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Despudorada

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intro-logo
Blurb

Pérola e Tomás são amigos e colegas de faculdade há quase quatro anos e a amizade entre eles sempre foi recheada de um desejo s****l proibido, pois ambos estavam namorando outras pessoas, então, quando, finalmente, ambos estão solteiros, eles vêem a oportunidade de experimentar uma deliciosa amizade com benefícios.

GATILHOS: Machismo, racismo, relacionamento abusivo e depressão. NÃO É UM ROMANCE SAUDÁVEL, PORTANTO NÃO SE DEIXE INFLUENCIAR.

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Um
Pérola A claridade atingiu meus olhos e eu senti o ardor tão conhecido por mim durante as manhãs. Demorei alguns segundos para focar no quarto luxuoso que eu estava e quase um minuto para lembrar que dormi na casa do Tomás na noite anterior, porque saímos para beber depois de uma longa palestra noturna sobre assédio que o nosso reitor organizou em todos os campus para evitar que outros abusos sexuais aconteçam na nossa querida universidade pública. Não que ele se preocupe com o nosso bem estar, pois todo mundo sabe que o cara rouba dinheiro público que era para ser investido na estrutura dos prédios desde que conseguiu esse cargo, mas por não querer manchar a imagem da instituição. Eu sonhava tanto em estudar em uma universidade pública e hoje em dia, eu só queria ter ido para uma faculdade privada para proteger o meu psicológico. Tem tanta coisa r**m acontece dentro daquele lugar e ninguém fica sabendo que dá vontade de desistir e voltar para a minha cidadezinha. — Acordou! - Tomás sai do banheiro pelado e eu cubro meu rosto com o endredom. — Qual foi, Pérola? Não gosta de p*u? — Não do teu, demônio. — Nunca provou pra saber se não gosta, s****a. — Quem tem que gostar é a Jade, sua namorada. - o repreendo. Tomás era o típico riquinho que tem todas as meninas na sua cama a hora que quiser, menos eu, porém não é por eu ser uma garota inteligente, é só que eu fui burra o suficiente para me apaixonar por outro playboy bem m***a, o Erick. Só de lembrar que namorei durante quase quatro anos com um rapaz que me traia, me humilhava, me manipulava e me agredia, eu fico com vergonha alheia de mim por ter sido tão estúpida. A única coisa boa no meio disso é que conheci o Tomás que é irmão do meu ex namorado e atualmente o meu melhor amigo. Digo atualmente por saber que nenhuma, ou quase nenhuma, amizade dura para sempre e que a probabilidade de nunca mais nos falarmos depois da nossa formatura é gigantesca. — Ei. - a mão do garoto retira o pano que cobria meus olhos e sorri para mim. — Já estou vestido. Quer que eu traga café para você? - ele perguntou e eu assenti, esboçando um pequeno sorriso. Tinha muita vergonha de tomar café da manhã com a família do Tomás e ele sabia disso, principalmente pelo fato de que o maldito Erick estaria na mesa. [...] Enquanto o Tomás desceu para buscar comida, eu resolvi tomar banho e me surpreendi ao perceber que fizeram uma reforma no banheiro desde a última vez que estive aqui. Eles simplesmente decidiram colocar um vidro na parede e agora podemos nos banhar olhando para um pequeno terraço com uma jacuzzi. Essa gente rica não tem com o que gastar e exagera no luxo, penso comigo mesma. Olho ao redor tentando medir mentalmente o tamanho do meu apartamento com o tamanho desse banheiro e sinceramente, eu poderia morar aqui. Caberia minha cama, geladeira, fogão, mesa, guarda roupa, sofá e ainda sobraria espaço. Nem sei o motivo de ainda ficar perplexa com o modo que a família Medeiros leva sua vida de comercial de margarina. Procuro uma escova de dentes nova para me livrar do mau hálito matinal, porque mesmo eu não tendo interesse amoroso no Tomás, me sinto intimidada perto dele. O que aquele homem de s****o, ele tem de gostoso. Confesso que já me toquei algumas vezes pensando nele e n**o até a morte se alguém perguntar. Escovei meus dentes, lavei meu rosto e fiquei penteando meu cabelo na frente do espelho por estar receosa de entrar no boxe para tomar banho com essa parede de vidro ridícula. — Pérola? - ouço batidas na porta e corro para abrir. — Acho que vou tomar meu banho no meu apartamento. - falo assim que vejo meu amigo. — Por causa da parede? - ele ri, entrando no banheiro. — Esqueci de falar que tem como fechar. - o garoto caminha em direção a uma pequena caixinha branca embutida ao lado da vidraça e a abre. — É só apertar aqui. - seu dedo clica na tela digital fazendo uma cortina automaticamente aparecer e cobrir todo o vidro. — Quanta modernidade! - zombo. — Para, Pérola! Você sabe que isso é invenção da minha mãe, não minha. - sua soa na defensiva e eu decido que é hora de parar. — Eu sei, amor. Estou apenas zoando. — Vou te deixar a sós para tomar banho e aproveitar para malhar, porque preciso manter a forma para ter gás para dar conta de todas as minas. - Tomás diz todo convencido e sai do banheiro. Homens... [...] — Tomar banho em casa de gente milionária equivale a oito horas de sono. O chuveiro parece um massagista profissional. - comento quando o Tomás volta para o quarto todo suado. — Casa comigo que você terá tudo isso, meu amor. — Tudo isso e uns belos pares de chifres de brinde. — Se você participar será ménage e não traição. - o i****a rebate, me fazendo gargalhar. Amo o senso de humor desse macho. — Acho tão chique vocês comerem morango e panquecas no café da manhã. - falo após terminar de comer. — Essa mania da minha coroa de achar que é americana, me mata. Eu prefiro pão com ovo e café com leite. - ele dá de ombros e senta-se na cadeira giratória. — Eu sei. Quando te conheci, nunca imaginei que você fosse rico, porque na minha cabeça gente com muito dinheiro não anda de bermuda, sandálias havaianas e essas coisas que nós, pessoas pobres, usam. - confesso, o fazendo revirar os olhos. — Pensamento bastante estereotipado, mas compreensível. - sua cabeça tomba para o lado direito e um sorriso divertido aparece nos seus lábios. — A família do meu pai é rica há gerações e uma coisa que sempre pregamos é a discrição sobre o que temos. Não acho legal essa ostentação que as pessoas fazem em redes sociais ou como a minha mãe faz aqui em casa, porque chega a ser desumano em um país tão desigual socialmente falando como o nosso. — Gosto de você, Tomás. Mesmo com as nossas diferenças políticas e discussões constantes, admiro o modo como você vê o mundo.

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