PREDADOR

958 Words
Elise fechou lentamente os lábios e deglutiu, mas sua boca seca arranhou sua garganta, causando um certo ardor que a incomodou e fez ela abrir os olhos. Sua visão embaçada, por um momento acreditou que estava na escuridão de seu solitário quarto ao se sentir leve sobre algo macio abaixo de si, mas quando sua visão lentamente suavizou, Elise viu sombras distorcidas de um mobília escura, muito diferente da do seu quarto, e em um quarto fechado sem janelas, também muito diferente do seu, fazendo a garota imediatamente se levantar. Porém da mesma forma que a menina se levantou, foi com tudo no chão pela sua própria mão. Estava presa com grossas correntes amarradas na cabeceira de uma cama antiga. Onde ela estava ? Seus olhos se encheram de terror e sua respiração tornou pesada. Sua cabeça doía e sua lembranças estavam cortadas. Como havia parado ali ? Elise fechou os olhos com uma pontada em sua cabeça e seu corpo se recordou da grande mão tampando todo seu rosto impedindo o ar, que agora adentrava ardendo em sua garganta, entrando em seus pulmões. Quando abriu os olhos novamente seu corpo ativou em fuga e ela em completo desespero começou a balançar as correntes tentando se soltar. O choque contra a madeira fazia o corpo de Elise tremer, temendo que o assassino do seu namorado pudesse aparecer e quando o som da maçaneta se fez presente no quarto escuro, esse medo se tornou mais real, e Elise puxou com todas suas forças as correntes temendo pela sua própria vida, com sua respiração por fio, um suor lívido escorrendo pelo seu rosto... ela lutava, puxando todo seu corpo, fazendo a sua pele rasgar na corrente que bateu contra ela quando seu corpo foi jogado com tudo em cima da cama. — SOCORRO ! SOCORRO ! — Ela grita ! Puxando suas correntes tentando fugir de seu predador que se arrastava pela escuridão que a cercava como o um lobo faminto por carne. — NÃO SE APROXIME ! MEU PAI VAI ME ENCONTRAR. — ela diz, tentando manter seu predador longe, que deu uma risada rouca perfurante como se achasse graça em seu medo. — Gostaria de vê-lo tentar. — Elise não reconheceu a voz, mas sentiu uma fisgada em sua espinha. Era uma voz grave, arrastada com uma certa arrogância que ela reconhecia nos homens poderosos. — E dinheiro que você precisa ? Olha, minha família tem dinheiro. Muito dinheiro ! Liga para eles. Você vai ver. Liga para meu pai. Eu sou uma Blake ! — Elise exprimiu em um sôfrego e o seu predador se manteve em silêncio. Como se quisesse mais... como se exigisse mais. Mas oque mais ela poderia oferecer ? O dinheiro era algo de Interesse por todos que ela conhecia e não havia outra coisa que alguém que conhecesse sua família poderia querer para armar um sequestro. — Porfavor liga para meu pai. Eu sou uma Blake ! Ele vai dar tudo que você pedir. Porfavor.... Porfavor não me mate. — Suplicou Elise pela vida, e seu predador havendo conseguido exatamente oque queria se mostrou em uma silhueta robusta e rígida a sua frente. — As dívidas de seu pai com minha família não são comerciais. Mas sim de sangue, e sangue senhorita Elise se paga com sangue. — A voz grave era assassina e o desejo que seu predador tinha por ela, a dava a certeza que o mesmo estava salivando. — Porfavor... porfavor.... não me mate. — Elise clamou com todo seu corpo retraído e com lágrimas inundando suas feições. — Está com medo ? — pergunta o seu predador. — Sim ! — E Elise responde. Tudo que ela sentia naquele momento era terror. Ela sempre se perguntou se sua mãe havia sofrido... havia sentindo alguma dor quando morreu. Nunca pensou que estaria tão próxima de ter a resposta dessa pergunta. — Não irei matá-la ! — Elise encarou o nada confusa. — Mas isso será algo que você irar me suplicar enquanto estiver aqui. — e dito isso com uma calma que lhe garantia a certeza das palavras de seu pedrador, além da certeza do perigo, Elise teve consciência que precisava sair dali. O seu predador estava espreita, ela sentia os olhos dele pesar sobre ela, mesmo não podendo ver a face do mesmo, e quando tal peso saiu de suas costa e ela ouviu passos, viu aquilo sua chance, pegou um impulso de uma súbita coragem, deu um espaço entre suas correntes, que ela pretendia usar para enforcar o seu predador e saltou a cama, porém antes mesmo de seus pés tocarem o chão ou suas mãos alcançaram o predador, ela sente seu ar cortado. Com apenas uma mão em seu pescoço, ela foi erguida no ar, seus pés balança para alcançar o chão, mas esse parecia distante, suas mãos batia na dele, porém sequer o movia. E quando viu os olhos do predador que lhe arrancava o ar, como se apenas estivesse segurando um fino tecido em mãos, esses eram verdes, gélidos não como gelo, mas como sangue de um corpo morto lentamente devorado por um abutre. Sem dúvida o homem que estava a sua frente estava morto ! E nesse momento, quando ele a aproximou de seu rosto, Elise reconheceu o seu predador. — Não me desafie. — Elise tremeu e quando sentiu que iria desmaiar, seu corpo chocou contra cama ao ser jogada com brutalidade. — Não conseguirá sua morte fazendo isso, mas prolongará seu sofrimento. — Elise debruçada sobre seus braços, puxava o ar com uma respiração suplicante. Não sabia onde estava, ou porque estava ali. Mas sabia quem era seu pedrador. Aquele homem de olhar frio que lhe causava arrepios ! Dimitri Guerra.
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