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1452 Words
   Ele saiu do carro e abriu-me a porta. O redor era um enorme jardim com árvores altas, parecia uma floresta à volta daquela mansão, era de longe o lugar mais bonito que vira, o homem me pegou no braço de e me conduziu para dentro.     O hall era encantador, o salão de estar era encantador, o corredor era encantador. Tudo era encantador. Subimos para o segundo andar por umas escadas que se abriam para o salão, convertendo numa só por dois ramos de escadas, um da direita e outro da esquerda, uma coisa linda de se ver, como nos palácios dos contos infantis, andamos por um corredor até o dono daquele exagero parar e abrir a porta de um quarto com uma cama grande, um enorme roupeiro e estantes. O quarto era maior que o do hotel, quase o dobro, as paredes eram pintadas de amarelo e branco e o chão de madeira.     -- Este é o teu quarto para quando fores punida ou estiveres sem mim.    Continuamos pelo corredor e ele abriu outra porta.    O quarto era ainda maior que o anterior. As paredes eram brancas, o chão de madeira branca e os móveis dispersos, a enorme cama de casal era circular, a frente da cama tinha uma estante com um televisor enorme e ao canto um sofá castanho aconchegador. Dentro deste quarto tinha ainda outras duas portas, o closet e o banheiro que por sua vez eram ainda maiores.    -- É o nosso quarto. As tuas roupas estão no closet e no banheiro você vai encontrar uma cômoda com coisas que deverão te interessar.    Ele entrou e fechou a porta. Começou a tirar o casaco, o colete e a camisa, ficando apenas com as calças. Entrou no closet e saiu, envolto numa toalha, reparei que estava nu.     -- Vai relaxar, deves estar cansada. -- abriu a porta do banho. -- não tentes nenhuma ideia estúpida porque tu sabes muito bem que estás sem saída. -- entrou e fechou-a.    Assenti e rodeei a divisão, vendo a decoração, vendo se a cama e o sofá eram confortáveis e isso, ou seja, estava analisando a toca do lobo. Por curiosidade entrei no closet mas enganei-me na porta e sem querer entrei onde ele estava. Mitchell permanecia de pé no duche, tinha os olhos fechados e respirava descompassadamente, o seu peito descia e subia numa velocidade considerável, reparei então no que ele estava fazendo e preparei para fechar a porta.    -- Entra. -- ordenou, ainda de olhos fechados.     -- Enganei-me era na outra porta...    -- Entra. -- repetiu, entrei e fechei a porta. -- Tira a maquiagem e solta o cabelo. -- enquanto lavava a cara e soltava o meu cabelo comprido, reparei que ele continuava com os seus olhos fechados. -- Tira a roupa. -- fi-lo. -- Vem.    Entrei no duche e fui até si, trocando as suas mãos pelas minhas. Ele se surpreendeu e eu também porque não esperava ter coragem para fazê-lo sem ser mandada mas pensei que, como estava presa ali em algum lugar do mundo, não conseguiria fugir, então surpreenderia-o e acabava por ganhar simpatia dele, ao invés de ser cortada outra vez, e aproveitava também o que me restava da vida.    Quando ele atingiu o seu ápice, me levantei, pois tinha estado de joelhos à sua frente por conta de lhe satisfazer melhor, e me lavei rapidinho sem sequer o olhar. Ao acabar, encostei-me a parede esperando por ordens. Mitchell pôs dois dedos debaixo do meu queixo e me orientou a cabeça para cima para observá-lo, o que vi me deixou com borboletas no estômago: o seu olhar cinzento não era tão frio, pelo contrário, estava quase doce, não sabia se era doce porque nunca tinha visto aquele cinza numa outra perspectiva ou se era outra coisa que nem eu sabia.    Tentei mudar a direção do meu olhar mas não dava, ele não tirava a mão de onde estava, e sem eu me esperar, me agarrou a cabeça e me beijou ferozmente enquanto guiava o seu m****o para a minha entrada apertada, quando finalmente conseguiu, me penetrou com tanta força que, para além do meu gemido alto e demorado de dor, a minha vontade de chorar surgiu mas foi interrompida pela dor física e emocional que as suas palavras me causavam.    -- Isso, v***a, geme... -- estocava cada vez mais de um modo bruto e óbvio, o meu corpo encontrava alguma coisa para tentar dissipar a dor e era nos gemidos-- Está gostando, pirralha? -- não, não estou gostando de nada, estou com dores, estou machucada! -- Ahh... Que escrava gostosa...    Escrava?! Isso já é demais! Eu continuava chorando e gemia agora baixo porque a minha v****a já tinha acostumado com a dor cortante e sentia-a toda seca mesmo estando ainda debaixo da água do chuveiro. Dei luta para sair debaixo dos braços fortes e cruéis, comecei por fazer força para baixo mas ele me pegou no colo, me agarrando pela cintura e me fodendo ainda comigo no ar, depois iniciei um movimento continuado onde eu batia pernas e braços e me tentava virar, o resultado foi como eu queria, ele me pousou no chão, sem antes me dar uma última, me rasgando, e libertar o seu prazer.    -- Eu não sou sua escrava. -- falei baixo enquanto levava a minha mão ao meu órgão mais abusado e dolorido.    -- Você é tudo o que eu quiser! -- respondeu com pouca paciência.    -- Já reparei nisso, se quiser também posso ser sua mãezinha ou seu paizinho se resolver me abusar no cu.    Sim, eu confesso, fui muito baixa em usar pessoas que ele amava e que foram mortas da pior maneira possível para salvá-lo só para me vingar do que ele fez. Eu realmente tinha cutucado a ferida aberta e não cicatrizada dele, tanto que quando acabei de falar me arrependi, só que já não era a tempo. Levei um tapa, seguido de um empurrão, me fazendo cair com tudo de b***a no chão mas o impacto fora tão violento que eu ouvi estalos e esperava que não fosse nada de grave. Pensei que ele tivesse parado por aí mas não foi assim quando vi seus passos em minha direção e seu pé sendo puxado para trás para me acertar na barriga, a dor foi insuportável e eu agora tentava me levantar quando vi novamente o pé, me acertando entre os s***s, bem no meu diafragma. Parei de respirar.     -- Eu vou te matar, seu verme. -- disse baixo mas me pondo medo, mexendo com o que restava parcialmente intacto do meu psico. -- Vou te fazer engolir essas palavras da maneira que me fez ouvi-las... Com desprezo, com nojo, com vontade de ferir... -- ele se abaixou onde eu estava caída e me deu outro tapa no rosto, segurou no meu cabelo como um r**o de cavalo e cuspiu na minha cara, depois deu outro tapa com o seu anel voltado na minha bochecha, provocando um enorme arranhão. -- Você é um lixo, uma coisa que só serve para f***r e mesmo assim nem isso sabe, um objeto de leilão com o mesmo valor de esculturas de cristal que quebram fácil fácil ou peças de diamante que qualquer mulher fútil tem. Sabe, eu te comprei por vinte milhões e um quadro foi vendido por setenta milhões!-- ele começou uma gargalhada assustadora e diabólica, eu já não aguentaria por muito tempo. -- É mais barata que uma tela coberta de tinta... Já que estamos falando nisso, qual é a sensação de ser vendida e comprada? -- suspirou -- Oh meu, tu és mesmo um lixo, o meu lixo. - aumentou o tom de voz -- Agora, morre! -- me deu um soco na cara e tanto eu quanto ele ouvimos estalos. -- Isso é para nunca mais sorrir naturalmente. -- ele se levantou.    Eu tentava inspirar mas o meu diafragma recusava movimentar-se para ajudar os meus pulmões, consegui me por de quatro mas levei outro na cintura e cai deitada, levei outro na barriga, outro e mais um. Eu recusava utilizar o cérebro racional que me restara para delinear com calma todas as suas palavras horrendas. Tossi ainda tentando receber oxigênio mas todo o ar não queria nem sequer ficar dentro de mim, com a tosse veio a ânsia de vômito e eu não segurei, um jato de sangue saíra da minha boca. Outro chute, na cabeça. Olhei zonza para os seus olhos pretos, espera, pretos? Estavam pretos, mas preto de ódio porque o cinza gelo ainda lá estava, e depois olhei para o chão e vendo a poça de sangue que corria para o ralo do banheiro, deixei-me desmaiar, pousando o crânio ameaçado no meu próprio sangue.        
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