06°

1088 Words
Hugo Cavalcante Observo bem atento a Rebeca arrumando a mesa para fazer o almoço, essa faz questão de me ignorar a todo momento, deve ser medo do Polegar ou algo assim, mas de qualquer forma, tanto faz, não é assim que eu quero me aproximar dela, eu preciso ter a confiança dessa mulher. Polegar: p**a QUE PARIU- escutamos ele gritando lá de cima. Rebeca: que ele não faça nada com as crianças meu Deus- fala baixo, mas alto o suficiente para que eu consiga escutar. Polegar: REBECA, SOBE AQUI AGORA c*****o- grita e ela já sobe correndo. Tô vendo que não vai ser difícil eu me aproximar dela, com um marido desses até eu iria querer arrumar uma forma de fugir dessa casa, e eu conheço bem o Polegar, o cara é bipolar, tem problemas na cabeça, uma tá de boa e outra hora tá neoroticão, querendo matar todo mundo. [...] Polegar: ae irmão, pode ficar tranquilo ae, a Rebeca já desce para botar a mesa ae, ela tá arrumando as crianças- fala descendo as escada- foi m*l ae pela demora- fala e eu confirmo com a cabeça. Eu: fica tranquilo irmão, se quiser eu vou almoçar lá na dona Teresa, quero dar trabalho não- falo e ele n**a com a cabeça. Polegar: não, tu fica ae, a gente vai almoçar, eu vou levar as crianças na mãe deles e tu fica aí, quando eu voltar a gente vai fazer algo bacana- fala e eu confirmo com a cabeça. Eu: mas teus filhos não iam dormir aí?- pergunto e ele da de ombros. Polegar: a mãe deles já tá me enchendo o saco, falou que não quer os meninos com a Rebeca- fala e eu só confirmo com a cabeça. Eu: e tu vai me deixar aqui sozinho com a tua mulher?- pergunto e ele da de ombros. Polegar: qual o problema irmão? Tô ligado que tu não tem maldade com a minha mulher, e tu aqui enquanto eu tô fora, vai ser bom que assim eu sei que a minha mulher não vai embora- fala e eu só confirmo com a cabeça. Muito bom saber disso, quer dizer que ele confia em mim para cuidar da mulher dele? Sabe aquele momento que uma lâmpada acende em cima da sua cabeça, então, eu estou nesse momento, o Polegar acabou de me dar a idéia perfeita de como tirar a mulher dele, das mãos dele. [...] Observo o Polegar saindo da casa dele com os filhos dele, e a esposa dele se senta na poltrona, do outro lado da sala e com a cara enfiada no celular, provavelmente o Polegar algum aplicativo espião nesse celular, ou alguma coisa assim. Eu: já conseguiu falar com a Priscila?- pergunto e ela ergue o celular. Rebeca: aplicativo espião- fala jogando o celular na mesa de centro- era isso ou ficar presa dentro de casa sem celular- fala e faz cara de tédio- e você? Já falou com ela?- pergunta e eu confirmo com a cabeça. Eu: ela já chegou onde vai estar segura, chegou bem e já está aos cuidados de um parceiro meu- falo e ela confirma com a cabeça. Rebeca: onde ela está?- pergunta sorrindo, um sorriso que de longe tu já vê que é sincero, ela está claramente feliz pela amiga. Eu: e você? Não pensa em fugid daqui? Eu vejo o inferno que tu vive- falo e o sorriso dela morre, mostrando a cara de exaustão dela. Rebeca: o meu sonho é conseguir me ver livre do Polegar, mas a última vez que eu tentei fugir, passei seis meses em coma por causa dele- fala e eu a observo por alguns minutos. Eu: se quiser uma ajuda, eu tô aqui, eu dou os meus pulos também pô- falo e ela n**a com a cabeça. Rebeca: o Polegar te mata e me mata também- fala se levantando- e tu? Quer tanto ajudar por que?- pergunta e eu dou de ombros. Eu: cada um tem os seus motivos- falo e ela vai andando para a cozinha. Rebeca: quer sorvete?- pergunta e eu vou atrás dela já aceitando. Ela nos serve e eu ainda tenho puxar assunto com a mulher, mas nada, essa aí gosta de render assunto para todo mundo não, isso eu já percebi, e está com o pé atrás comigo, não confia ainda, mas eu ainda vou conquistar a confiança dessa mulher. Vou usar a Rebeca ao meu favor nessa vingança, e quando eu tiver o que eu quero, irei mandar ela para onde ela quiser, até para Paraisópolis mesmo se ela quiser, mas antes eu tenho que ter a minha vingança, eu tenho que vingar tudo o que o maridinho dela já fez. [...] Polegar: ae irmão, obrigadão por ficar de olho na minha mulher ae, trouxe cerveja e uma carne para assar para a gente- fala e a Rebeca só olha para ele. Eu: tranquilo carai, tá ligado, precisar tamo ae- falo e ele já vai indo na direção da Rebeca, ele puxa ela pela nuca e da um selinho nela, acho que se fosse um beijo ela não devolveria, e se devolver ia ser problema dela também. Polegar: bora lá para a lage, vida, tem umas amigas minhas vindo ae, se comporta, e tu vai ficar lá em cima com a gente, sobe na minha frente- fala e ela só respira fundo e obedece. Eu acredito que a cada respirada fundo que ela da, é sinal que ela está segurando a língua dela para não morrer, se eu fosse o Polegar teria medo dela, mulher quando junta demais as coisas, uma hora acaba estourando, e quando essa chega meu amigo, é melhor sair de perto, mulher vira psicopata. Polegar: melhor, vai te arrumar, fica mais linda que tu já é, tô te esperando lá em cima- fala e ela ignora ele, continuando a subir as escadas, mas ao invés de ir rumo a lage, vai até uma porta- tá vendo? Ti tem que ter mulher assim, que te obedece sem falar um "A"- falo e eu só confirmo com a cabeça. Eu: quando eu quiser arrumar uma, quem sabe- pura mentira, nunca que eu vou tratar uma mulher igual bicho. Piorou uma mulher como a Rebeca, com todo o respeito com ela, mas a mulher é gostosa para c*****o, é linda até sem maquiagem, com a cara limpa que nem ela tava aqui, se eu conhecesse ela em outra ocasião, eu até tentava a chance de levar para cama, mas o foco aqui é outro.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD