CAPÍTULO 4
MANUELLA
Olho à minha volta e ainda não consigo acreditar, eu só poderia estar num pesadelo, eu não podia estar vivendo isso, como assim eu estava presa com esse bruto nessa casa, nesse quarto?
Esse homem é um homem das cavernas sem um mínimo de educação ou bom senso e o pior disso tudo é saber que em breve eu vou estar casada com essa b***a-fera, carregar seu sobrenome ser obrigada a me deitar com ele.
Fico horas trancada naquele quarto, eu não ouvi ele trancar a porta mas também não fui conferir se estava aberta ou não, as lágrimas rolavam pelo meu rosto, eu tinha tantos sonhos e todos eles foram destruídos pelo meu pai, e agora por esse homem.
Uma batida leve na porta me assusta, e então ouço uma voz doce.
— Posso entrar?—a mãe de Pedro pergunta assim que abre a porta.
— A casa é da senhora, claro que pode—digo me sentando na cama e enxugando as lágrimas que ainda rolam pelo meu rosto.
Ela se aproxima e senta-se ao meu lado.
— Não chore menina, logo tudo irá melhorar, você vai ver—ela diz.
— Como posso não chorar, se estou presa aqui, e a uma pessoa que não amo, que tenho raiva e nojo—digo.
— Ouça o que vou lhe dizer, o meu filho tem esse jeito bruto de ser, mas ele não é uma pessoa r**m, infelizmente o meu falecido esposo tomou uma atitude impensada e o comprometeu, Pedro admirava o pai e jamais deixaria que perdêssemos tudo isso, ou que o nosso sobrenome fosse manchado, tente entender—ela diz.
— Eu não queria estar aqui, eu quero ir embora—digo ainda entre lágrimas.
— Quando me casei com o pai de Pedro, as coisas aconteceram mais ou menos assim também, o nosso casamento foi arranjado pelos nossos pais, e eu não o amava e ele muito menos a mim, mas seguimos o que tínhamos que fazer, com o tempo o amor surgiu, isso vai acontecer com vocês também—ela diz.
— Eu nunca vou amá-lo, eu odeio ele—digo.
— Um dia você vai ama-lo tanto que não imaginará a sua vida sem ele, e se ele partir antes de você metade do seu coração irá com ele—ela diz pegando na minha mão com carinho.
A mulher era gentil e carinhosa, nem parecia ser mãe daquele ser ignorante.
— As suas coisas chegaram, vou pedir para trazê-las, para cá—ela diz.
— Eu quero ir embora—digo.
— Filha, essa opção não existe, tome um banho eu já vou servir o almoço—ela diz.
— Não quero comer—digo.
— Você precisa se alimentar menina, vou pedir para trazer a sua mala—ela diz se levantando e saindo do quarto.
Me aproximei da janela e o vi em frente a casa, ele domava um dos cavalos, estava sem camisa, as suas calças estavam sujas de poeira, os seus músculos brilhavam sob o sol, involuntariamente eu me peguei querendo sentir o seu cheiro.
A porta se abre e vejo uma garota pequena entrar com a minha mala.
— A patroa pediu para trazer para senhora—ela disse me olhando de cima a baixo.
— Obrigada, eu sou a Manuella—digo.
— Eu sei quem você é, a futura esposa do Pedro—ela diz com cara de poucos amigos.
— Sim, eu acho, e você quem é?—inquiro.
— Sou a Fernanda, a minha avó é a governanta, e eu e o Pedro crescemos juntos—ela diz e sorri de canto.
— Você parece muito nova para ter crescido com ele—digo.
— Mas o conheço da vida toda—ela diz me olhando e eu sinto que aquela garota é muito mais que uma simples funcionária.
— Que bom—digo.
— As suas roupas estão aí, vou chamar o Pedro para almoçar—ela diz saindo do quarto.
Certamente essa garota vive na cama dele, era só o que me faltava me casar obrigada e ainda ter que lidar com os chifres e uma garota que ainda cheira a leite.
Pego a pequena mala e coloco sobre a cama, escolho uma roupa mais leve, o calor estava muito grande, e decido tomar um banho, de fato a casa era muito bonita, rústica, mas muito bem decorada.
Entro no banheiro enorme, a banheira no canto, uma bancada enorme e o chuveiro, tiro a minha roupa e entro em baixo da água, lavo os meus cabelos compridos e começo a cantar enquanto sinto a água cair pelo meu corpo, eu amava cantar desde muito nova, e isso me acalmava, talvez se eu não fosse veterinária teria investido na música.Passo minhas mãos pelo meu corpo, e vejo a imagem dele na minha cabeça, seus músculos, aquele cheiro que me deixava louca, desço uma das minhas mãos até a minha i********e que implora por atenção, e quando esfrego os meus dedos sobre o meu c.litóris um gemido involuntário sai pelos meus lábios, continuo o movimento um pouco mais rápido, e os gemidos saem de acordo com o meu prazer, até que sinto o orgasmo me invadir e me sinto satisfeita, mas me sinto uma i****a também por desejar aquele homem. Saio do banheiro enrolada numa toalha macia, e quando chego ao quarto me deparo com aquele homem enorme me olhando.
— O que faz aqui?—inquiro assustada, segurando ainda mais a toalha junto ao meu corpo.
— Essa casa é minha, não preciso pedir permissão para estar nela—ele diz sem nenhuma delicadeza.
— Disse que esse quarto era meu—digo.
— Só até o casamento—ele diz.
— Eu não vou dormir na mesma cama que você—digo.
— Eu não estava pensando em dormir—ele diz cruzando os braços, o vento que entra pela janela faz com que o seu cheiro de homem invada o meu nariz.
— Eu não vou dormir numa cama que mil mulheres já passaram—digo.
— Nenhuma mulher dormiu na minha cama antes, ela estava guardada para a minha esposa, e veja só será você—ele diz irônico.
— Posso imaginar os lugares em que t.ransa com as funcionárias do haras—digo.
— Está maluca? Eu trepei com muitas mulheres pelo mundo afora, mas nenhuma daqui—ele diz.
— Vamos fazer assim, você finge que me engana, e eu finjo que acredito, agora me dê licença quero trocar de roupa—digo.
—Espero você na mesa—ele diz.
— Não vou almoçar com você—digo.
— Vai sim, e isso não é um pedido—ele diz colocando a mão na maçaneta—A propósito você canta muito bem e geme lindamente—ele pisca e sai do quarto.
Merda!!!Ele tinha ouvido tudo, eu podia sentir o meu rosto queimar de vergonha, como eu olharia para a cara dele novamente?
Pego a roupa que separei e coloco, penteio os meus cabelos e calço as minhas botas, fico na janela olhando os cavalos até que a porta é aberta novamente.
— Eu disse para descer—ele diz.
— Não estou com fome—digo olhando para ele.
— Não quero saber se está com fome ou não, você vai descer—ele diz e mais uma vez me coloca sobre os seus ombros.
— Eu não sou um saco de batatas que pode me levar a qualquer lugar, me solte—grito no seu ombro.
— Para de ser uma mulher escandalosa, eu só quero te ouvir gritar quando eu estiver dentro de você, caso contrário calada—ele diz e sai comigo do quarto.
Quando chegamos a sala, vejo todos de ponta cabeça, a mãe dele ri, acompanhada de Rosa, mas a menina, a tal Fernanda fecha a cara e sai para a cozinha, ele me coloca no chão e eu olho todos, era melhor eu sentar.
Como um pouco de tudo que estava na mesa, eu estava sim, com fome, muita fome, quando me dei conta todos já haviam saído da mesa, menos Pedro que me olhava.
— E não estava com fome, imagina se estivesse—ele diz.
— É feio olhar o quanto uma mulher come, mas esperar o que de um homem como você, ignorante—digo.
— Mandei levar todas as suas tralhas lá para cima, não sei para que tanta coisa, tanta bota se só tem dois pés—ele diz.
— Primeiro que eu não tenho tralhas, e segundo que eu preciso de cada coisa daquela, e o meu cavalo?—inquiro.
— Já está aí, aquele animal é muito arisco e chucho igual a dona—ele diz.
—Ele é apenas seletivo—digo.
— Ele é um capeta isso sim, derrubou dois peões e a mim também—ele diz e eu começo a dar risada.
— Ele não gosta de homens—digo.
—Igual a dona—ele diz.
— Quem disse que eu não gosto de homens? Gosto muito, aliás já trepei com vários pelo mundo afora, eu só não gosto de você mesmo—digo usando as palavras dele contra ele, mas a verdade é que eu nem sequer havia saído do estado, sim havia transado com alguns homens, mas não muitos, um grande total de dois.
Ele me olha e eu podia jurar que estava muito irritado a julgar pelos seus olhos que pareciam soltar faiscas.
Eu me levanto e passo do seu lado, ele me puxa me fazendo sentar no seu colo, posso sentir a grande ereção na minha perna, uma grande e enorme ereção.
— Não me provoque Manuella, se eu já não sou gentil no dia a dia, pode imaginar quando estou bravo—ele diz me segurando firme.
— Não tenho medo de você—digo olhando nos seus olhos azuis, aquele cheiro invadindo o meu nariz mais uma vez, mas a verdade era que o seu jeito bruto me apavorava, mas me excitava também.
— Deveria ter—ele diz e me solta.
— Vou ver o Segredo—digo.
— Tenha cuidado—ele diz com aquela voz grossa.
— Não vou fugir—digo.
— Se fugir vou atrás de você e desta vez eu não vou ser gentil—ele diz me olhando.
— Novidade—digo pegando o chapéu dele que estava sobre a bancada.
— Esse chapéu é meu—ele diz.
— Eu sei—digo dando de ombros e saio rumo às cocheiras.
Se eu estava presa ao lado de Pedro Sanchez, eu faria da vida dele um inferno, até que ele mesmo desistisse de mim e me deixasse ir embora deste lugar e da vida dele.