Pérola
Em certas situações, o Erick consegue ser a pessoa mais burra do mundo. Como que uma pessoa com dinheiro compra remédio abortivo para sua namorada ao invés de ir para o exterior realizar o procedimento com segurança? Conseguiu ser mais e******o do que eu caindo no papo da Jade.
Não demorou muito para a notícia se espalhar e além de duas ambulâncias, uma viatura da polícia apareceu.
Foi um grande caos em todo o campus!
Os professores, coordenadores e reitor estavam incrédulos que alguém foi tão s*******o ao usar a universidade como palco para algo tão r**m que envolveria o nome da instituição em um escândalo. As aulas foram suspensas e todas as páginas de fofocas da faculdade estavam noticiando o acontecimento.
O povo sem empatia nenhuma tirando fotos da garota enquanto ela estava caída no chão e eu fui obrigada a deixar todo o rancor de lado e puxar o Erick para um lugar afastado, quase entrando na mata que havia ao redor de toda universidade, porque ele estava quase desmaiando na frente dos nossos colegas.
— Eu fodi tudo. - ele fala com a voz baixa, mas carregada de culpa.
— Não sabemos ainda como a menina está, Erick. Talvez fique tudo bem.
Seguro sua mão, o puxando para sentar-se na grama ao meu lado.
— Você não precisa ficar aqui. - seu olhar encontra o meu e eu automaticamente coro. — Não depois de tudo que te fiz passar.
É mais fácil odiá-lo quando ele tá longe, porque, de perto, o meu ex namorado é bonito demais para eu lembrar o motivo de estar chateada.
Tenho que parar de pensar com a b****a, meu Deus!
— Eu sei, mas você é irmão do Tomás e nós somos melhores amigos, então me preocupo. - minto, tentando esconder o óbvio.
— Ainda não transaram?
Sua pergunta sai da sua boca como se ele estivesse questionando o que comi no almoço.
— Não! Por que eu transaria com o irmão do meu ex namorado? - me faço de ofendida.
— Porque vocês são apaixonados um pelo outro desde que se conheceram? Só os dois não vêem isso. - sua risada bem humorada demonstra que o mesmo não se importa com um possível s**o selvagem entre eu e o Tomás, o que me deixa surpreendida. — Torço pra dar certo.
— Achei que você ainda gostasse de mim.
— Nunca gostei, Pérola. Quem gosta, não faz as merdas que eu fiz contigo.
Fiquei sem reação por alguns instantes, mas é exatamente o que a minha psicóloga disse: A vítima de uma relacionamento abusivo pode amar o a******r, mas o a******r jamais amará sua vítima.
— Isso é verdade. - dou um sorriso sem jeito.
— Mas quero teu bem. - ele completa e me abraça de lado.
— Há quanto tempo vocês namoram? - indago tentando descobrir mais informações sobre a menina. — Eu nunca a vi aqui e ela parece tão novinha.
— Faz poucos meses que estamos juntos e ela tem quatorze anos.
Me afasto automaticamente dele e o encaro sem acreditar.
— Não creio que você foi capaz de fazer isso, Erick! Ela é praticamente uma criança.
— Eu sei, mas aconteceu e vou ter que lidar com as consequências desse ato.
— Te prepara, meu anjo. A dona Stella vai te m***r! - o ameaço lembrando da sua mãe.
— Tô muito fodido.
[...]
Depois que tudo se acalmou, o Erick saiu da faculdade acompanhado por um advogado enquanto eu e o Tomás voltamos para o estacionamento porque o meu amigo ia me dar uma carona até o meu apartamento, porém a cara dele não tava nada boa.
— A garota vai ficar bem? - tento quebrar o silêncio entre a gente.
— Pergunta pro teu macho, pô.
— Quê? - solto uma gargalhada alta. — Isso é ciúmes?
Suas mãos apertam o volante e ele me olha como se quisesse me dar um t**a.
— Como vou ter ciúmes do que não é meu? - Tomás volta a olhar para frente com o seu maxilar travado, ajeitando sua postura. — No final, tu sempre volta pra ele, né? Dessa vez não ia ser diferente.
— Não vamos voltar. - digo com firmeza e honestidade.
— O que você sente pelo meu irmão, Pérola?
— Sendo sincera? - tombo levemente minha cabeça para o lado como se estivesse pensando. — t***o.
— Ah! Então você vai dar pra ele? - suas mãos apertam ainda mais forte o volante e eu me controlo para não rir.
— Você fica tão lindo com ciúmes. - implico, tocando seu cabelo e iniciando um cafuné.
— Responde. - ele exige, me deixando aliviada por saber que ainda existe um pouco de sentimento por mim depois do que fiz.
— Não vou. - me aproximo um pouco mais dele. — Minha b****a é sua. - sussurro e o vejo se arrepiar.
— É? Mas tava lá abraçadinha com o Erick, toda cheia de malícia pro lado dele...
— Foi m*l, não sabia que o dono da minha pepeca ia ficar chateado. - zombo no mesmo momento que ele estaciona o carro próximo a uma calçada.
— Você é uma p**a, sabia?! - Tomás grita, tirando o meu cinto de segurança e me puxando pelos quadris para o seu colo, fazendo eu sentar bem em cima do seu p*u.
— Eu sou uma p**a para você?
— Sim, mas é a p**a mais linda que eu já vi.
Deveria ficar chateada por ser chamada de um termo tão chulo? Talvez sim, mas o meu estado emocional depois de ouvir as palavras do Tomás estava transbordando através do tecido da minha calcinha.
Seus olhos varrem o meu rosto e ele morde seu lábio inferior.
— Nós vamos ultrapassar todos os limites que prometemos jamais atravessar. - o lembro.
— Eu... - sua fala é interrompida com seu celular vibrando no seu bolso, me fazendo bufar frustada.
O observo tirar o aparelho do bolso com dificuldade e fazer uma careta ao olhar para tela.
— Quem é, Tomás?
— Tua irmã. - ele responde e atende a ligação, colocando no viva voz. — Oi, Eva. Aconteceu alguma coisa?
— Eu coloquei fogo no apartamento. - minha irmã conta aos prantos e eu fico paralisada.
— Você fez o quê? - meu amigo está com uma expressão chocada e eu perplexa.
— Eu tava fazendo miojo e depois fui pro quarto, então acabei dormindo... Acordei com os vizinhos batendo na porta.
Jogaram um feitiço dos brabos para mim, porque não é coincidência que tudo de r**m aconteça comigo hoje.
Certeza que foi a Jade, aquela vaca.