas férias da escola, é claro. – Fiz uma careta.
– O senhor não aprendeu nada com os meus avós, não é? – Ele dá risada.
– Aprendi sim, não vê o sufoco que está sendo para os seus tios se adaptarem aqui, não quero fazer isso com você e o seu irmão, mas podemos sim viajar, conhecer novos lugares, mas não tenho intenção de morar fora daqui. – Respirei fundo.
– E se eu quisesse morar fora? – Ele me encarou.
– Não gosta daqui?
– Gosto, mas queria viver outras coisas. – Ele respirou fundo.
– É um pouco sufocante, não é? – Confirmei com a cabeça. – Eu te entendo, a sua mãe passou um tempo fora antes de nos casarmos, se realmente for a sua vontade vamos entender princesa. – Sorri.
– Acho que seria muito bom, vou conversar com a mamãe depois. – Ele apertou a minha bochecha.
– Mas não pense que vai se livrar de mim. – Dei risada.
– Isso é praticamente impossível, pai.
– Ainda bem que você sabe. – Rimos.
– Pai, o senhor conhece o Mael? – Ele balançou a cabeça confirmando.
– Conheço, por quê? – Ele me olhou curioso.
– Nada de mais. – Sorri. – Ele é legal? – o meu pai deu risada.
– Ele pode ser muitas coisas filha, menos legal. – O meu corpo gelou.
– Por quê?
– Mael é novo, assumiu tem poucos anos, mas é um grande filha da p**a, é muito conhecido porque gostar de chantagear as pessoas, ele joga sujo para conseguir o que quer e é envolvido em coisas erradas.
– O senhor também é envolvido com coisas erradas pai.
– Ele é pior, ele não é envolvido só com o tráfico, por isso ele não tem quase aliados, mas também ninguém tenta mexer com ele, geral sabe que ele é um psicopata do c*****o.
– Eu consigo ouvir os seus palavrões lá do quarto Caleb. – A minha mãe fala entrando na cozinha.
– Desculpa amor, eu estava explicando umas coisas que não tinham como serem ditas sem alguns nomes feios. – A minha mãe revirou os olhos e deu um selinho no meu pai.
– Vou fingir que acredito. – Ele sorriu e ela veio na minha direção me dando um beijo na cabeça. – Oi filha, tudo bem?
– Sim mãe. – Menti sorrindo.
– Mas porque essa curiosidade sobre o Mael, Ravenna? – Voltei a minha atenção ao meu pai que me olhava curioso.
– Mael? – A minha mãe olhou para ele. – Aquele maluco?
– Esse mesmo. – O meu pai respondeu.
– Não é nada, eu ouvi alguns comentários sobre ele e fiquei curiosa, só isso. – Me levantei. – Vou para o meu quarto.
– Tudo bem filha. – A minha mãe respondeu sorrindo, dei um beijo nela e um no meu pai e sai correndo para o meu quarto.
Era nítido que aquele cara era um completo maluco, eu vi nos olhos dele o quanto era perturbado, mas ter o meu pai me confirmando tudo o que eu já imaginava foi como levar um soco.
Só me resta esperar que ele me esqueça logo e eu possa seguir com a minha vida em paz.
Para informações sobre o li.vro com.pleto me cha.ma no ins.ta.gram @autorajenniferstacy