REVANCHE

Passos firmes marcavam o chão com passadas rápidas. O assassino marcava uma... duas... três pegadas com o sangue livido que espelhou nos olhos do menino, abraçado ao próprio corpo no armário velho da cozinha que o pai lhe escondeu um pouco antes de ser morto na sua frente, com uma decapitação seca de sua cabeça, que rolou para única a******a do armário permitindo assim que o filho visse os olhos de terror esbugalhados do pai o encarando... o fitando lhe pedindo uma única coisa. Vingança. Dimitri tinha os olhos do pai. Não os olhos que ele tinha em vida ! Mas os olhos frios e famintos que o pai adquiriu no mesmo dia de sua morte. E mesmo a coloração verde de sua pupila não escondia sua fome, que era voltada para uma menina de cabelos longos loiros acobreados, bochechas saltadas e um sorriso de uma criança em uma loja de doces, que se fechava totalmente em seus olhos o deixando com formato de lua. A garota zizagueava um tanto desengonçada em uma falsa com o noivo no centro do salão iluminado por um grande lustre de cristal cercado por olhares, dos convidados e de sua família. Que se orgulhava por apagar toda sujeira de monopólio com a filha perfeita. Sim ! A menina era perfeita. Dimitri tinha que assumir que ela fazia bem o papel. Todos seus traços eram muito delicados, suas roupas, um vestido branco deixava mais evidência sua visível inocência, sua voz era melindrosa como de uma criança e seus olhos ! Esse sem dúvida não tinha ideia da maldade que cercava o seu mundo. Maldade que Dimitri iria fazer questão de mostrá-la. — Senhor Blake — Dimitri tinha belo terno, andava com uma sutileza marcante com seus sapatos caros que valiam muito mais do que o chão que pisava. Outra hora sua família havia sido presa, mas ele não estava mais em posição de uma, de modo que quando chegou na roda de homens com barbas bem feitas e rosto lívidos, rapidamente conseguiu a atenção do anfitrião, que sequer tinha ideia de quem ele realmente era. — Gostaria de dar os meus comprimentos sua filha pelo noivado. — Senhor Guerra. Porfavor deixe lhe apresentá-lo. — o senhor que tinha sinuosas rugas de sorriso em seu rosto, que ele usava para enganar investidores, fez um pequeno sinal com as mãos para filha, que estava sendo gentil com outros convidados. Como esperado a beleza da menina era encantadora e pai usava muito isso para conseguir aliados. — Essa é minha esposa... — Prazer — A senhora de um elegante vestido vermelho se apresentou com um sorriso sem mostrar dentes. Essa não era muito simpática. De fato não parecia nada com a menina que vinha na direção do pai, pois essa sequer era sua mãe verdadeira. Rosane Blake morreu quando a menina tinha apenas doze anos. Tinha determinação para estrelato e por isso era uma mulher belíssima e Dimitri tinha certeza que Massimo Blake havia a escolhido pelo único fato de ela ter traços para ser uma ótima progenitora. A morte misteriosa da mulher que era um tanto devassa comprovava isso. — E essa aqui minha filha. — Massimo abriu um sorriso orgulhoso e colocou as mãos sobre o ombro da filha. — Elise. — que deu um sorriso tímido e falou : — Prazer senhor. — Felicitações pelo seu noivado senhorita Elise. Claramente seu noivo é um homem — Dimitri deu uma pausa dramática pensando em muitos qualificativos que poderia dar ao garoto que se vlangoriava pela salão por esta noivo de uma Blake. E com isso Dimitri não pode pensar em qualificativo melhor — adequado a sua família. — Elise franziu o cenho confusa com o elogio do homem robusto a sua frente de terno preto e olhos que ela não se permitia encarar por mais de dois minutos. — Obrigado senhor. — porém mesmo assim, não deixou de ser gentil. Como esperado por Dimitri. A menina era muito bem educada. — Sei que será bem avantajoso para as empresas Blake. A família Giordano es bem influente em nossa conjuntura política. Conseguirá vantagens senhor Blake. — Espero que com isso, o seus interesses com minha empresa possam aumentar senhor Blake. Não tem sido nada cortes com minhas muitas ofertas. — Massimo diz com um sorriso interesseiro, deixando suas marcas de risos muito bem amostra. — Sabe que suas ofertas não tens sido interessantes aos meus negócios Massimo. Não posso servir os meus homens a alguém que sequer me traz vantagens. — Dimitri tinha muita satisfação em dizer cada uma de suas palavras e isso era facilmente percebido em seu tom de voz grave que soava um tanto orgulhoso em cada uma das sílabas. — Senhores estamos em uma festividade. Que tal deixamos os negócios para segunda feira. — Pela primeira vez naquele momento Dimitri viu o porque de Massimo ter escolhido a esposa. Pois a mesma não usufluia de nenhuma beleza, mas certamente sabia agir com elegância para tirar o marido de situações constrangedoras. — Papai, a mamãe está certa ! É meu noivado. — nesse momento Dimitri quase caiu nas delícias da garota. A menina sabia pedir. Sua voz em tom melindrosa de uma menina mimada a vida toda soando naquele tom tão tentador com certeza deixava claro isso. Que ela sabia pedir, quem sabe até mesmo implorar. Seria muito interessante ve-lá implorar. — Me perdoe minha princesa. — E como esperado, até o pai caia em seus encantos. — Tens razão. Sei que o senhor Guerra me dará mais de seu tempo em outro momento. — Dimitri forçou um sorriso torto que não transformava seus olhos frios mais agradáveis. ☽︎ ✵ ☾︎ Era sexta tarça em sua mão e apesar da quantidade de álcool ser incomum a uma pessoa educada em uma festa de noivado, dos homens ao seu redor, com certeza ele era o mais lúcido. Não pelo fato do álcool ainda não ter atingido seu organismo, mas sim porque ele sabia quem era cada pessoa que agora o cercava. Conhecia muito bem seus inimigos. Deputados ! Empresários ! Herdeiros ! Comerciantes ! Cafetões ! Sim sabia muito bem quem era cada um e a importância que tinha entre eles. Importância que era dada principalmente por causa de seus negócios. Que podia ser resumir na palavra : segurança. Digamos que seu negócio era muito forte no setor de segurança. E pessoas como as que estavam ao seu redor, sempre tinha seus inimigos. Não se pode ser grande sem ter inimigos e eles precisavam ser protegidos. E ele era importante porque fazia muito bem o seu trabalho. — Com licença senhores. — Pediu Dimitri ao ver Elise sumir do salão iluminado com seu namorado. Os olhos dele estavam durante ela toda a noite. Havia ido aquela noite com um propósito, mas a menina lhe deu ideias que seriam muito mais prazerosas. As maiores vingança eram feitas de olho por olho e sangue por sangue. E ele teria o sangue dos Blake em suas mãos. A silhueta da menina marcava no corredor, o seu vestido esvoaçante arrastava no chão. Ela andava de forma apressada. Como se estivesse fugindo e o seu noivo vinha logo atrás. Ele seguia discretamente o casal. A menina somente sumiu em seu campo de visão quando ela entrou em um cômodo, fazendo Dimitri levantar uma de suas sobrancelhas grossas. Sozinha em um cômodo com um homem antes do casamento, essa não era imagem ideal que a filha perfeita dos Blake deveria passar. — Elise ! Somos noivos. Logo estaremos casados ! Tá agindo como uma estúpida me negando. — Dimitri teve oportunidade de encontra a porta do cômodo entre‐aberta, permitindo que ele visse a menina de braços cruzados em cima de uma cama. Cabisbaixa, como estivesse muito aborrecida com algo. — Por isso eu estou te pedindo só para me esperar mais pouquinho. Victor, eu vou compensa-lo. — rebate a garota se levantando. — Não posso Elise. Será que você entende. Eu sou um homem. E você é gostosa para c*****o. Já estamos um ano nessa merda e você sempre me rejeita. — E nesse momento Dimitri entendeu porque a garota parecia está fugindo. Pelo jeito o noivo escolhido não nutria as qualidades que Massimo exigiria para um marido perfeito para filha perfeita e agora após se pôr naquela situação humilhante de ouvir atrás da porta, Dimitri sabia que ela era também imaculada. Isso tornaria as coisas mais prazerosas para ele. — Eu serei delicado. Sei que és a sua primeira vez. Porfavor. — O garoto Giordano pegou a mão da menina que desviou o olhar temerosa. Dimitri não pode deixar de expressar sua raiva, apertando seus punhos tão fortemente, que fez ele se perguntar porque aquilo estava o aborrecendo tanto. Ela não podia ceder. Não para ele. — Está bem ! Eu irei falar para o papai que irei na frente. Me espera no carro. — pediu Elise, e Dimitri teve que agir rápido, com toda sua agilidade assassina para se guiar a um corredor mais escuro a frente que a garota passou sem sequer perceber a sua presença a espreita.