SUBINDO AS MONTANHAS

2354 Words
Elise não se sentia confortável com o pedido do namorado. Não somente pelo medo do quão terrível é dolorosa poderia ser sua primeira vez, mas também porque não se sentia a vontade com ele. Escolhido unicamente pelo seu pai, Mattew era um estranho para ela. Por mais que se conhecesse desde de seus sete anos, Mattew não a atraia em nenhum aspecto. Ele sempre era muito rude com ela, somente teve alguma simpatia do mesmo quando ela teve idade para ele olha-la com outros olhos escuros e seu sorriso malicioso. E apesar da muita insistência do mesmo para leva-la para cama, Elise nunca cedeu. Até agora. Eles iriam casar ! E Elise mas do ninguém sabia o quanto o pai precisava da influência política dos Giordano's, com uma série de impostos renegados, agora mais do que nunca o seu casamento convinha a sua família. E por isso ela não tinha opção. Pouco se lembrava da mãe, mas o pouco que ela se lembrava era das palavras de sua mãe, "que um dia ela cresceria e quando ela crescesse teria que conseguir um homem forte, pois somente assim seu corpo estaria seguro." E isso de alguma forma a motivava, pois sabia que tinha beleza e cativava muitos. Pelo menos seu pai havia escolhido um homem que podia protegê-la. Ele nunca iria escolher algo que fosse r**m para ela. Por mais que agora seu estômago embrulhava somente de pensar na possibilidade de deitar com seu noivo, Ela se acostumaria. Tinha que se acostumar ! Suspirou fundo repetindo para si aquele pensamento e foi até o pai. — Papai ! — ela logo obteve atenção do homem, que parou de conversa com seus apenas para olha-la. — Eu vou com Mattew. Ele irá me deixar na casa da Jennifer. Estou muito cansada. — Elise sabia que o seu pai nunca deixaria ela ficar na casa de seu noivo. O mesmo tinha um extremo ciúmes dela. Dizia muitas vezes em brincadeira, como ela acreditava, que a sequestraria no dia de sua lua de mel e por isso ela falou que ficaria na casa de sua melhor amiga. Jennifer. Uma morena de corpo que causava inveja em muitas modelos famosas, dois anos mais velha que ela, que lhe garantia uma confiança extrema de seu pai. E até aquele momento, Elise nunca deu motivos para o seu pai duvidar da confiança que ele tinha em sua amiga. Nunca havia pedido ela para mentir. Mas aquela noite precisaria. E por isso assim que o pai lhe deu permissão, ela pegou seu celular em bolsinho escondido em seu vestido branco e enviou uma mensagem de texto. "Jennifer papai ligando tô com você. Depois explico." "Que ? como assim ?" Jennifer estava desconfiada, Elise sabia porque, ela nunca havia mentindo para o pai. " por favor, depois explico tudo." A amiga começar digitar algo, mas como Elise não estava preparada para chuvas de perguntas que Jennifer iria fazer, silenciar seu celular e o colocar novamente em seu bolso. Todas as festas que seu pai dava, era na empresa da família. Nenhuma comemoração era feita em casa e Elise nunca entendeu isso, até seus quinze anos, quando ela teve autorização do pai para fazer alguma rede social e recebeu diversas ameaças da mesma. Depois disso ! Elise nunca se sentiu totalmente segura. E por isso entendia o pai. Apesar de ficar muito triste de não poder sequer fazer um aniversário em sua casa. Quando tinha sua mãe, tudo era mais fácil. Chorava todas as vezes que seu pai dizia não para um festinha de aniversário apenas com seus amigos mais próximo, mas toda sua tristeza desaparecia quando sua mãe, assim que o relogio virava meia noite, entrava no quarto com um pequeno cupcake de morango e velhinha em seu topo cantando um solene parabéns, e depois a olhava com um sorriso aberto e aconchegante e dizia "vamos querida, faça um pedido." E Elise sempre pedia o mesmo, para ter uma família feliz. Era uma extrema ironia ! Pois todo ano, na época de Natal, sua família saia nas revistas como um exemplo de família a ser seguido, mas por trás das câmeras e fotos não era assim. Elise se deu conta disso ainda quando tinha três anos, quando passava horas chorando vendo seu pai agredir sua mãe na frente de seu berço. Aquela era a lembrança por trás de suas pupilas verdes, que tão distante demoraram reconhecer o estacionamento do prédio das empresas da família, sair do elevador, que após descer doze andares, finalmente a deixou no estacionamento, onde entre ferrari's e Lamborghini's caminhando com seu saltos fazendo tec-tec no chão, Elise parou, sentindo um certo arrepio em suas costas que imediatamente visgou sua coluna e fazendo se sentir observada. O estacionamento era grande e uma luz piscando acima de si, dava um aspecto de terror que fez Elise apertar sua pequena bolsinha em mãos. Sua respiração já saia com dificuldade, a comemoração que ocorria no terrio tirava toda a possibilidade de alguém ouvi seus gritos. Ela tinha uma opção, se virar e enfrentar, seja lá oque fosse que massacrava toda o ar gélido do local. E decidida, ela fechou os olhos, apertou sua bolsa que ela já estava planejando usar como arma e se virou. Não encontrando nada, à não ser uma vileira de carros caros. Tinha dezessete anos, sequer havia se sentindo a vontade de voltar para redes sócias depois das ameaças. Não devia ficar saindo por aí sem segurança. Estava começando a ficar paranoica.. Sabia que tinha que controlar seus pensamentos e principalmente seus medos e por isso se virou disposta a sair dali o mais rápido possível, porém no mesmo momento em que luz apagou acima de si, seu coração parar de bater e as batidas voltam desreguladas ao levar um pequeno susto com seu namorado atrás de si. — Mattew ! Quer me matar ? — Pergunta a garota com a mão no peito. — Você veio gatinha ! Sabia que não me decepcionaria. — Na verdade Elise estava decepcionada era consigo mesmo, depois de tantos anos lutando para não se entregar, estava cedendo tão fácil. — Podemos ir logo. Não gosto desse lugar. — E Elise realmente não gostava. Era um tormento todas as comemorações de família serem ali não somente porque não podia chamar seus amigos, mas sim porque sua mãe havia morrido naquela maldita empresa. Morrido em um suicídio c***l ! Pelo menos oque seu pai havia lhe dito. E como Mattew parecia está sedento por ela, deu um sorriso malicioso e pegou sua mão. O carro de Mattew era um Porshe 911R cinza. Era um carro cômodo e bonito, mas não brilhava nos olhos da garota que havia crescido com tudo e apesar de ser bem cômodo o carro, quando Elise entrou, se sentiu sufocada. Estava tensa e Mattew achou uma ótima alternativa para acalmá-la colocar a mão em sua coxa enquanto concentrava a sua outra no volante. Saindo do estacionamento. A empresa de seu pai ficava em aglomerado de prédios na cidade e a casa de Mattew, que aos dezenove anos já morava sozinho ficava nas montanhas, onde muito ricaços se escondiam da população comum o subjugandos como plebeus. Era uma distância considerável, mas graças ao pouco trânsito o carro de Mattew deslizava nas ruas, assim como sua mão deslizava nas pernas de Elise tentando constantemente achar uma a******a no tecido leve para subir mais. O estômago de Elise já estava revirando em muitas voltas o incômodo em seu rosto pálido era visível, ela pensou em dizer ao homem ao seu lado o quanto aquilo a incomodava. Mas ainda com certo pensamento de consolação da mãe, Elise respirou mais uma vez profundamente e arriscou seu olha na estrada. Pequenas gotículas de chuva deixava o asfalto brilhoso e a lua parecia dançar se escondendo entre densas nuvens. Solitária ! como seu coração também estava. Ela começou se perguntar se sua mãe também sentia isso que ela sentia pelo seu pai, e talvez por isso ela não era feliz e preferiu seu suicídio. Preferia deixa-los. Se eles não eram felizes ! Porque eles a geraram ? Seu pai dizia que ela era tudo para ele. Como alguém gerada de um relacionamento sem amor poderia receber amor ? Teria o mesmo destino de sua mãe. As perguntas martelavam sua cabeça, dando leves pontadas, ela resolveu se distrair com seu reflexo no retrovisor e ver se sua maquiagem não estava borrada em seu rosto, quando de repente uma luz ilumina o espelho a impedindo de ver o seu reflexo. Elise olha para trás para ver de onde viam a luz e perceber um carro preto a espreita do carro do seu namorado. Era madrugada, não devia ter fluxo de carro aquela hora. Mas ela considerando que era só mais ricaço vindo de alguma festa desconhecida, descansar seus ombros no banco do passageiro e relaxa momentaneamente. Sua atenção que já estava no carro se redobrar quando ela perceber que o carro preto que a seguia estava fazendo o mesmo caminho que o carro de seu noivo fazia. Eles já subiam a montanha e carro atrás de si não havia feito nenhuma curva. — Acho que esse carro atrás está nos seguindo. — E por isso ela decide avisar o noivo, que estala os lábios pouco se importando e responde : — Besteira gatinha ! Deve ser algum vizinho meu indo para algum orgia. — Mattew deu uma risada e apertou mais uma vez a coxa dela. — Relaxa aí ! Já estamos chegando. — Mas Mattew... eu acho mesmo.... — Relaxa gatinha. E só um carro. — Elise duvidava que fosse apenas um carro. O farol estava tão alto, que o motorista parecia ter feito aquilo de forma provocativa, como se quisesse impedi-los de ver até mesmo a placa. — Não ! Eu quero ligar para meu pai. — E por isso ela tentou pegar o seu celular, mas Mattew tirou a mão do volante e pegou a sua. — Ah parar gatinha ! — Não Mattew ! Me deixa. — E Elise tentou puxar fazendo o carro de seu noivo, que sequer segurava o volante deslizar na pista o obrigando pegar o volante novamente. E apesar disso ele continuou determinado a pegar seu celular, e por isso novamente soltou o volante e avançou para cima dela. Elise tocou no seu celular, mas não conseguiu pegar, em questão de segundos, mas rápido que sua mão pudesse correr pelo os números de seu teclado em uma batida brusca na traseira, o carro de Mattew deslizar na pista molhada, girando enquanto o mesmo tentava recuperar seu controle, que somente parou quando bateu com tudo em uma das muitas árvores da montanha. Elise por um momento perdeu a consciência, as luzes, a fumaça saindo do retrovisor deformava na sua frente em uma linha contínua entre o farol vermelho. O barulho de alerta do carro fez Elise morder seu lábios e levar a mão na cabeça que quando ela trouxe de volta no seu campo de visão viu o seu sangue lívido na sua mão. Ela estava sangrando ? Aí ! Sua cabeça doía tanto. Precisava sair dali, olhou para o lado tentando buscar a ajudar de seu noivo, mas Mattew debruçado sobre o volante tinha seu rosto totalmente deformado. — Mattew ! MATTEW ! — Elise gritou mexendo o corpo de seu noivo que com muita insistência sua abre os olhos. — Elise ! — suspirar com sua boca cheia de sangue. — Oque aconteceu ? — Não sei... não sei... — a voz de Elise estava ofegante. Ela tentou se lembrar em sua consciência oque havia acontecido. Mas foi tudo tão rápido. A única coisa que se lembrava é que havia um carro. Eles estavam sendo seguidos. E quando se deu conta disso olhou para retrovisor o carro havia sumido, para seu alívio. Então exausta ela debruçar a sua cabeça na poltrona sentindo mais uma visgada em sua cabeça fecha os olhos tentando regular sua respiração, e quando abre novamente, para tentar sair dali, entre a fumaça e as luzes distorcidas para sua visão, ela ver uma silhueta forte se formar. Como uma sombra, um reflexo da própria morte, que faz os olhos grandes demais para seu rosto se abrirem, quase pulando por suas órbitas. — Mattew ! MATTEW ! MATTEW ! — E em desespero ela começa a sacudir novamente o noivo, que fraco demais demora despertar, mas quando despertar, imediatamente percebe o terror de Elise, ao ver a sombra se aproximando lentamente entre os faróis de seu carro com uma arma em mãos. Mattew ágil, rapidamente abre o porta luva e retirar uma pistola de lá que Elise sequer perguntou porque ele tinha uma arma. Filho de um político conhecido era mais do que necessário. Porém antes de sequer poder apontar a sua arma a silhueta desaparece e uma tensão que masacrava gerar terror genuíno em Elise que somente conseguia exprimir pânico que se manifestava em sua respiração descompensada. Mattew também apertava sua arma esperando um ataque que de repente veio das sombras, e antes de sequer ele poder apertar o gatilho, e arrancado pela porta e jogado no chão como se fosse nada. Elise só ouviu tiros e um grito, olhou no retrovisor do lado motorista e viu arma brilhar na mão do assassino que tinha a mão coberta por sangue. Era seu fim, Elise fechou os olhos. Quando fosse abri-lo novamente estaria com sua mãe, porém quando a porta se abre, com o mesmo estrondo que ecoou na cabeça de Elise quando Mattew foi tirado do carro sente uma mão lhe tirar do carro com muito facilidade, levanta-la como se não fosse nada e colocar sua mão que cobria quase que totalmente seu rosto na sua boca. Elise se debatia tentando escapar, lutava pela sua vida com todas as suas forças, arranhado com suas unhas os braços do homem que agarrava pela cintura e a tirava do chão como se fosse nada. Mas ela não conseguiu. Quanto mais lutava, mas fraca se sentia e de repente na sua frente não tinha mais nada. Nem luz, nem sombras.
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