Eu estou tão irritada, tão cansada, tão exausta, ter que fingir ser a esposa apaixonada me irrita, por exemplo agora, estou me arrumando para ir ao baile com o Polegar, ele foi bem claro quando disse que me queria com ele essa noite, me fazendo de esposa apaixonada e feliz, inferno!
Enfim, eu estou vestindo um look básico, já que a muito tempo eu não faço compras para mim, então o look de hoje está sendo montado por um body preto de tule meio transparente, uma calça jeans clara rasgada e larguinha no corpo, e nos meus pés apenas um dunk preto.
Passo perfume, desodorante e uma maquiagem um pouco mais trabalhada, deixo o meu cabelo solto e me olho pelo espelho do quarto, coloco os meus acessórios tipo brinco de argola, os brincos dos outros buracos, uma correntinha de ouro e o meu relógio no pulso.
Em outra época eu com certeza estaria de cropped, short ou um vestido curto, mas como já devem imaginar, o meu "marido" com certeza iria "amar" tal coisa, sem contar que atualmente o meu corpo tem muitos roxos por conta do Polegar, então é melhor cobrir o máximo possível.
Polegar: eu vou indo na frente, o Lobão vai passar aqui para te pegar- fala pegando as coisas dele em cima da mesinha de cabeceira.
Eu: você vai mesmo deixar a sua mulher chegar com outro homem?- pergunto e ele confirma com a cabeça.
Polegar: prometi para a Valéria que ia chegar com ela, e tu te liga hein, se comporta- fala e sai andando.
Nossa que incrível, primeira vez em anos que eu vou a um baile, e vou ser obrigada a ver o meu marido se esfregando com uma das amantes dele, não que eu me importe com isso, jamais, por mim eles que se fodam, se engulam... Mas p***a, cadê o respeito, eu enfio a minha cara aonde assim? Hein?
[...]
Lobão: sua cara está tão bonita- fala entrando em casa e eu reviro os olhos.
Eu: por mim eu nem ia nessa p***a- falo e ele se joga no sofá ao meu lado.
Lobão: agradece que tá saindo de casa e tira essa cara de cu- fala e eu olho para ele séria.
Eu: na onde que eu te dei essa i********e toda rapaz? Te liga hein- falo e ele da risada.
Lobão: bora, agiliza aí, tenho mais o que fazer da minha vida além de ficar de babá da princesa ai- fala e eu ergo o dedo do meio para ele.
Eu: se uma dessas coisas for ir se f***r, eu vou agradecer muito- falo e ele só dá risada.
Lobão: mas gosta de reclamar hein?! p**a que pariu, oh mulherzinha reclamona tu- fala e eu só saio andando na frente dele.
Eu: vamos a pé?- pergunto e ele aponta para a moto dele.
Ele monta na mesma e eu monta na garupa segurando atrás, eu é que não vou abraçar esse homem, cara mais insuportável, um homem bastante atraente, porém insuportável, ah se eu pudesse mandar ele se f***r, pera ae... Eu posso!
[...]
Sento ao lado do Lobão enquanto observo o Polegar todo soltinho com uma das amantes dele, copo numa mão, baseado na outra, e a vagabunda no seu colo rebolando igual uma lacraia com gonorréia, ele se achando o transante com seu p*u minúsculo, sua disfunção erétil e sua impotência s****l, sem contar na ejaculação precoce...
Aí Deus, quando eu conseguir meter o pé daqui para bem longe, eu vou agradecer aos céus por tal coisa, eu só quero me ver livre desse inferno, viver uma vida normal e bem distante daqui, o mais distante possível, feliz, sendo quem eu realmente sou, quem sabe eu até termine a faculdade e vire realmente uma professora, eu iria amar a ideia.
Lobão: a sua cara não n**a a raiva que sente- fala me olhando- ainda sente ciúmes dele?- pergunta e eu olho para ele com nojo.
Eu: não, está maluco? Por mim ele que se f**a, porém, seria ótimo se ele me respeitasse pô, querendo ou não eu ainda sou a mulher dele, seria legal se ele me respeitasse pelo menos um pouco, mesmo que tudo o que queira é fugir daqui e ir para bem longe dele- falo e ele confirma com a cabeça.
Lobão: te entendo até, chatão ter fama de corna né?!- fala dando uma risadinha.
Eu: ah, vai se f***r vai, tomar no cu- falo e ele só dá mais risada ainda.
Lobão: que boquinha suja hein- fala e eu mostro o dedo para ele.
Eu: escuta, você sempre foi irritante assim? Porquê p**a que me pariu hein- falo e ele da risada.
Lobão: e você? É sempre reclamona assim?- pergunta e eu reviro os olhos.
[...]
Polegar: cara de cu é essa?- pergunta me olhando sério.
Eu: posso ir para casa?- pergunto e ele da de ombros.
Polegar: tu já quer ir? Depois reclama que não te deixo sair- fala e da um gole da bebida dele antes de olhar no relógio- tá, vou mandar o Lobão te levar para casa e ficar com você lá, vou passar a noite fora- fala e tira um pequeno bolo de notas dobradas do bolso da calça e me entrega- compra aquela comida estranha lá que tu gosta, tu não comeu nada aqui e não almoçou que eu sei, te liga, quem gosta de osso é cachorro, não sou eu não- fala e eu pego o dinheiro me levantando.
Ele chama o Lobão e manda ele me deixar em casa, coisa que ele faz sem dar um pio sequer para reclamar, assim que chegamos em casa eu subo direto para o meu quarto, sem dar um pio para o Lobão, guardão o dinheiro no meu esconderijo, no único lugar que eu sei que não tem câmeras nessa casa, para o Polegar nunca descobrir que eu escondo todo o dinheiro que ele me dá.
Peço também uma comida japonesa no cartão dele, ele nunca olha o estrato pois essa é uma conta dele que algumas das amantes dele usam, ele já nem sabe quem gasta com o que, e eu preciso pedir algo para ele saber que tem motoboy subindo aqui para casa, e me ver recebendo a tal comida estranha e comendo pelas câmeras, eu sempre tenho tudo esquematizado, mas ainda não descobri como fugir daqui.