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Amor Indomável-Nos Braços do Cowboy

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Blurb

A pequena cidade de Santa Rita do Pardo, no estado de Mato Grosso do Sul, é o palco para a história de amor entre o orgulhoso, possessivo e bruto Pedro Sanchez, que concluiu a faculdade de agronomia e em seguida cursou administração, hoje de volta a sua cidade natal o herdeiro do maior haras da cidade, segue administrando o lugar, os vários cavalos puro sangue e os incontáveis alqueires de terra que se perdiam aos olhos, herdados por ele. O que ele não contava era que ao voltar para a sua cidade natal fosse reencontrar Manuella Zanutto a veterinária com especialização em animais de grande porte, amava os bichos, mas sua paixão eram os cavalos, até parecia que ela podia se comunicar com eles apenas pelo som de seus corações e por esse motivo era muito requisitada pelos fazendeiros da região, e não seria diferente no Haras Sanchez.

O que eles não imaginavam era que o destino os colocaria frente a frente novamente, a rivalidade entre eles vinha de outrora, quando mais novos Pedro e Manuella, disputaram na mesma cidade uma prova de laço, que os fez ficar empatados no final, despertando entre eles uma rivalidade eterna.

Ela era orgulhosa demais para um empate.

Ele controlador demais para deixa-la ganhar.

Um casamento arranjado por suas famílias no passado os uniria para sempre, e agora o bruto e a marrenta teriam que aprender a viver juntos...

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?PROLÓGO?
PRÓLOGO 12 ANOS ANTES — O que foi Pedro, está tremendo, parece que está com medo?—José Henrique inquire rindo. —Medo do que José? Eu não tenho medo de nada, e todo o mundo aqui sabe que eu sou o melhor nisso, ninguém consegue me vencer—digo enrolando o laço no meu braço. —Ihh Pedro não sei não viu, esse tempo que você está fora estudando, uma nova promessa no laço se revelou—ele diz olhando para a garota de cabelos castanhos até a cintura. —Quem? Aquela pirralha? Não seja t**o, ela m*l saiu das fraldas, nunca conseguirá chegar perto de mim—digo balançando a cabeça. — Pedro, ela é boa nisso, vai por mim, é por que você não viu ainda o que ela faz—ele diz. — Os Zanutto, não são bons em nada, nunca foram, e não é agora que uma garota vai me tirar o título de melhor laçador, cada uma viu—digo irritado. — Tudo bem, depois não diga que eu não avisei—ele diz e se distancia. Olho aquela garota do outro lado da pista, ela acaricia um lindo cavalo, enquanto outra garota trança os seus cabelos, ela era bonita, mas eu duvidava que de fato ela conseguisse laçar um boi e para isso beleza não bastava. A prova não era fácil e o participante deve segurar o cavalo no brete (compartimento para reter bovinos) até o momento da saída do boi para a pista, também chamada de chancha. A partir desse momento de espera, o peão já está sendo observado pela equipe julgadora. Um ponto importante a ser mencionado é que o cavalo nunca pode sair antes do bovino, se isso acontece, há penalização. O laço deve ser de couro e ter de 18 a 20 metros, considerando a categoria do competidor, que varia de acordo com idade e sexo, em uma das suas pontas há uma argola e na outra uma presilha. Ele precisa ser arremessado antes de o cavalo atingir 100 metros na pista, trecho que é marcado e chamado de raia. Após isso, o laçador tem, aproximadamente, 30 metros para fazer a laçada, que precisa ser feita nos dois chifres do boi para que ele não se solte e o competidor perca pontos. O momento em que o laço chega ao boi é chamado de armada. Assim que o animal é laçado, é preciso dar uma volta com ele e retornar para o brete. Nesse momento, a sintonia entre os peões e os cavalos é fundamental para que a prova seja concluída com sucesso, por isso, essa é uma das principais habilidades desenvolvidas nos treinos. Sendo assim ela não tinha chances contra mim. A minha vez chegou, e eu estava nervoso, eu ia mostrar para ela como se fazia, ensinar aqueles pirralha que o lugar dela não era aqui,no final de tudo a minha nota nove ponto nove, como assim não tinha sido dez? Voltei ao brete e fiquei observando aquela garota fazer a prova, a filha da mãe era boa naquilo, que merda! E ao final para minha surpresa a mesma nota que eu, estávamos empatados. —Como assim? Nunca antes ninguém nem sequer havia chegado perto das minhas notas e agora um empate—digo irritado. —Eu te avisei que ela era boa, você não me deu ouvidos—José diz rindo. — Cala a boca—digo irritado e saio andando pela pista sem nem olhar pra trás. Estava acariciando o meu cavalo, quando a voz doce ecoou atrás de mim. — Finalmente alguém empatou com você Sanchez—a morena diz me olhando. — Foi pura sorte, eu não estava no meu melhor dia se não você não teria a menor chance—digo olhando nos seus olhos. — Não, não foi sorte, eu sou boa nisso, e se quer saber sou até melhor que você, só não quis te humilhar mais—ela diz. — Era só o que me faltava, uma pirralha dizer que é melhor que eu, em uma coisa que faço há anos—digo. — Sim, eu sou, e vou te provar isso—ela diz. Quando eu ia responder ouço a voz do meu pai me chamando, olho para ela e digo. — Isso não acaba aqui, garota irritante. — Digo o mesmo seu babaca—ela grita enquanto eu já caminhava para a caminhonete do meu pai. Com o final da temporada, voltei para a capital, onde eu cursava agronomia, eu gostava da vida em Santa Rita, e o meu pai vivia dizendo que eu tinha que cuidar do haras mais cedo ou mais tarde, eu não via aquilo como uma obrigação, por que de fato eu gostava dos animais, e do cheiro da terra molhada, das rodas de viola, do barulho dos cavalos correndo no pasto, o cantar dos pássaros. Estudei tudo que pude, me tornei muito bom, e pouco ia a minha cidade natal, os estudos me consumiram de tal forma que eu só pensava em ser o melhor, trabalhei alguns anos em um haras no interior de São Paulo, a fim de aprimorar os meus conhecimentos e assim quando de fato eu tivesse que assumir o lugar do meu pai, eu não levasse o Haras Sanchez a falência. Quando eu visitava os meus pais, eu não saia do haras, passava apenas um final de semana, e já voltava, apesar daquele ser o meu lar, algo ali me sufocava, e eu só ficava realmente feliz quando estava com os meus pais e com a minha égua puro-sangue Pandora, o animal era espetacular, não havia um só pedacinho dela que não fosse n***o, ela era encantadora, e eu ajudei no seu parto, eu realmente era apaixonado por ela. Nunca fui de me apegar a mulher nenhuma, é claro que tive várias mulheres na minha cama, algumas mais de uma vez, mas outras não voltavam para a segunda vez, talvez o meu jeito as assustasse, nunca fui muito gentil, nem na cama e nem fora dela, eu gostava do sexo bruto e quente, algumas me apontavam como insaciável, mas eu apenas gostava de sexo bom, com pegada e selvagem, e algumas mulheres não entendiam isso, temiam que eu as machucasse e no fundo eu também temia isso. DIAS ATUAIS Olho mais uma vez para a tela do meu celular assim que a minha mãe encerra a ligação, eu sabia sobre a doença do meu pai, sabia que não demoraria muito até que a morte o assolasse, só não estava internamente preparado para isso, para perde-lo, meu pai nunca foi um homem carinhoso, ou demonstrar carinho com gestos, mas ele sempre me protegeu, me encorajou, acreditou em mim como nenhuma outra pessoa, olho a minha volta, eu não tinha muitas coisas aqui comigo, e o que eu tinha cabia na carroceria da minha caminhonete, era hora de voltar para casa, para a minha cidade, cuidar da minha mãe e cuidar de tudo aquilo que agora era meu. Algumas horas dirigindo e eu estava novamente em Santa Rita, a comoção dos habitantes em relação ao meu luto, já começou na estrada, os que me encontravam pelo caminho, me ofereciam as suas condolências, e diziam o quanto sentiam pela morte do meu pai, eu agradecia cada palavra apesar de saber que algumas delas eram apenas da boca pra fora, e logo eu estava passando a porteira do grande Haras Sanchez. Quando desci do carro avistei a minha mãe, ela estava abraçada com Rosa, que era a cozinheira da nossa casa desde que eu era pequeno, Rosa era como uma segunda mãe para mim, já a minha mãe a mulher forte e determinada, que junto ao meu pai construiu tudo isso, era a imagem da tristeza e do luto, a dor de ter perdido o seu grande amor, o homem com quem dividiu a vida por mais de trinta anos, a abalou demais. Desci do carro e me aproximei da grande varanda, ela me olhou e caminhando até mim se jogou nos meus braços chorando, deixo que algumas lágrimas rolem pelo meu rosto, mas não permito que ela as veja, agora eu tinha que cuidar dela e tinha que ser forte. Deixo a minha mãe na companhia da sua amiga de anos, e caminho até o meu quarto, passo pelo escritório do meu pai, e parece que posso vê-lo ali sentado na sua poltrona, me julgando por tantas atitudes erradas, algumas impensadas, outras m*l projetadas, o perfume dele ainda estava presente naquele lugar, misturado ao cheiro de madeira maciça que exalava dos móveis. Roberto Sanchez, era parte dessa casa, desse haras, da minha vida tudo aqui lembrava ele, cada pedacinho de terra. Continuo o caminho até o meu quarto, a minha mãe o mantinha como antes, os meus troféus e medalhas milimetricamente pendurados e colocados sobre as prateleiras suspensas, no centro do cômodo a grande cama de casal, o tapete de couro marrom, as cortinas grossas e escuras, na lateral a porta que dá acesso ao grande banheiro, e o closet que abrigava ainda as minhas roupas, botas e chapéus. Caminho para o banheiro e tomo um banho, o meu corpo pedia descanso, mas o velório do meu pai começaria em breve, escolho uma calça e camisa ambas pretas, e um chapéu também na mesma cor. Volto para a sala e encontro a minha mãe vestida também, por sermos uma família conhecida na cidade o velório aconteceria na prefeitura da cidade, e eu sabia que muitos dos que lá iriam sequer gostavam do meu pai. Fiquei ao lado da minha mãe, enquanto as pessoas ofereciam as suas condolências, até que os vi entrar os Zanutto, eles se aproximaram e então a vi novamente, depois de tantos anos, ela ainda tinha o mesmo brilho nos olhos amendoados, mas a mesma marra estampada na cara, o seu corpo havia ganhado curvas, belas curvas na verdade. —Meus sentimentos Pedro—ela diz me estendendo a mão. — Obrigado—digo encostando a minha mão na dela. A vejo abraçar a minha mãe, e então Carlos Zanutto se aproxima de mim. — Sinto muito Pedro, o seu pai era um homem bom, lamento a sua morte, espero que agora você possa cumprir a palavra do seu pai—ele diz. — Sobre o que está falando?—inquiro. — Quando isso tudo acabar me procure, o seu pai e eu tínhamos negócios em comum, negócios esses que você tem que cumprir—ele diz e se afasta acompanhado da esposa e da filha. Quais negócios o meu pai poderia ter com aquele homem?

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