05°

1007 Words
Rebeca Vaz No outro dia: Acordo com uma movimentação estranha no quarto, acordo meio zonza e vejo o Polegar já de pé, de costas para mim, mexendo no guarda-roupa só com uma toalha em volta da cintura, assim que eu vejo esse homem de pé eu já sinto um arrepio percorrendo a minha espinha, p**a que pariu. Me levanto da cama num pulo, o que chama a atenção do Lucas que já me olha estranhando a minha atitude, ele olha para a minha cara, olha para a cama e volta a sua atenção para o que ele estava fazendo antes. Polegar: pode ficar tranquila aí, eu não vou tomar café da manhã aqui não, por isso que não te acordei- fala e eu apenas volto a me sentar na cama. Eu: tem certeza?- pergunto e ele confirma com a cabeça. Polegar: absoluta, vou tomar café da manhã com as crianças hoje, e depois vou deixar eles na escola- fala e eu confirmo com a cabeça. Eu: tá bom então- falo esfregando o meu rosto. Espero a alma voltar para o corpo por uns cinco minutos, mas logo vou tomar banho e escovar os meus dentes, saio do banheiro com a toalha em volta do meu corpo e vou até o guarda-roupas, visto um conjunto preto Calvin Klein e uma saio cargo preta. Passo perfume, desodorante e prendo o meu cabelo em um coque desengonçado mesmo, devolvo a toalha para o banheiro, arrumo o meu quarto e já vou arrumar os quartos dos filhos do Polegar, geralmente quando ele sai para ver os meninos, ele trás as crianças para vir dormir aqui, ainda mais que hoje é sexta-feira. Enfim, quando eu termino de arrumar o segundo andar da casa já são oito e vinte e cinco, e quando desço as escadas, já dou de cara com o Lucas entrando na mesma, ele está carregando algumas sacolas plásticas da padaria, ué? Ele não vai para a boca hoje? Eu: eu ainda não fiz o almoço- falo já ficando com medo da reação dele, porém, o Lucas apenas olha no relógio e dá de ombros. Polegar: quem almoço oito e tantas da manhã?- pergunta indo para a cozinha. O sigo e vejo ele montando uma mesa, o que está acontecendo com esse homem? Ele colocou veneno na comida e quer que eu coma? Ele quer comer na minha frente e me deixar com fome? Eu já não estou entendo mais nada aqui nessa casa, p**a que lá merda. Ignoro ele e vou lavar a louça que ele fez ontem com o tal Lobão, lavo tudo sobre o olhar do Lucas e logo ele vem colocando as mãos na minha cintura, ué minha gente, o que está acontecendo aqui? Esse homem decidiu ser carinhoso agora? Depois de três anos me surrando? Não amor, agora não. Eu vou ser bem sincera, só sigo nessa casa porquê sei que se eu tentar fugir novamente, o meu destino é o mesmo que o Nicolas, morrer com não sei quantos tiros, se bem que a morte as vezes me parece melhor do que essa vida que eu estou levando, mas enfim. Deus me perdoe, Deus sabe que eu não sou vingativa, mas se eu tivesse uma única oportunidade de me vingar do Polegar, de me vingar de todo o m*l que esse homem já me fez, eu agarraria com todas as minhas forças e não soltava mais, porquê só eu e Deus sabemos o inferno que eu já passei nas mãos desse homem, o que eu vivo hoje, é uma lua de mel comparado a semanas atrás. Polegar: deixa essa louça aí e toma café da manhã, eu lavo isso ae- fala beijando o meu ombro e já dou uma esquivada. Eu: já terminei- falo colocando o último prato no escorregador e me sento na mesa com ele, e vejo que o meu prato já está servido e ele já colocou até suco no meu copo, olho para a comida servida e para o Polegar. Polegar: não tem nada aí que vai te fazer m*l- fala e eu continuo olhando para ele, o que me surpreende é quando ele pega o meu pão e da uma mordida, pega o meu copo e da um gole- não está com nada que possa te fazer, agora come- fala e assim eu faço. Tomamos o café da manhã em vibes diferentes, ele querendo conversar e eu querendo ficar quieta, curtindo o silêncio, sem ter que dirigir a palavra a ele, ainda mais porquê peguei repulsa da sua vida. [...] Observo quando a porta de casa se abre e entra o rebanho de crianças em casa, seguidas do pai e do Lobão, porquê esse aí tá igual o 2N era, grudado com o Polegar, o que me dá dó, eu não consigo entender como existe uma pessoa que gosta da companhia do Polegar. Tati: tia- fala animada pulando em cima de mim com os irmãos dela, aí que coisinhas gostosas, tá aí as únicas coisas boas que saíram do Polegar de megera da ex dele, esses babys. Eu: meus amores- falo apertando bem as crianças. Agarro as quatro crianças que estão em cima de mim, encho eles de beijinhos, mas logo mando os quatro para o banho. Olho para o colo do Polegar vendo o caçulinha no colo do pai dele, me levanto indo até ele e pego a criança nos meus braços. Eu: oi meu amor- falo dando um beijo na bochecha do Arthur. Arthur: titia- fala me abraçando e eu dou risada. Polegar: vou dar um banho nele, tu arruma a cozinha- fala pegando o Arthur do meu colo e sobe com ele para o segundo andar. Vou para a cozinha e começo a por a mesa sobre o olhar do Lobão, eu apenas ignoro o homem atrás de mim e sigo focada em fazer o que eu tenho que fazer, caso contrário é perigoso o Lucas querer me bater na frente do amigo e dos filhos, e eu não quero esse trauma na vida das crianças.
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