Doutor Álvaro

2563 Words
(Esther) Depois que Pither me falou sobre a data do casamento, ele se despediu de mim e voltou para o seu quarto. Eu achei muito estranho ele não pedir pra ficar, ou não querer passar a noite comigo! Pither estava diferente, como se o sexo não fosse mais prioridade na sua vida. Eu não vou mentir que pensei nele durante a noite Eu estava preocupada, pois sempre que nós decidíamos ficar juntos algo acontecia... Como por exemplo quando voltamos da casa de campo... Pither e eu tínhamos feito amor pela primeira vez. Senhor Alvaro o esbofeteou o rosto, impedindo a gente de tomar uma decisão. Depois quando finalmente criamos coragem de assumir o nosso amor... Déborah aparece grávida, e nossas vidas viraram um inferno depois disso! Pither e eu pegamos a safada na sua artimanha, descobrimos sua jogada com Lorenzo. Infelizmente meu irmão foi um t**o que caiu na teia da Déborah. Achei que fugindo seria a nossa saída! Mas sempre aquela salafrária tinha uma carta na manga! E o meu anjo da guarda acabou pagando o preço. Pither quase morreu se não fosse uma ajudinha divina. Depois que ele estava melhor e eu descobri que íamos ter um filho. As bruxas se reúnem e plantam discórdia no coração dele, fazendo o duvidar de mim. Depois de tudo isso eu devo confessar que não sei qual será o próximo golpe... É como se elas sempre estivessem um passo a frente. Eu o amava mais que tudo nessa vida! Mas eu tenho muito medo! Parece que a qualquer momento tudo vai desmoronar outra vez. Fui até o quarto de Naná e dei uma leve batida. Ela não respondeu, e então puxei a maçaneta mesmo assim. O quarto estava m*l iluminado, apenas a luz do abajur acesa. Naná estava sentada em frente a janela numa poltrona de couro. - Oii! Eu bati mas você não me respondeu! Ela finalmente prestou atenção em mim. - Bom dia Esther! Ela me mostrou um sorriso forçado. - Está precisando de alguma coisa querida? Eu fiquei tão preocupada com Diana, que até deixei pra lá o que eu ia fazer alí. - Tá tudo bem com você? Perguntei me aproximando. - Tá tudo sim! Ela disse voltando sua atenção para a janela. - Ah é? E porquê eu sinto que a senhorita tá mentindo? Me sentei na cama ainda a observando. - Diana você é como uma mãe para mim! Sabe que pode confiar o que quiser em mim né?! Ela me olhou por um instante, como se estivesse atormentada. E minha preocupação transpareceu na hora. - É o Álvaro! Ela falou sem emoção. - O pai do Pither? Apertei os olhos indignada. - Eu não acredito que aquele azedo está te importunando outra vez! - Nãoo! Ela balançou a cabeça. - Aaah já sei! Ele deve ta nervosinho porque o Pither está aqui e acha que você está o convencendo... - Nãoo Esther! Não tem nada a ver com o Pither, nem com você... Tem haver comigo! Ela disse desolada. - Então eu não entendi nada! Dei de ombros confusa com o que estava acontecendo. - Álvaro veio até a mim ontem... Ela começou um pouco sem graça. - E disse que sentiu saudades... Entende? Franzi o cenho ainda perdida. - E...? Vocês não se vêem a semanas! Expliquei tentando entender. - Isso é óbvio Esther... Mais não pra alguém como ele! Como você mesma disse, o Álvaro é azedo! Mordi meu lábio inferior analisando a conversa, ela tinha realmente razão. - Bom... Comecei. - Talvez ele não seja tão amargo assim! Falei dando um meio sorriso. - Azedo Esther! Azedo! Ela corrigiu. - Tanto faz! O foco é porque você se importa? Rapidamente meu rosto mudou a expressão de confusa para brincalhona. - É Isso! Você se importa com o que ele pensa! Falei gargalhando. - Do que você tá rindo? Ela disse arqueando suas sobrancelhas. Enquanto eu rolava de rir sobre a cama. - Você gosta dele! Falei apontando meu dedo pra ela enquanto dava risada. - Isso não é verdade! Ela disse séria. - Aéh? Me levantei me recompondo. -Diana até pra negar você é péssima! Controlei meu riso para não constrange-la ainda mais. - Mas você não tem culpa! Ele é muito bonito! Falei vendo seu rosto corar, e voltei a soltar a gargalhada que tanto prendia. - Esther por favor! Trabalho pra ele desde que eu era uma adolescente! Tenho muito respeito por essa família! Você sabe que eu amo o Pither como se fosse o meu filho! - Aah então esse é o seu medo?! Levantei uma sobrancelha intrigada. - Da reação do Pither?! Você sente como estivesse traindo ele né? Ela baixou sua cabeça confirmando minha concepção. Eu levantei da cama fazendo um carinho em sua cabeça. - Fica tranquila Diana... Não vou mais tocar nesse assunto até que o Álvaro prove o contrário! (Pither) Levantei meio sonolento... Papai e eu dormíamos no mesmo quarto. E isso pra mim também foi uma experiência nova... Já que eu não sabia que ele roncava. Percebi sua cara de poucos amigos já pela manhã. Eu já estava com a minha arma carregada de bons argumentos se ele viesse me afrontar de alguma maneira. Mas por incrível que pareça ele estava calmo... Sentou se na cama encostando-se na parede preocupado. - Qual é?! Já está sentindo falta do trabalho? Se quiser eu te compro um estetoscópio para se sentir melhor! - Eu não estou pensando nisso, Pither! Ele disse se virando para o lado, ignorando minhas piadinhas... - Olha, ele pensa! Provoquei. - Pither de homem pra homem... Você me achar muito sem graça? Levantei minhas sobrancelhas confuso com sua pergunta imediata. - Olha Pai! Eu não sou o mais indicado para julgar a sua aparência, pois você é a minha versão do futuro, mas... - Eu estou falando sério! Ele disse já perdendo a paciência. - Tá! Na boa Pai... Você é maior bonitão! Quero chegar aos cinquenta anos igualzinho a você! - Sério? Ele disse entusiasmado. - Aah não! Eu abri minha boca em surpresa. - Você tá gostando de alguém?! - Claro que não Pither! De onde você tira essas idéias? Ele disse zangado. - Pai eu posso ter só vinte cinco anos mas conheço muito bem quando um cara está afim de uma mulher... Bom espero que seja mesmo uma mulher que está despertando o seu interesse! - Pither! Ele rosnou. - Me respeite! - Relaxa Pai o mundo anda tão moderno ultimamente! O Sacaneei da forma mais engraçada possível. - Já vi que com você não se pode conversar... Ele levantou se da cama totalmente aborrecido. - Espera Pai! O interrompi. - Se está gostando de alguém... O conselho que eu te dou é, chame ela pra jantar! Seja romântico, um conquistador épico... Isso normalmente nunca falha! Ele balançou a cabeça como se concordasse e depois saiu em direção a porta. E eu fiquei pensativo porque depois de tantos anos papai enfim se abriria para uma nova chance? (...) Depois que sai do quarto eu fui atrás de comida. Pedi para aquela mocinha que vivia bajulando a Esther levar o café pra ela no quarto. Quando passei pela sala de jantar, meu avô estava vindo em minha direção, e eu tentei ser o mais normal possível mas não funcionou. Ele acabou me chamando. - Pither! Podemos conversar? Mais que droga! Pensei. - Claro! Por que não? Respondi. Mas não era isso obviamente que eu queria dizer. - Desde o velório do Pedro estou pegando pedaços de alguns acontecimentos ... E uma das partes me fez saber que a Esther gosta de você! Nossa! Ele não estava falando sério né? Estava pescando as conversas e só o que descobriu foi isso? Que a Esther está apaixonada?! Já vi que herdei toda a inteligência do meu pai! Sorri orgulhoso. - A Esther não só gosta de mim, como vamos nos casar! Ele levantou suas sobrancelhas surpreso. O que ele estava pensando? Que eu era qualquer um ! - E digo mais... Eu não sei o que está tramando trazendo ela pra cá! Mas saiba que eu vou a proteger acima de qualquer coisa... Até do senhor se tentar mágoa-la! - Eu só quero conhecê-la! Ele respondeu. - O senhor teve dezessete anos pra isso... E nunca se importou! - Eu não sabia que tinha uma neta! - Mas sabia que tinha cinco netos! Respondi da forma mais pesada possível. - A nossa conversa termina aqui! Ele saiu com a sua bengala e eu fiquei me punindo interiormente. Talvez eu não devesse ser tão rude com ele, primeiramente porque eu estava em sua casa. E segundo por respeito a quem ele era. Mas esse homem não deu a mínima para a Rebecca! Privou ela de ficar com o homem que amava, e a única alternativa que eles tiveram foi de fugir. Tenho nojo de quem faz acepção! Não deveria ter distinções entre ricos e pobres, pois certamente somos todos iguais! Déborah é um exemplo de prepotência e egocentrismo! Ela esnobava a Esther porquê segundo ela, não fazia parte do círculo social. m*l sabia Déborah que justamente a Esther, é a única neta de um dos homens mais ricos em Soja do país! Metade do Mato Grosso do Norte é dele! E tenho certeza que isso contará muito nesse tal círculo que ela tanto falava. Quando eu estava voltando para o corredor, vi Esther saí do quarto de Naná. Ela estava sorrindo com alguma coisa que ouviu lá de dentro. E então me viu chegar. - Bom dia meu amor! Falei me aproximando. Ela pegou na minha mão e me levou para o seu quarto, fechando a porta atrás de mim. - Bom dia! Ela respondeu sorrindo e me beijando em seguida. - Você dormiu bem? Perguntei a levando para o centro do quarto. - Dormi sim! Ela se voltou para a mim. - Sabe Neto eu quero muito te pedir uma coisa?! - " Então o rei lhe disse, que o tens a rainha Esther, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará. ". Respondi sorrindo. - Conhece a história? Perguntei falando uma frase bíblica do Rei Assuero para a sua esposa Esther. - Claro! É a minha preferida! Foi graças a ela que Miriam deu origem a meu nome... Ela respondeu emocionada. - Então diga... Estou te ouvindo! Respondi. - Sabe Neto! Mediante a tudo o que aconteceu com a gente, eu... Eu quero muito que a gente se case aqui, na fazenda do meu avô! Ela disse preocupada. - Então vamos nos casar aqui! Respondi dando de ombros. - Eu não quero muita gente! Apenas uma cerimônia pequena com os nossos familiares e amigos mais próximos... - Pra mim tá perfeito Esther! - Você tá me achando chata, me impondo dessa forma? Ela perguntou arqueando as sobrancelhas. - Não! Claro que não! Vamos fazer tudo do seu jeito... Seu pedido será uma ordem! A abracei colocando seu rosto sobre o meu peito. - Por que está cedendo por mim? Não pode baixar a guarda só porquê estou grávida, isso é golpe baixo! Ela disse sorrindo. - É o mínimo depois de tudo o que você passou! No início eu era egoísta! Pedi pra você esperar eu resolver as coisas com a Deborah. Pra gente ficarmos juntos, e eu nunca resolvia... Você suportou tantas coisas por mim. Beijei o topo de sua cabeça. - Você já fez muito a minha vontade, e olha onde a gente chegou?! - Não se sinta culpado! Ela me encarou tocando meu rosto com as mãos. - Se eu estou na casa do meu avô! Conheço os meus irmãos e encontrei o meu pai... Eu devo tudo a você! - Não... Balancei a minha cabeça. - Isso é obra do homem lá de cima! Eu só fui o intermediário! Sorri em seguida. - Eu te amo! Ela fitou meus olhos com os seus, e beijou meus lábios delicadamente. Naquele momento tive muita vontade de tocar a sua barriga, mesmo sabendo que eram pequenininhos. Eu gostaria muito de que eles já se acostumasse com a minha voz. - Posso? Perguntei um pouco nervoso com a sua reação. - Claro! Ela assentiu e pegando a minha mão a colocou sobre a barriga. Eu nunca fiquei tão emocionado na minha vida. E olha que eu já passei por muitas coisas. Me abaixei na altura da sua barriga e olhei pra ela. - Será que se eu cantar uma música eles se mexem? Ela riu da minha falta de informação. - Eles ainda são muito novinhos... Mas porquê não fala um pouquinho, para irem se acostumando com a sua voz?! - Tá bem! Eu assenti me virando pra a frente. - Oi! Aqui é o papai! Eu estou muito ansioso para conhece-las... - Conhece-las? Esther falou intrigada. -Por que se refere aos bebês no feminino? - Por que eu quero muito que venham meninas! Respondi sorrindo. - Sério? A maioria dos homens querem meninos! Ela respondeu surpresa. - Eu não sou a maioria dos homens! Respondi ainda agachado. - E temos macho demais nessa família! Esther gargalhou e eu continuei. - Não é meus amores?!... Pelo menos uma de vocês é menina, e será tão bonita quanto a mamãe! Esther sorriu acariciando meus cabelos. - Se fossem meninos eu saberia qual nome escolher... Será Pedro como o avô e Pither como o pai! - Perfeito! E se forem meninas pode deixar que eu tenho os nomes ainda melhores pra elas... Respondi ainda a tocando. - Você continua insistindo que são meninas! Ela balançou a sua cabeça sorrindo. - Quer apostar? Perguntei a desafiando. - Nãoo! Chega de apostas! Me levantei ficando de frente a ela. - Você sabe que no final eu ganho, e você nunca cumpre as suas promessas! - Como não? Perguntei ofendido. - Te deixo me chamar de Néto até hoje! E... Você me pediu que eu te levasse para a casa de campo antes de me casar com a Deborah! E eu não vou me casar com ela, vou me casar com você! Alguém bateu na porta, e Esther atendeu. A mocinha tinha enfim trazido o seu café da manhã. - Seu namorado pediu para trazer o café da senhorita! Eu dei risada atrás da parede enquanto ela deixava a bandeja e saía. - Precisa de mais alguma coisa? Ela perguntou e Esther negou, e então a mocinha saiu. - Acho que você tem uma fã! Ela veio até a mim com os cenho franzido e eu gargalhei. - Será sempre assim? Onde a gente for as mulheres vão está babando por você? Eu a puxei até a mim notando o seu ciúmes. - É impressão minha ou temos uma gravidinha enciumada?! Falei apertando o seu nariz. Ela revirou os olhos e eu coloquei meus braços em volta da sua cintura. - Você sabe que eu estou em suas mãos, não tenho como correr... Sou um cara apaixonado! Beijei sua boca e Esther entrelaçou suas mãos sobre meu pescoço. Ela veio com mais intensidade, mordendo meu lábio inferior e me trazendo mais para si. Parei de beija-la e vi desejo nos seus olhos, então recuei indo para o outro lado. - Você está estranho Néto! Alguma coisa te impede de ficar comigo? Ela perguntou e eu me virei pra ela ainda quieto.
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