Capítulo Seis - O lado sombrio de Madeline - Hope Vol 1

2141 Words
Entro no carro do meu pai, um pouco melhor de alguma forma quando eu venho visitar o Graham eu fico calma, coloco o sinto e observo o meu pai, ele se senta e coloca o sinto e me encara. — Sempre venho visitar o seu irmão Madeline, por mais que você pense que não eu tenho um coração — Desvio o olhar dele e encaro a pequena loja de brinquedos a minha frente, o que me faz lembrar dos meus sete anos. Quando faltava apenas algumas semanas para o dia das crianças, tia Alissa costumava trazer eu Ana e Graham aqui, parava-mos na entrada e ela pedia para a gente escolher um número do corredor e um número de prateleira, cada um escolhia um, e ela deixava a gente levar qualquer coisa da prateleira do corredor escolhido. Me pergunto o porquê que a gente parou de fazer isso, os adultos também deviam comemorar o dias das crianças, bom pra mim todo adulto é uma criança só que agora com responsabilidades. — Sempre visito sua mãe, todos os anos assim como você — reviro os olhos achando aquilo uma mentira absurda, tento me manter calada, para não ocorrer nenhuma discussão entre nós dois novamente, mais é cada coisa que vou te falar viu — Eu amei sua mãe de verdade Madeline — Ele passou dos limites. — Por favor né? — Ele me encara sério — Amou ela tanto que teve um filho com outra enquanto ela sofria com a gestação de duas crianças? — Vejo ele apertar fortemente o volante, dessa vez eu não fiquei feliz por ver sua raiva, porque dessa vez eu também estava com raiva. — Madeline eu sempre amei sua mãe, de verdade, mais ver a sua mulher sofrendo, recusando você, ela não gostava que eu a observa-se, ela não queria dormir ao meu lado mais.... — É Aí o senhor foi e ficou com outra? — Ele se solta do volante se virando e me encarando no fundo dos olhos, e de alguma forma aquilo foi como se eu tivesse levado um soco, não sei o porquê. — Aquilo foi um deslize, uma vez que aconteceu, sempre amei sua mãe, eu sempre amei a Marta, mais ela não amava a ela mesma, ela não me amava mais, fiquei com Victoria, porque ela tinha exatamente o mesmo jeito de sua mãe, a forma de como ela torce a boca quando está com dúvida, ou como ela gosta de trançar o cabelo a noite para que ele fique ondulado na manhã seguinte, ou como ele cuida das crianças. Ele respira fundo e eu não consigo mais conter as lágrimas ele estava comparando Victória a minha mãe? — Madeline, nunca amei Victoria e com o tempo nos dois percebemos isso, nunca foi amor, eu estava atraído, mais não por ela, e sim pelo fato dela ser parecida com a sua mãe, pelo fato dela ser parecida com você — o Encaro com os olhos arregalados ele não estava me comparando com Victoria estava? — Me deixa no ponto de ônibus mais perto — Ele tranca as portas assim que eu me viro para a abrir as minhas, e eu não aguento, nem penso se vou parecer fraca em sua frente apenas começo a chorar, chorar muito, faz tanto tempo que eu não choro, que eu engulo o choro que agora eu não conseguia parar. Ele se aproxima mais eu me afasto o encarando. — Madeline eu só quero uma chance pra concertar as coisas, eu só quero mudar tudo isso, de alguma forma juntar a minha família, eu tô tentando.... — Então, tente um pouco mais — Digo e ele respira fundo colocando o seu sinto e ligando o carro — Me deixe no ponto de ônibus — Falo mais ele ignora. — Preciso conversar com sua tia — ele fica um tempo em silêncio — Sobre a guarda sua e da sua irmã. Respiro fundo sabendo que aquilo não iria sair da cabeça dele tão cedo, coloco os meus fones de ouvido e coloco para tocar aprova de balas do Vmz. [...] Chego em casa e ele respira fundo antes de abrir a porta. — Estou me mudando para Hawthorne também Madeline, não quero que pense que estou te afastando da sua tia, pensei que vocês ainda estavam na cidade — Não digo nada apenas tiro o cinto e desço do carro, vejo o mesmo fazer isso e caminho até a porta de casa. Reviro a bolsa, e me amaldiçoou mentalmente por ter esquecido mais uma vez de pegar minhas chaves, toco a campainha e quem atende é o Marcelo, dou um sorriso f*****o pro mesmo que retribui mais logo fecha a cara. — Você estava chorando Madeline? — Não respondo apenas entro em casa e deixo ele conversando com o meu pai, subo as escadas correndo e entro no quarto de Ana sem bater, mais tomo um susto ao ver o garoto da escola com ela. Ela me encara mais logo franze o senho. — você estava chorando Mel? — A ignoro mantendo o olhar no garoto que estava sentando na cama com um monte de livros ao redor, ele me chamou a atenção na escola, pelo que eu sei estava procurando saber sobre mim, e eu não gosto disso, e agora ele está na minha casa, que m***a que está rolando aqui? — O que ele está fazendo aqui? — Vejo o mesmo fazer uma careta, talvez não fosse essa a pergunta que ele esperava, Ana leva a mão a cabeça e da um sorriso de lado sem mostrar os dentes. — Acho que nós dois irritamos um professor e ele nos colocou em um trabalho em dupla — Respiro fundo — Mais não muda o foco Madeline, porque estava chorando? — Ana vem falar com o seu pai — Alissa grita do andar de baixo e a Ana me encara. — Eu sei o porque não precisa falar — Ela passa por mim mais para e fica ao meu lado — Fica com o Miguel, não sei o que vai rolar lá em baixo, não quero que ele fique constrangido — Respiro fundo assentindo contra-gosto Ana e a pessoa mais calma e serena que eu conheço, mais quando o assunto é nosso pai ela consegue ser pior do que eu, só que ao contrário de mim, ela chora ela grita, eu só mantenho a calma e a ironia e as vezes o deboche, e hoje pela primeira vez eu chorei. Eu entro no quarto dela, que aliás nunca havia entrado aqui antes, Encaro o Miguel que me olhava com curiosidade, olho para o teto e vejo que ela se esforçou e colocou as Estrelinhas fosforescente no teto, dou um sorriso ao ver, e lembrar de Graham. — Nunca vi você sorrindo por inteiro — O garoto diz me fazendo fechar a cara e o encarar, sei quem ele é, e diferente dos outros garotos ele me chamou atenção ao falar que sou um pessoa misteriosa, nunca me falaram isso antes, já falaram várias coisas, mais misteriosa foi a primeira vez. — Talvez porque eu nunca faço isso — ele estala a boca se levantando da cama e juntando alguns livros, escuto Ana falando um pouco mais alto e fecho a porta na intenção de abafar o barulho. — Você acabou de fazer Madeline — Dou de ombros e me sento na cadeira giratória da minha irmã, por mais que ela odeie eu amo me sentar ficar rodando na mesma. — Bom, as vezes então — Dessa vez ele sorri, coloca todos os livros na bolsa e fecha a mesma me encarando. — Sua irmã falou que chegaria apenas depois da manhã — ele diz e eu paro de girar e o Encaro. — Então você ando perguntando sobre mim? — Dou um sorriso de lado ao ver ele tentando formular uma resposta, ele estava com vergonha isso dava pra se ver de longe. — EU NÃO VOU! — Escuto Ana gritando lá em baixo e respiro fundo encarando o Miguel que estava confuso com tudo. — Acho melhor você ir, daí pra frente a conversa lá em baixo só vai piorar — Ele assente se levantando da cama e pegando a bolsa e me encarando. Me levanto da cadeira e ele me segue, caminho pelo corredor e começamos a descer as escadas ouvindo toda a conversa. — Você não tem que querer Ana, sou seu pai — Nathan fala convicto, e eu escuto o choro de Ana. Chego na sala e os olhares vão todos em mim é Miguel. — Meu Deus — Minha tia coloca as mãos no rosto — Me desculpe eu havia esquecido que você estava em casa — Encaro o Miguel que encara minha tia. — Tudo bem — Ele diz se aproximando da sala — Eu já estava de saída — Ele aperta a mão da minha tia e do Marcelo, faz um aceno com a cabeça para mim e Ana e apenas encara meu pai por um tempo saindo logo depois de casa. Encaro meu pai e cruzo os braços. — Então era por isso que a Mel chegou chorando — Ana diz passando as mãos no rosto. — A Madeline estava chorando? — minha tia me encara surpresa. — tive essa mesma reação quando a vi na porta — Marcelo responde e eu continuava encarando meu pai, e ele me encarava de volta. — Miguel escutou tudo não foi? — Ana pergunta, é eu assinto. — Não só ele mais como todo o bairro — retruco indo pra cozinha pegar alguma Coisa para beber. — É você vai morar aonde Nathan? — Escuto a Alissa falar e volto rápido para a sala esquecendo completamente a sede que eu estava sentindo e fico encarando ela, sei que ela tá considerando deixar a gente ir morar com ele. — A dois quarteirões daqui — Meu pai fala encostado na parede com os braços cruzados. Minha tia respira fundo e passa as mãos no rosto deixando algumas lágrimas cair. — Porque você quer tirar as minhas meninas de mim Nathan? Sempre, sempre foi com a ideia delas ficarem comigo, e agora essa? — Ela disse já sem conter as lágrimas. Me aproximo dela puxando a mesma para um abraço e vejo meu pai observando tudo, ele respira fundo abaixando a cabeça. Marcelo vai até a cozinha pegando um copo de água é trazendo para a Alissa, e eu a coloco sentanda sobre a poltrona. — A conversa se encerra por aqui Alissa, as coisas estarão prontas para vocês duas lá em casa na semana que vem — Ele sai de casa sem ao menos esperar nossa resposta e Ana abraça minha tia, nunca fui dessa que demonstra afeto, e eu odeio abraço. Minha irmã sabe disso e por isso que tomou as rédeas da situação, encaro o Marcelo que nos olhava com pena. Respiro fundo e saio de perto das duas que não paravam de chorar, caminho até a cozinha preparando um café bem forte, sei que não conseguiria dormir essa noite então apenas ficarei acordada. — O que você tá pensando em fazer? — Escuto a voz de Marcelo e ele se encosta no balcão me encarando. — É como você sabe que eu estou planejando algo? — Ele ri, mais sei que não está sentindo um pingo de graça. — Não te conheço muito bem Madeline, mais tudo o que sei é que você faz de tudo para proteger sua família, e bom o que acabou de rolar naquela sala não foi muito bem uma coisa que você gosta de ver — Respiro fundo ele me pegou. — A primeiro momento nada — Ele me encara curioso e eu apenas olho para a água no fogo — Por isso vou pedir para você cuidar dela, não sair do lado dela por um minuto, ela vai precisar de ajuda, de um suporte, Alissa e muito emotiva, e sofre muito pelas coisas desde a perda da.... — Paro de falar e ele me encara. — sua mãe — Assinto. — tenho dezessete anos Marcelo, e Questão de um ano, até atingir a maioridade e voltar para casa outra vez, mais vai seu um longo e duro ano até lá — Ele assente e volta para a sala. Termino de coar o meu café e me encosto no balcão bebendo uma xícara do mesmo, ainda não sei o que fazer sobre isso. E sinceramente a ideia de morar com o meu pai não me agrada nem um pouco, nunca pensei nessa possibilidade porque pra mim nunca existiu, mais sei que ele tá determinado a isso. E é ai que vem a pior parte de tudo, ele é igual a mim, sou o clone dele, e sei que isso não vai acabar bem.
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