05

832 Words
Deixe seu comentário. Pietra Eu não consigo respirar direito, não quando ela estava me encarando com aqueles olhos enormes, verdes e brilhantes. Eu não conseguia falar mais nada e toda a coragem que eu tinha tido a algum tempo atrás tinha esvaído do meu corpo como água corre em um rio. De alguma maneira, eu sabia que isso era o mais certo a se fazer e agora, as peças pareciam se encaixar aos poucos e eu parecia ter entendido alguma parte da minha vida, mesmo que eles não tenham dito nada que possa ter mostrado o meu futuro. Meu coração bate forte em meu peito e eu passo o dedo na borda da xícara de café. Eu precisava me acalmar um pouco. — Onde você esteve todo esse tempo? — Isabela pergunta. — Henrico não vai acreditar, ele procurou você por tanto tempo. Eu fico tentada a dizer que ele não tinha me reconhecido, mas alguma coisa dentro de mim não queria quebrar o clima amoroso e familiar que tinhamos criado. De alguma maneira, fazia sentido para mim, que pelo menos ele gostassem de mim. — Eu morava em uma cidade pequena, era extremamente minuscula e eu tinha quase certeza que a mha avó escolheu aquele lugar para me esconder. — Afirmo, não conseguindo olha-los. Vicent permanecia em silêncio, apenas nos observando e deixando que nós duas conversassemos. — Sua infância, do que você se lembra? — Ela pergunta. — Não de muita coisa. — Engulo em seco. — Eu... eu não sei quantas vezes vou conseguir me abrir sobre isso com vocês, de verdade. — Suspiro e fecho meus olhos. — Eu só quero saber se tudo o que a minha avó disse foi real. — Eu tenho certeza que não! — Vicent nos interrompe. — Acho que algumas coisas devem ser ditas pelo seu pai, mas tem coisas básicas que eu posso dizer para você e uma delas é que a sua avó é uma das mulheres mais falsas, manipuladoras e extremamente venenosas que eu conheço. — O que a minha avó fez de tão sério? — Pergunto. — Quero dizer, eu sei que ela não foi uma das pessoas mais amorosas e abertas do mundo, mas eu não tenho certeza de que ela é alguém tão r**m assim. — Acredite, ela é. — Ele pressiona os lábios. — Todas as coisas que ela fez durante a vida dela tinham algum propósito sombrio por trás. Você conheceu a verdadeira face dela, acredito... mas... — ele olha para a esposa. — A minha mãe... — ela engole em seco. — Ela passou a vida se fazendo de vitima, quando ela foi a culpada de todas as coisas ruins que aconteceram em nossas vidas. Desde a morte dos seus avós paternos, ao quase fim do meu casamento e todas as coisas mais absurdas. — Ela para um pouco. — Eu sei que algumas coisas vão ser ditas pelo seu pai e eu prefiro assim, não quero me meter, mas saiba que você nunca mais poderá ir embora. Pisco em sua direção e limpo a minha garganta. —Eu ainda tenho uma vida longe daqui. — Digo, sentindo um tremor dentro de mim. Eu nunca pensei que ela diria isso, não tão rápidamente como agora. Definitivamente, não tão rápido. Eu sei que eles podem querer me proteger dela, mas eu sou uma adulta agora e quero viver a minha vida em liberdade. Uma liberdade que a minha avó me tirou e que eu não achava que eles tinham o direito de tirar. — Sim, eu sei! — Suspiro. — Acho que seu pai pode explicar muito melhor, eu não quero assustar você. Ela parecia um pouco nervosa. De algum ponto que era desconhecido para mim, entendi que existia alguma coisa muito mais obscura na nossa família que não podia ser dita em lugares públicos. Eu engulo em secol, medrosa. Será que foi mesmo uma boa idéia? — O que vocês tanto querem esconder? — Pergunto. — Não acho que isso deva ser dito agora. — Isabela afirma. — Eu sei que você pode estar assustada, mas sinceramente, eu acho que você deve conversar sobre isso com o seu pai, acho que ele pode falar sobre qualquer dessas coisas muito melhor do que eu. — E quando eu vou poder conversar com o meu pai? — Pergunto, ansisosa. — Só preciso prepara-lo, está sozinha na cidade? — Vicent pergunta. — Não, estou com um amigo, o Finn... ele é confiavel. — Eu fecho meus olhos e suspiro. Porque mesmo eu disse que ele era confiavel? — Ok, chame ele. — Eu dou de ombros. — Eu vou levar vocês para um lugar mais... seguro. Eu franzi a testa, mas não queria mais fazer outras perguntas. Não queria saber se estava correndo um grande perigo agora para não querer fugir deles. Eu ainda tinha que descobrir coisas sobre a minha família. — Vamos, ainda temos algumas horas até a nossa casa. — Isabela se levanta.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD