07°

1059 Words
Rebeca Vaz Agora eu vi mesmo, o Polegar achando que entende de se arrumar, logo ele que usa só chinelo, roupa só de cachorro com boné e máscara de bandido, ou do tio patinhas, ah vai se f***r, o único óculos escuro que esse homem tem é Juliete, tomar no cu. Estou revoltada que ele falou da minha humilde roupinha, p***a, eu tô mó arrumadinha e ele vem mandar eu me arrumar, pior, me arrumar para ver ele com as vagabundas dele, porquê assim, eu não sinto nada pelo Polegar além de ódio e nojo, mas um pouquinho de respeito seria bom né?! Pelo menos não me trair dentro da minha própria casa. Enfim, tiro a minha roupa a jogando no sexto de roupas sujas e já aproveito para tomar um banho, mesmo já tendo tomado essa manhã, saio do banheiro com a toalha em volta do meu corpo e já trato de ir até o guarda roupas, passo os meus produtos corporais, visto um vestido branco com estampas azuis, ele é de amarrar no pescoço e aberto nas laterais e nas costas, ligando a parte de cima com a de baixo apenas na frente, e nos meus pés apenas uma havaianas bandeirinha branca. Passo perfume, desodorante e passo uma maquiagem leve, arrumo o meu cabelo o deixando solto e já trato de arrumar o meu quarto, pego o meu celular e subo para a lage, onde os dois homens se encontram. Esse tal de Lobão me passa uma energia tão sei lá, eu sinto que ele é confiável e ao mesmo tempo sinto que ele não é quem aparenta ser, esses olhos negros sempre em cima de mim, me encarando como se quisesse descobrir algo mais sobre mim, mas que escondem muitas coisas. E eu vou descobrir o que ele esconde, eu irei descobrir quem ele é, o que ele planeja e como planeja, ele pode até enganar o Polegar, afinal, todos enganam... Mas ele não consegue me enganar, eu vou descobrir quem é esse Lobão, e quando eu descobrir vou obriga-lo a me ajudar a matar o Polegar, se ele quiser deixo até o complexo para ele, afinal, quero viver longe desse lugar. Polegar: amor, pega uma cerveja para você, a carne já já começa a ser assada- fala me olhando quando eu subo na lage. Faço o que ele mandou e vou me encostar na proteção, tudo sem falar um "A", o Polegar está "bonzinho" demais, e a esmola quando é grande o santo desconfia, já ouviu esse ditado? Pois bem, ele está tramando algo, ou então só está tentando uma nova aproximação, como se nada tivesse acontecido, se fazendo de sonso realmente. Mas eu tenho dó dele, se ele está achando mesmo que eu vou cair nesse papinho dele, nesse teatrinho que ele está fazendo, se fazendo de bonzinho... Eu conheço o Polegar e sei quão psicopata ele pode ser, ele transformou a minha vida em um inferno, acabou com tudo o que eu tinha e sonhava, ele me destruiu. Eu sempre me interessei por caras mais velhos, quando eu comecei a me envolver com ele já estava ciente de tudo na vida dele, afinal, ele era super amigo dos meus irmãos a anos, então eu o conhecia muito bem antes de ficarmos a primeira vez, já sabia que ele tinha filhos, estava recém separado da esposa, que era um dos criminosos mais perigosos do Rio de Janeiro, enfim, sabia tudo. Porém, depois da primeira ficada os dois emocionaram, ele me tratava igual uma rainha, até flores e declarações eu já ganhei, cartinhas de amor e tudo mais, parecíamos dois adolescentes apaixonados, era lindo de se ver, aquele sim era o meu Lucas, porém, tudo mudou assim que nos casamos. Tempo depois que vim morar aqui, ele se transformou em outra pessoa, começou a transformar a minha vida em um inferno, e foi literalmente do dia para noite, me lembro como se fosse hoje, dormimos bem após uma noite juntos, e no outro dia ele saiu para a boca, eu fiquei em casa porquê não tinha aula na faculdade, acordei mais tarde e aproveitei para cuidar de mim e da casa. Mas a noite, eu estava esperando ele arrumada, com um baby Doll preto que ele mesmo havia me dado, cabelo solto, casa arrumada, perfuma e com velas acesas, um jantar romântico, mas quando esse homem chegou em casa, ele estava transformado, já chegou me xingando de tudo que é nome, me batendo, e foi um dia pior que o outro consecutivamente, até esse último mês. Faz um mês que ele deu uma maneirada, ele continua me agredindo, isso é fato, me tratando m*l, mas não está pior que antes, muito pelo contrário, ele está melhor, mais "bonzinho", e eu só quero saber o que esse homem está aprontando. [...] Reviro os olhos enquanto vejo o Polegar se pegando com uma das amantes dele, são tantas que eu já desisti até de decorar os nomes, e eu também não abro a boca para falar um "A" sequer, até porquê sei que é perigoso eu apanhar aqui mesmo, no meio de todo mundo, se eu ousar abrir a boca, mas ok, o que é do Polegar está guardado, muito bem guardado. Observo de longe o Lobão, ele está aproveitando todo o fuzuê na lage para sair de fininho, e eu o sigo, também de fininho e tendo a certeza que ninguém reparou na minha pequena perseguição, o sigo até o meu quarto e fico quietinha, só o observando mexer em algumas coisas no quarto. Eu: que eu saiba o churrasco é lá em cima, não no meu quarto- falo entrando no cômodo. Lobão: foi m*l ae, tava procurando um carregador, celular morreu- fala coçando a nuca e eu apenas ergo uma sobrancelha para ele. Eu: eu por acaso tenho cara de i****a?- pergunto e ele n**a com a cabeça. Lobão: não, mas tô falando sério, tava só caçando um carregador- fala e eu aponto para as duas tomadas, uma de cada lado da cama, em cima da mesinha de cabeceira, ambas com carregadores conectados, um meu e outro do Polegar. Eu: você não me engana Lobão, e eu tô de olho em você- falo e saio andando para longe do quarto, afinal, se o Polegar nos pega aqui, eu sou uma mulher quase morta, ou morta.
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