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3085 Words
   Aos poucos fui abrindo os olhos. Estava deitada numa cama confortável e minha cabeça pousava uma almofada muito macia, apesar disso ela ainda latejava das pancadas que levei. Olhei à minha volta e vi que estava no quarto amerelo e branco, sozinha, por sinal. Puxei um pouco o fino edredão que não me aquecia nada e gostei do vestido branco leve que tinha, apesar daquilo tudo ele não me quer morta, mas sim viva para as suas diversões.    Mexi-me um pouco e o meu peito doeu, me fazendo lembrar de como tive dificuldades para respirar enquanto ele me espancava, eu sabia que tinha sido muito m*l educada e debochado completamente da cara dele  sobre o seu passado mas não pensava que toda a surra fosse necessária, eu não merecia nada daquilo.    Na mesinha de cabeceira tinha um copo com algo que deduzir ser água e assim o bebi porque já tinha a garganta mais seca que um deserto. Daquele copo retirei todas as forças que precisava e me levantei, fui até a janela e vi a linda vista da floresta à volta do casarão, parecia um conto de fadas o enorme campo ao fundo no horizonte e a densa floresta com árvores de copa redondinha num verde erva extremamente lindo e natural mas na prática nada era feliz.    Circulei a cama e me vi ao espelho, no rosto tinha algumas sombras em vermelho escuro quase roxo, por causa dos socos na cara mas o resto do meu corpo não tinha mais marcas e eu nem queria levantar o vestido e ver a minha barriga, pois sabia que a minha ideia iria ser mudada. Depois de me ver, fui até a porta, rodando a maçaneta para sair mas me surpreendendo ao ver a porta trancada, tentei algumas vezes mas não abria, estava realmente trancada, comecei, então, dar batidas brutas como se estivesse querendo derrubá-la mas mesmo assim o pedaço de madeira não se moveu e eu me cansei.    Estava com fome e raiva daquele homem nojento e imundo de maldade. Voltei para a minha cama após sentir a garganta seca de tanto gritar pelo nome que mais me dava arrepios de medo e alguns minutos depois, não muitos, ouvi a chave sendo girada do outro lado e o pedaço de madeira que não obedeceu as minhas forças sendo aberto, revelando a coisa que me adorava machucar, o senhor empresário executivo, CEO, rei da farsa, Mitchell Ot'e.    -- Tu não vales nada. -- eu disse baixo e calmamente.   -- Ainda bem que a minha casa é feita dos melhores e mais seguros equipamentos, móveis e itens de construção do mercado. -- disse enquanto me via sentada e olhando para a sua cara, ignorando o meu comentário ou nem o ouvindo. -- Come a comida e aqui tem um comprimido para as dores que ainda deve estar sentindo, se não melhorar até duas horas, chama e eu faço um médico vir te ver.    -- Um médico?! -- falei espantada. -- Você quase me mata e se preocupa com um médico?    -- Faltou o quase para te matar. -- respondeu simplesmente, andou até uma mesa pequena num canto do quarto e deixou lá um tabuleiro. -- Se não quiser tomar, fica ai com dores. -- se voltou para a porta e a abriu para sair, sem antes acrescentar, mesmo que de costas. -- Não adianta esmurrar a porta porque ela não vai ceder e gritar também não porque só eu e dois funcionários andam aqui em cima e as paredes são isoladoras.    -- Então como vou te chamar se precisar de ajuda com as dores...? -- ouvi a porta a bater. -- Ah, como eu te odeio, seu raptor e******o!    Passei mais de duas semana a ver TV e a ler no meu quarto, trancada, sem sair. Uma empregada trazia-me o café da manhã, almoço, lanche e jantar todos os dias e nunca mais ouvi falar em Mitchell. Às vezes perguntava a senhora sobre ele mas ela não me entendia direito e dizia que não podia falar, através de gestos. A minha mente esgotada de pensar na minha situação, pensava sempre a mesma coisa e o que eu estava a passar não queria desejar a ninguém.    Certo dia, fora do horário, a minha porta foi destrancada. Era ele. Fingi indiferença mas no fundo estava muito contente por vê-lo ou pelo menos por saber que não ficaria trancada para sempre naquele quarto de Rapunzel na torre.    -- Soube que sentiu saudades minhas. -- disse a fechar a porta. Veio até mim e me beijou, sem ser correspondido. Ele se afastou e me olhou nos olhos, parecia que conseguia ver a minha alma por aquele par cinza azulado incrível.-- Eu sei que você quer. Me obedece.    Dessa vez, ele tentou e eu obedeci, pois da última tentativa de me impor, fiquei com  uma costela quebrada e rosto roxo. Nesse tempo que esteve fora percebi que o contato que tiveramos fora importante para mim no sentido de ter comida, não apanhar e ter a companhia de um ser humano, coisa que o meu psico precisava urgentemente por conta da minha má experiência sozinha, anos atrás, era estranho mas sentia que precisava mesmo da sua companhia, podia ser contraditório, mas precisava do homem que tentou me matar para viver De certo modo me sentia segura porque todos sabiamos a sua importância para mim: era ele quem, naquele momento, geria a minha vida.     Mitchell continuou o beijo e eu ainda o respondia, sentindo a sua língua quente entrelaçar a minha, os seus lábios apertando os meus e, de hora em hora, os seus dentes me mordendo. O meu corpo estava e******o mas a minha mente estava a milhas dali, fugindo e querendo encontrar um pingo de solução para o meu problema existencial. Ele se sentou a minha frente na cama e me puxou para si, me fazendo sentar no seu colo e levando as minhas mãos à sua camisa, murmurando algo para desapertar os seus botões, eu tive dificuldade neles todos e demorei mais tempo tentando tirá-la. Eu estava fazendo aquilo tão depressa que me maravilhei da rapidez e ele também, apesar de ter sido ele a ordenar a rapidez, depois veio sobre o meu corpo e me arrancou o vestido num pisacra de olhos. Naquele momento estava ele no controle, como sempre esteve.    O dia ainda não tinha acabado. Ele se afastou e rasgou um pedaço da cortina que estava atrás da cama e me vendou, a princípio lutei mas percebendo o que ia fazer, deixei. Ouvi outro rasgão e senti as mãos serem amarradas fortemente. Não ouvi mais.    Comecei sentir as suas mãos no meu corpo e elas iam subindo devagar, parecia que ele estava apreciando, degustando cada pedacinho do meu corpo me disse:     -- Sabe porque te vendei? -- não deu tempo para responder e prosseguiu. -- É porque quero aguçar todos os outros sentidos. Estás muito m*l acostumada em querer saber tudo.     Ele começou a beijar-me o corpo todo, dos pés ao pescoço. Tentava não me mostrar fraca mas não consegui e pela primeira vez ele me ouviu a gemer de prazer, muito baixinho.    -- Eu sabia que não ia conseguir segurar por muito mais tempo. Tu gostas de ser tratada assim.    -- Acha mesmo que alguém consciente gosta de ser tratado sem ter liberdade? -- perguntei, não gostando nada do seu tom zombador fazendo menção de que eu era uma cachorra qualquer.    Simplesmente ignorou a minha inquisição e continuou com o que estava a fazer. A dada altura eu já não conseguia me conter e o meu corpo já anunciava isso, porém não pedi que me deixasse gozar e apenas tentei me conter, no entanto ele notou a minha agonia e posicionou-se para terminar com aquela cena. Dessa vez, ele tinha mais força, era mais violento e ao mesmo tempo mais homem porque era capaz de me proporcionar mais prazer, mesmo sabendo que estava sendo usada para uma satisfação sua. Então tive uma surpresa, ele estava a explorar outra parte de mim que eu nunca permitiria se tivesse em liberdade.    -- Pára! Está doendo! -- disse. Parecia que estava a ganhar um choque, sentia-me a arder e me mexi bruscamente, acabando por facilitando a sua entrada. Ele não ligou e começou a movimentar-se. -- Por favor, pára...    A lembrança da primeira vez com aquele i*****l me veio avante, eu pedia e implorava mas ele continuava com mais força ainda mesmo sabendo que eu nunca tinha sido penetrada atrás, o meu consciente me apontou que também não seria dessa vez que ele ia me ouvir.    -- Quando comprei aquelas bolas, pensei que resultariam... -- sussurrou ao meu ouvido enquanto me masturbava, estava a ter uma sensação tão estranha, era uma mistura dr prazer e dor, todas aos mesmo nível de intensidade. -- Pelos vistos serei eu mesmo a ter que abrir esse cu apertadinho...    Mitchell agarrou-me no cabelo, puxando-me para si até os nossos corpos se colarem, era como uma corrente eléctrica mortal a atravessar-me e parando nos fios que ele segurava com as mãos. Definitivamente, o meu corpo não me obedecia mas sim a ele. Mesmo sabendo que para ele aquilo não segnificava nada para além do ato e de me fazer sentir dor.    Ele me soltou e afastou-se, conduzindo-me pelo quarto até o sofá, deduzi-o pela textura do forro. Sentou-se e me pôs de costas para si, em pé, depois me forçou sentar em si mas me sentia dolorida, então ele não me obrigou, guiando apenas, mas sem forçar. Me encostou no seu peito, e, com firmeza e não brutalidade, passou as mãos sobre as minhas coxas e levantou uma de cada vez devagar até estar pousada as duas de cada canto do sofá, me deixando toda aberta e a disposição no seu colo, a seguir, sem me avisar, soltou, me fazendo cair no seu colo, em cima do seu p*u duro que me penetrava a força pelo fato de eu ter caído mesmo posicionada e em cima dele. Um grito escapou. Mitchell acelerou quando viu que eu já o tinha completamente dentro de mim, pegou na minha mão e me fez me tocar com a sua por cima da minha, aumentando os movimentos na medida que eu me cansava. Aquilo se permaneceu por alguns minutos, culminando no momento que ele agarrou a minha cintura com as duas mãos e acelerou, e acelerou, e acelerou. E parou. Um segundo de silêncio. Senti que ele se aliviava e esse alívio era acompanhado de um gemido preso, baixo e continuado que saía do fundo da sua garganta. No mesmo instante o meu corpo se contraiu e me senti explodir, um gemido fino e abafado também ecoou, esse era alto e longo. Automaticamente levei as mãos na boca para impedir de sair o resto do gemido mas ele tirou-as, quando já se sentia satisfeito.    -- Chama-se orgasmo. Eu não te vou punir por causa disso. -- dito isso me beijou, um beijo diferente e calmo, quando me afastou eu disse:    -- Eu sei o que é um orgasmo, apenas nunca tinha tido um antes. -- respondi enquanto eu me levantava de si e tirava a venda. Eu tive um orgasmo com um raptor que me metia no cu. Por mais estranha, era assim que me sentia: um lixo sendo reciclado. Confusa mas querendo confiar nele.    -- Vai se arrumasr. Vai haver um jantar às sete aqui, convidei algumas pessoas e os meus tios mas não te preocupes porque não há imprensa.    -- As pessoas vão me ver?    -- És invisível? -- ao responder se levantou e jogou-me uma toalha nova.    -- Vou me apresentar como quem? Ninguém vai me reconhecer? -- andava atrás de si.    -- És uma amiga de infância do colégio de Michigan. Ninguém te reconhece, estamos num país muito distante do teu e os rapazes fingiram a tua mudança de sede repentina. Tu já não trabalhas lá no hotel mas sim numa empresa minha.    -- Não posso ser amiga tua de colégio, e a diferença de idade? São oito anos de diferença! Ou é normal as pessoas pensarem que os alunos do ensino médio brincavam com as crianças da segunda série?    -- Na verdade, seis. Sou um ano mais novo do que o que aparece nos media. Agora cala a boca.    Ele tomou um banho e se perfumou com um perfume muito forte que ao início me causou alergia. Vestiu uma camisa preta e uma calça jeans preta também e saiu.    Corri para o banho e me lavei com muito cuidado, não me esquecendo do cabelo. Deixei-o solto com umas ondas leves e coloquei uma prisilha douradoa num dos lados, fui ao closet e procurei um vestido elegante mas ao mesmo tempo bonito e encontrei um rosa claro com brilhantes marcando a cintura; tinha a frente curta e uma cauda até os pés atrás. Vesti-o e me senti muito linda com ele. Procurei uns sapatos e calcei uns de salto em bege e uma mala de mão bege, a combinar. Por fim, coloquei uma pulseira pequena e esperei o anfitrião regressar ao quarto.    -- Está pronta...?    Ele parou e me contemplou da cabeça aos pés, com cara de agrado mas logo se conteve e voltou para fora do quarto, não sabia se o seguia e por isso esperei, mas esperei pouco porque ele logo chegou com uma caixa nas mãos e abriu-a na cama, mostrando-me um colar muito fininho, dourado e com o símbolo de um dinheiro e um coração como pingente. Adorara o objeto e sem contar ele pegou no colar e pôs-me no pescoço.    -- Quero que o uses. É de ouro e os pingentes são de platina, não o estragues. Troquei a tua coleira preta de couro por esse colar de ouro e platina, agora se comporta bem e aproveita que seu fui caridoso.    Fui até o espelho e vi-o. Nesse momento ele veio atrás de mim e viu-o também.    -- É lindo. Obrigada.    Ele virou-me, pegou-me e saimos.         O jantar correra perfeitamente. Quando todos já se tinham ido embora, ele levou-nos ao jardim daquela mansão, lá fora estava agradável.    -- Aqui fora eu te dou autorização para falar comigo, mas é só hoje. -- disse-me enquanto caminhava até um banco.    Já estava noite e escuro mas os pequenos postes iluminavam o caminho e o jardim.    -- Onde estamos?    -- Na minha casa. -- me viu e sorriu com a cara que fizera, sério? Nossa, novidade! -- Aqui viveram os meus avós e aqui se casaram os meus pais. Como todas as outras coisas que tenho, herdeiro da minha mãe.    -- Desculpa. -- mas ele não se pronunciou. -- Porque me colocaram nessa situação? Porque fui leiloada?    -- A resposta é simples, estavas no lugar errado, na hora errada... Aproveitando, porque me escolheste e não aos outros?    -- Porque você era o mais bonito e o que parecia mandar neles.    Ele sorriu e fez sinal para me assentar ao seu lado.    -- Porque me deste esse colar? Eu não acreditei muito no papo da troca.    -- Porque acho que simboliza o que estamos a viver. O dinheiro para te lembrar que foste comprada e o coração para te lembrares que também te comprei o coração. Ou seja, para te lembrares de mim e do que posso fazer contigo. O ouro e a platina é para mostrar a minha riqueza, poder e bom gosto.    Olhei para o chão e me calei, aquilo era mesmo uma brincadeira ou ele era muito mimado ao ponto.    Ele se levantou do banco e andou pelo trilho do jardim até desaparecer nas árvores. Fui atrás dele mas tive medo de continuar porque a luz já era fraca e então voltei mas ele apareceu de repente e me assustou.    -- Tem muita graça isso... -- resmunguei enquanto ele se ria.    Mitchell me rodou, como numa dança e me abraçou. Deitei-me no seu peito e respirei fundo, ele me beijou o cabelo e levantou-me o rosto para me beijar. Um beijo calmo e doce, um beijo de jardim. Afastamo-nos e recomeçamos a andar pelo trilho onde a luz continuava forte. Hoje ele estava tão atencioso que a única explicação que encontrava era a falta de sexo e o meu tempo de castigo.    -- Qual é a tua flor preferida?    -- Açucenas.    Sem reparar, passamos por um pequeno canteiro delas e abaixou-se e colheu uma e me deu, depois abaixou e tirou outra, cheirando primeiro e depois jogando no chão antes de esmagá-la com os sapatos.    -- Não te iludas, Dakota. -- ele me fez sobressaltar. -- Eu reparei na tua atitude agora mas não te iludas, tu ainda és a minha compra, o meu objeto e eu ainda sou o teu dono, só estou sendo simpático.    Andamos até uma cabana e ele entrou primeiro, a seguir entrei eu. Tinha um grande colchão no chão e uma pequena cômoda. Eu tirei o salto e ele a roupa, ficando apenas com o boxer, depois olhou para mim mas eu não tirei o vestido porque não queria ficar quase nua ali fora. Então ele abriu uma gaveta da cômoda e tirou um pijama feminino e deu-mo. Troquei de costas para ele enquanto chamava um dos seus empregados.    Um senhor chegou e Mitchell fez um extenso pedido numa língua que não conhecia.    -- Porque eles falam estranho?    -- Porque eram pessoas pobres de outro país em que eu fui buscar para lhes dar trabalho e boas condições de vida.    -- Então só és m*l para mim?    -- Aprendi a ser bom para a sociedade, e não permiti que me ensinassem nada na minha vida pessoal.    O senhor voltou com um grande tabuleiro fechado e dois robes. Ele pousou o tabuleiro junto a nós e ofereceu-me mas não tinha fome.    -- Porque gostaste tanto do momento antes do jantar? -- questione, relembrando os gemidos abafados, o seu toque tremido e os beijos calmos.    -- Porque me deste prazer, Dakota. -- peguei numa almofada e deitei-me, estava cansada e com sono. -- E e sei que também te dei, te dei o teu primeiro orgasmo, realmente me sinto orgulhoso em ser o primeiro, sendo tu uma mulher muito gostosa... -- ele não acabou a última palavra quando eu me virei para ele mas eu deduzi que a fosse dizer.    Não respondi e fechei os olhos. Ele se aproximou e encostou o seu corpo ao meu, depois apagou as luzes deitou-se junto a mim, fazendo-me carinho no cabelo e no rosto. Um carinho simpático e não querido como eu queria.
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